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Estoque da dívida pública totaliza R$ 3,404 trilhões em agosto
Publicado em
25/09/2017 15h39
Atualizado em
23/10/2023 09h53
Indicador se aproxima do intervalo indicativo do PAF; custo médio acumulado em 12 meses é o menor desde julho de 2010
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) registrou aumento de 1,87% em agosto, em termos nominais, passando de R$ 3,341 trilhões em julho para R$ 3,404 trilhões. O resultado deveu-se à emissão líquida, no valor de R$ 33 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 29,61 bilhões.
O relatório foi divulgado nesta segunda-feira (25/09) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Ao comentar o resultado, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, disse que o mês de agosto foi positivo, pois as emissões líquidas fizeram com que o que o estoque se aproxime do intervalo indicativo do Plano Anual de Financiamento (PAF), situado entre R$ 3,450 trilhões e R$ 3,650 trilhões.
Secunho esclareceu que em agosto não houve vencimento de títulos, mas pagamento de cupom de juros de NTNBs atrelados a índices de preços. No mês passado houve vencimento de R$ 17,75 bilhões de cupons de juros desses papeis, com reflexo também na composição.
Desta forma, a participação dos títulos atrelados à índice de preços caiu de 30,28% para 29,67%, mantendo-se dentro das bandas do PAF (entre 29% e 33%).
Os demais indexadores tiveram aumento na participação relativa: prefixados passaram de 34,27% em julho para 34,84% em agosto; e a parcela de títulos remunerados por taxa flutuante passou aumentou de 31,85% para 31,92% do estoque.
"Todos esses indicadores estão dentro do intervalo indicativo do PAF", enfatizou Leandro Secunho, acrescentando que não há previsão de revisão do plano até o final do anos
Em agosto, o prazo médio da DPF também entrou no intervalo do PAF passando de 4,44 anos, em julho para 4,37 anos. "Estávamos fora, e agora estamos próximo do intervalo superior, o que é positivo", apontou o coordenador.
Além disso, o prazo médio das emissões ficou acima do prazo médio do estoque. "Isso significa que em agosto conseguimos emitir títulos com prazo superior ao prazo da nossa dívida, o que também é positivo".
Custo
Outro destaque do mês de agosto foi o custo médio acumulado da DPF nos últimos 12 meses, que passou de 10,89% a.a contra 10,62% a.a. em julho. É o menor custo médio do estoque desde julho de 2010.
Leandro Secunho explicou que a queda da taxa selic (de 13,75% no início do ano para 8,25%) e a queda da inflação impactaram no custo médio do estoque. "É o décimo segundo mês consecutivo em que há queda no custo do estoque", afirmou o coordenador.
Detentores
Em agosto, os fundos de investimentos ultrapassaram o grupo Previdência e se tornaram os maiores detentores do estoque da dívida pública. A participação relativa dos fundos de investimento alcançou 25,18%, enquanto a previdência representou 24,83%. A participação das instituições financeiras aumentou de 22,30% para 22,37%.
Conforme observou Secunho, a queda da participação dos fundos de previdência, cujo volume financeiro permaneceu estável, foi o vencimento dos cupons de juros de títulos atrelados a índice de preços ocorrido em agosto, além da venda de papéis prefixados que vencerão em 1º de outubro.
O grupo de não-residentes teve queda de 12,83% para 12,66% na participação, mas o estoque aumentou em R$ 2,31 bilhões em agosto.
Tesouro Direto
Em relação ao programa Tesouro Direto, o coordenador-geral de Operações da Dívida destacou o resgate maior de títulos em comparação aos meses anteriores.
As emissões atingiram R$ 1,349 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 1,408 bilhões, resultando num resgate líquido de R$ 58,93 milhões. Secunho explicou que a queda da taxa de juros levou o investidor a resgatar os títulos antes do vencimento para realizar lucro.
"Uma queda muito forte na taxa de juros reflete de forma mais intensa nos títulos prefixados, atrelados a índices de preços, e isso gera uma rentabilidade maior para os investidores no período de aplicação", acrescentou.
Em agosto, o estoque o Tesouro Direto alcançou R$ 47,683 bilhões, o que representa um acréscimo de 0,78% em relação ao mês anterior. Em relação ao número de investidores, 62.235 novos participantes se cadastraram. Com isso, o total de investidores cadastrados atingiu um novo recorde, chegando a 1.602.171, um incremento de 72,24% na comparação com o agosto do ano passado.
Secunho ainda destacou o lançamento do Simulador do Tesouro Direto, ferramenta que vai ajudar o investidor na escolha da aplicação dos títulos do programa.
O coordenador lembrou que o simulador direciona essa escolha de acordo com o volume que o investidor tem para aplicar, no volume que ele pretende poupar em determinada data futura e ainda comparar o Tesouro Direto com outras aplicações.
"A expectativa é que isso traga bons frutos para o programa,seja em termos de novos investidores, seja em termos de volume e para os investidores atuais se sentirem mais confortáveis em aumentarem suas posições". afirmou ele.