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Ministro Luiz Marinho recebe viúvas dos auditores mortos na Chacina de Unaí (MG)
Foto: Alexandre Silva
Em homenagem ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, recebeu esta tarde em seu gabinete as viúvas dos 3 auditores fiscais do Trabalho assassinados em 28 de janeiro de 2004, durante ação fiscal em Unaí (MG). Com representantes dos Sindicatos dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT), elas vieram pedir ao ministro apoio para que os condenados pelo crime sejam punidos pela Justiça.
Os três Auditores-Fiscais do Trabalho e um motorista do Ministério do Trabalho, respectivamente Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e Ailton Pereira de Oliveira, foram brutalmente assassinados, no exercício das funções, quando iriam efetuar a fiscalização em fazendas locais. Entretanto, apesar da condenação, os culpados ainda recorrem em liberdade e o processo continua em andamento na Justiça de MG.
Marinho questionou, primeiramente, como estavam a situação das famílias, principalmente dos filhos dos auditores assassinados. Apesar do apoio recebido pelo Estado no que se refere à educação dos filhos, elas relataram a dor da espera de quase 20 anos sem que os mandantes sejam punidos. “Aguardamos que sejam cumpridas as penas dos culpados e a gente precisa contar com o Estado, um crime desses não pode cair no esquecimento”, ressaltou a viúva do auditor, Nelson José da Silva ao ministro.
O ministro se colocou à disposição para ajudar, “em tudo que estiver ao seu alcance”. Para Marinho, “é inaceitável ainda estarmos falando de trabalho escravo no Brasil. A condenação dos mandantes serviria para desestimular a prática desse tipo de crime. O Judiciário precisa dar uma resposta à sociedade”, ressaltou.
O auditor Nelson José da Silva deixou dois filhos, Thiago Alexandre Oliveira e Silva e Kele Cristina de Oliveira e Silva. Aílton Pereira de Oliveira, o motorista, também deixou dois filhos, Rayanne Pereira de Oliveira e Ariel Pereira de Oliveira. Erastóstenes de Almeida Gonsalves, também auditor, uma filha, Isabelle Lina de Laia Almeida e o auditor, João Batista Soares, dois filhos, André Marcio de Oliveira Lage e Juliana de Oliveira Lage.
O Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho, por meio do seu presidente, Bob Everson Carvalho, reafirmou ao ministro importância da agilidade no andamento do processo para que os culpados sejam exemplarmente punidos e as famílias dos auditores se sintam justiçados. “Não podemos nos dobrar ao poder econômico. Já são 19 anos e essa demora passa a sociedade uma sensação de impunidade. Todo auditor, no seu dia a dia, sai para trabalhar com esse peso”, frisou.