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Tesouro divulga Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2023
O Tesouro Nacional, o IBGE e o Banco Central do Brasil divulgaram nesta terça-feira (26/11) a publicação conjunta Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2023, elaborada em parceria pelas três instituições.
Em 2023, a necessidade de financiamento líquida do governo geral foi de R$ 844,0 bilhões, apresentando um aumento de 111,2% em relação a 2022. Essa variação é explicada pelo aumento nominal de 13,2% da despesa em relação ao ano anterior ante um aumento de 3,4% da receita no mesmo período. Na análise dos principais agregados da receita, a arrecadação de impostos cresceu 4,1% e as contribuições sociais 7,5% em 2023. Por outro lado, outras receitas caíram 3,4%. Em relação à receita tributária, o destaque fica por conta da arrecadação de impostos sobre a propriedade, com aumento de 16,0%, influenciado pelo aumento de 24,7% na arrecadação de IPVA. Impostos sobre a folha de pagamento e mão de obra cresceram 12,6%. Por outro lado, impostos sobre o comércio e transações internacionais tiveram queda de 0,9%, influenciada pela redução em dólar das importações combinada com aumento da taxa média de câmbio no ano. Impostos sobre bens e serviços, grupo de maior peso na arrecadação tributária, tiveram crescimento nominal de 3,3% em 2023 e os impostos sobre renda, lucro e ganhos de capital, crescimento nominal de apenas 3,4%. Dentre as outras fontes de arrecadação, os destaques negativos ficam por conta da receita de dividendos, com queda de 39,4%, e da receita de concessões (especialmente as ligadas à exploração de petróleo), com queda de 30,1%. Já o destaque positivo fica por conta das outras transferências, com aumento de 120,2%, influenciado principalmente pela arrecadação de R$ 26 bilhões em recursos abandonados do PIS/Pasep e apropriados pelo Tesouro Nacional (Emenda Constitucional nº 126, de 2022). Pela ótica da despesa, observa-se que todos os itens agregados tiveram crescimento em 2023, o que contribuiu para o aumento da Necessidade de Financiamento Líquida do período. Benefícios previdenciários e assistenciais e remuneração de empregados cresceram 14,3% e 10,6% respectivamente. O destaque, no entanto, ficou por conta dos outros gastos (especialmente os de capital, como o Minha Casa Minha Vida), com 39,7% de crescimento. Despesas com uso de bens e serviços, juros e subsídios também cresceram, com taxas de 12,23%, 9,8% e 7,7%, respectivamente. Governo contribui com 13,6% do PIB Em 2023, o valor adicionado do Governo Geral foi de R$ 1.473,9 bilhões e sua participação no PIB foi de 13,6%, o que representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação a 2022. Em termos absolutos, a variação foi positiva em todas as esferas: 10,1% na federal, 8,8% na estadual e 13,1% na municipal. Municípios elevam participação no Valor Adicionado A esfera municipal ampliou sua participação no valor adicionado do governo, passando de 35,9% em 2022 para 36,6% em 2023, o que representa um aumento de 0,7 ponto percentual. A esfera federal perdeu 0,1 ponto percentual, passando de 27,3% em 2022 para 27,2% em 2023, e a esfera estadual perdeu 0,6 ponto percentual, passando de 36,8% em 2022 para 36,2% em 2023. Gastos com Bolsa Família aumentam 47,1% em 2023 Item de maior peso na composição dos gastos públicos da Conta Intermediária de Governo, os benefícios sociais aumentaram 3,6% graças às elevações das despesas com outros benefícios de seguro social (8,6%) e benefícios de assistência social em numerário (29,2%), item no qual está classificado o Bolsa Família, que substituiu o Auxílio Brasil e teve aumento de 47,1% em 2023. Já a formação bruta de capital fixo, variável que mede a capacidade produtiva futura do Governo Geral, chegou a R$ 215,8 bilhões no ano de 2023, o que representa um aumento de 7,8% em relação a 2022. Governos federal e municipais, com taxas de 22,8% e 28,6%, compensaram a redução observada nos governos estaduais de 15,2% e impulsionaram o crescimento dos investimentos no ano de 2023. Texto: IBGE, com adaptações
Resultado de Operações - Governo Geral Valores correntes (1 000 000 R$) ( em 31.12) Governo Central Governos Estaduais Governos Municipais Coluna de Consolidação Governo Geral
1
Receita
2.778.175
1.359.638
1.132.891
-1.156.351
4.114.353
11
Impostos
1.536.649
829.515
223.947
0
2.590.111
12
Contribuições sociais
644.263
107.663
59.435
0
811.361
13
Transferências / Doações
1.767
311.112
752.058
-1.064.911
25
14
Outras receitas
595.496
111.349
97.451
-91.440
712.856
1411
Juros
307.226
22.382
45.408
-91.440
283.576
14x
Demais
288.270
88.967
52.043
0
429.280
2M
Despesa (2+31)
3.529.840
1.461.197
1.123.666
-1.156.351
4.958.352
2
Gasto
3.549.047
1.443.028
1.077.275
-1.156.351
4.912.999
21
Remuneração de empregados
233.373
469.504
478.332
0
1.181.208
22
Uso de bens e serviços
85.488
189.419
334.217
0
609.124
23
Consumo de capital fixo
45.390
60.130
61.261
0
166.781
24
Juros
856.764
116.138
8.905
-91.440
890.366
25
Subsídios
17.282
3.156
8.784
0
29.222
26
Transferências / Doações
808.181
256.209
5.389
-1.064.911
4.868
27
Benefícios previdenciários e assistenciais
1.401.899
267.581
85.555
0
1.755.035
28
Outros gastos
100.672
80.893
94.832
0
276.396
31
Investimento líquido
-19.207
18.169
46.391
0
45.353
311
Ativos fixos
-15.247
17.952
44.975
0
47.680
312
Estoques
1.562
217
1.417
0
3.196
313
Objetos de valor
20
0
0
0
20
314
Ativos não produzidos
-5.542
0
0
0
-5.543
Capacidade (+)/Necessidade(-) líquida de financiamento (1-2M)
-751.664
-101.559
9.225
0
-843.999
Capacidade (+)/Necessidade(-) líquida de financiamento primária ((1-1411)-(2M-24))
-202.127
-7.803
-27.279
0
-237.209
Fontes: 1. Tesouro Nacional, 2. IBGE, 3. Banco Central do Brasil