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No Rio Grande do Sul, Marinho diz que combate à trabalho escravo é prioridade do governo
Foto: Allexandre dos Santos Silva
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, visitou na manhã desta segunda-feira (20) o local onde 207 trabalhadores foram resgatados em situação de escravidão pela equipe de fiscalização do ministério, no Rio Grande do Sul. Durante a visita, Marinho criticou duramente como os trabalhadores foram encontrados, transportados e eram tratados no exercício de suas atividades. “É preciso, primeiramente, valorizar a pessoa humana. Vamos acabar com isso, voltar a fiscalização do trabalho escravo. A empresa terceirizada não tinha condições de contratar os trabalhadores e a necessidade do lucro, acabou colocando o grupo contratado naquela situação”, avaliou o ministro.
Em encontro com representantes dos produtores de uva, foi proposto um acordo com vinícolas de não uso de mão de obra escrava no setor para ser apresentado em 30 dias. Na oportunidade, Marinho anunciou a criação de um grupo de trabalho com representantes do setor produtivo, sindicatos e autoridades locais para discutir a contratação de mão de obra para o período das safras.
“Não viemos aqui com o intuito único de punir as empresas e sim de dialogar para que novas situações como essas não ocorram mais no Brasil. Isso não só envergonham as empresas como o país. As empresas reclamam da dificuldade de mão de obra nesses períodos, mas nada justifica esse tipo de ilegalidade. Já nos adiantamos e vamos manter o cadastro dos trabalhadores no Bolsa Família, quando estiverem em período de contratação, para que quando acabar o período de safra, eles possam voltar a receber o benefício automaticamente, sem ter que recadastrar”, frisou o ministro.
Luiz Marinho ressaltou ainda que, mesmo desconhecendo a situação dos trabalhadores, as empresas são responsáveis. “Nessa cadeia de contratação irresponsável, que se intensificou nos últimos governos, a terceirização se alastrou, no sentido do tudo está liberado. Vamos retomar a fiscalização do trabalho degradante, punir com rigor aqueles que se utilizam do trabalho análogo ao de escravo”, afirmou o ministro.
Em Bento Gonçalves, Marinho se reuniu com autoridades locais para alinhar estratégias de combate à exploração de mão de obra. Ele destacou aos deputados e representantes locais dos desafios que o Ministério do Trabalho e Empego e como o atual governo pretende tratar das questões trabalhistas, principalmente do combate ao trabalho análogo ao de escravo, que é uma prioridade do atual governo. Estavam presentes no evento o Procurador Geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira; o prefeito, Diogo Siqueira de Bento; o deputado estadual, Miguel Rossetto, o superintendente regional do Trabalho, Claudir Néspolo, entre outras autoridades.
Segundo o ministro, nesse ano já são 890 casos no país, 293 somente no Rio Grande do Sul. O trabalho análogo ao de escravo é uma chaga que vamos priorizar sua erradicação no atual governo. Com o combate, reduzimos essa mão de obra ilegal no governo Lula e no governo da Dilma, porém, ela tem aumentado bastante nos últimos governos. Vamos mudar isso”, frisou o ministro.