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Estoque da Dívida Pública Federal totalizou R$ 4,53 trilhões em setembro
Relatório mensal da Secretaria do Tesouro Nacional aponta alta de 2,59% em relação a agosto
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) – que inclui as dívidas interna e externa – apresentou aumento de 2,59% no mês de setembro em relação a agosto, em termos nominais, passando de R$ 4,41 trilhões para R$ 4,53 trilhões. A informação está contida no Relatório Mensal da Dívida Pública, divulgado nesta terça-feira (27/10) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Acesse o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal (RMD) referente ao mês de setembro
As emissões da DPF em setembro corresponderam a R$ 155,27 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 74,57 bilhões, o que resultou em uma emissão líquida de R$ 80,70 bilhões, dos quais R$ 80,55 bilhões referentes à emissão líquida da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 0,15 bilhão à emissão líquida da Dívida Pública Federal externa (DPFe).
Emissões
As emissões de títulos da DPMFi alcançaram R$ 155 bilhões, dos quais R$ 135,94 bilhões (87,7%) em títulos com remuneração prefixada; R$ 12,12 bilhões (7,82%) atrelados a índice de preços e R$ 6,93 bilhões (4,47%) em títulos indexados à taxa flutuante. Desse total, foram emitidos R$ 153,12 bilhões nos leilões tradicionais, R$ 1,86 bilhão relativo às vendas de títulos do Programa Tesouro Direto e R$ 0,03 bilhão relativo às emissões diretas.
A DPMFi teve seu estoque ampliado em 2,56%, passando de R$ 4.174,16 bilhões para R$ 4.280,92 bilhões, em consequência da emissão líquida no valor de R$ 80,55 bilhões e à apropriação positiva de juros no montante de R$ 26,20 bilhões.
Já as emissões da DPFe somaram R$ 266,75 milhões e os resgates totalizaram R$ 116,06 milhões, sendo R$ 76,91 milhões referentes aos pagamentos da dívida mobiliária e R$ 39,16 milhões relativos aos pagamentos da dívida contratual, do que resultou uma emissão líquida de R$ 150,68 milhões.
O estoque da DPFe teve elevação de 3,21% sobre o estoque apurado em agosto, encerrando o mês de setembro em R$ 245,89 bilhões (US$ 43,59 bilhões), sendo R$ 224,21 bilhões (US$ 39,75 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 21,68 bilhões (US$ 3,84 bilhões) relativos à dívida contratual.
Custo médio
O custo médio do estoque da DPF acumulado nos últimos 12 meses sofreu aumento de 8,54% a.a. em agosto para 8,72% a.a. em setembro, enquanto o custo médio do estoque da DPMFi acumulado em 12 meses aumentou 7,29% a.a. para 7,33% a.a..
Em relação à DPFe, o custo médio do estoque acumulado em 12 meses aumentou de 38,84% a.a. para 41,77% a.a., em razão, principalmente, da apreciação do dólar em relação ao real de 3,09%, em setembro de 2020, contra uma apreciação de 0,62% ocorrida no mesmo período do ano anterior.
O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses foi de 4,64% a.a. – o menor valor da série histórica.
Cenário
A aversão ao risco no mercado externo – diante de dúvidas sobre a recuperação econômica e novos estímulos fiscais – foi um traço de destaque em setembro. A curva de juros ganhou inclinação com o cenário externo mais adverso e as discussões domésticas sobre a trajetória fiscal. As taxas de emissão da DPMFi aumentaram em setembro, mas seguem em patamares historicamente baixos.
“O mercado externo, em geral, foi mais positivo, com destaque nos Estados Unidos para as negociações do novo pacote fiscal e para a corrida eleitoral”, comentou Luis Felipe Vital, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, durante entrevista coletiva virtual realizada nesta terça-feira. “Na direção oposta, a segunda onda da Covid-19 na Europa pressionou os ativos. Em outubro, a curva de juros locais perdeu inclinação, com alta nos vencimentos curtos, respondendo aos dados de inflação”, acrescentou.
Leilões
Nos leilões de Letra do Tesouro Nacional (LTN) foram emitidos R$ 130,83 bilhões, com vencimentos entre abril de 2021 e janeiro de 2024, mediante pagamento em dinheiro. Nos leilões de Letra Financeira do Tesouro (LFT) foram emitidos R$ 6,18 bilhões, com vencimentos em março de 2023 e em setembro de 2026, por meio de pagamento em dinheiro.
Já nos leilões de Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B) – títulos remunerados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – foram emitidos títulos no valor total de R$ 11,46 bilhões com vencimentos entre maio de 2025 e maio de 2055, também mediante pagamento em dinheiro.
O total de resgates de títulos da DPMFi foi de R$ 74,45 bilhões, com destaque para os títulos atrelados à taxa flutuante, no valor de R$ 73,42 bilhões (98,61%). Os vencimentos efetivos do período totalizaram R$ 72,35 bilhões.
Detentores
O estoque de Fundos de Investimento apresentou aumento no mês, passando de R$ 1.123,38 bilhões para R$ 1.129,86 bilhões, entre agosto e setembro. A participação relativa desse grupo foi ampliada para 26,39%.
Os Não-residentes apresentaram acréscimo de R$ 11,65 bilhões no estoque, aumentando sua participação relativa para 9,44%, enquanto o grupo Previdência elevou seu estoque em R$ 15,47 bilhões, totalizando R$ 1.014,92 bilhões no mês. A participação relativa desse grupo diminuiu de 23,94% para 23,71%.
As Instituições Financeiras, por sua vez, aumentaram seu estoque, passando de R$ 1.114,25 bilhões para R$ 1.174,37 bilhões.
O grupo Governo apresentou participação relativa de 3,67% em setembro e o estoque das Seguradoras encerrou o mês em R$ 169,02 bilhões.
Os Não-residentes possuem 91,93% de sua carteira em títulos prefixados, enquanto a carteira da Previdência é composta de 57,56% de títulos vinculados a índices de preços.
Tesouro Direto
As vendas no mês foram de R$ 1.855,64 milhões e os resgates corresponderam a R$ 2.024,12 milhões. Setembro registrou resgate líquido de R$ 168,48 milhões. O título mais demandado foi o Tesouro Selic (39,91%).
Em setembro, o estoque alcançou R$ 61.490,94 bilhões, um aumento de 0,41% em relação a agosto. Os títulos indexados à inflação representaram 48,78% do estoque.
As operações de até R$ 5 mil responderam por 87% das compras do Tesouro Direto. Foram cadastrados 289.943 novos investidores em setembro. O número total de investidores chegou a 8,39 milhões (um crescimento de 67,68% nos últimos 12 meses).
O Tesouro Direto registrou aumento de 14.954 investidores ativos em setembro. O número de investidores ativos alcançou o total de 1,36 milhão, uma variação de 18,02% nos últimos 12 meses.
Texto escrito pela Assessoria de Comunicação do Ministério da Economia