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Estoque da dívida pública federal recua 0,48% em julho, para R$ 3,341 trilhões
Publicado em
28/08/2017 18h45
Atualizado em
23/10/2023 09h53
Destaque foi o vencimento de R$ 99 bilhões, segundo maior do ano; cadastrados no Tesouro Direto ultrapassam a marca de 1,5 milhão
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) apresentou redução, em termos nominais, de 0,48%, passando de R$ 3,357 trilhões em junho para R$ 3,341 trilhões em julho. Esta variação deveu-se ao resgate líquido no valor de R$ 33,95 bilhões, compensado parcialmente pela apropriação positiva de juros, no valor R$ 17,68 bilhões.
Em julho, as emissões da DPF corresponderam a R$ 65,05 bilhões, enquanto os resgates totalizaram R$ 99 bilhões, resultando em um resgate líquido de R$ 33,95 bilhões. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (28/08) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
"O grande destaque de julho foi o vencimento de R$ 99 bilhões na dívida pública, o segundo maior do ano, atrás apenas do vencimento em janeiro", comentou o coordenador-geral de Operações de Dívida Pública, Leandro Secunho.
Segundo ele, esse resgate era esperado dado o elevado vencimento e a sazonalidade. "Os maiores vencimentos de títulos prefixados acontecem na cabeça de trimestre – janeiro, abril e outubro. Desta forma, remanesce apenas o vencimento de outubro, em torno de R$ 78 bilhões, e em setembro um vencimento de R$ 39 bilhões de LFT".
De acordo com o coordenador, o mês de julho também foi positivo também termos de mercado. "Em termos de taxa de juros houve uma queda em torno de 60 a 70 basis points, o que foi muito positivo para os custos e para as taxas de emissão. No geral foi um mês bastante positivo", avaliou.
Emissões
Em julho, as emissões da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) alcançaram R$ 64,99 bilhões, sendo R$ 37,88 bilhões (58,29%) em títulos com remuneração prefixada; R$ 6,35 bilhões (9,77%) remunerados por índice de preços; e R$ 20,67 bilhões (31,81%) em títulos indexados a taxa flutuante.
Dívida externa
Dos R$ 99 bilhões da dívida pública que venceram em julho, R$ 96 bilhões correspondem à dívida interna e R$ 2,6 bilhões ao resgate da dívida externa (DPFe). "Julho é um mês com vencimentos significativos de títulos da dívida externa, basicamente pelo pagamento de juros", observou Secunho.
Recompra
No mês de julho foram recomprados, em valor de face, R$ 108,27 milhões (US$ 33,76 milhões) em títulos da dívida externa. O coordenador-geral lembrou que em maio o Tesouro recomprou em torno de US$ 200 milhões em função da volatilidade do mercado, em junho o volume caiu para US$ 93 milhões, quando começou a estabilização, e em julho houve a completa normalidade no mercado.
"O objetivo desse programa de buyback é o Tesouro prover a saída para o investidor e aproveitar os momentos de volatilidade, quando o preço do título está favorável, para recomprar esses papéis", lembrou Secunho.
Composição
Com o grande volume de vencimentos de títulos prefixados ocorridos em julho, em relação à composição, a parcela de títulos com remuneração prefixada da DPF passou de 35,09% em junho para 34,27%.
A parcela atrelada à índice de preços se manteve estável, de 30,25% para 30,28%. O maior destaque, de acordo com Secunho, foi o aumento da parcela de títulos remunerados à taxa flutuante- de 30,85% para 31,85% do estoque.
Detentores
Em relação aos detentores, cujos movimentos também foram orientados pelo grande volume de vencimento da dívida, as instituições financeiras e os fundos de investimentos foram os destaques do mês.
As instituições financeiras tiveram uma queda nominal em seu estoque, passando de R$ 742,80 bilhões para R$ 719,31 bilhões. A participação relativa desse grupo na DPF passou de 22,97% para 22,30%. "Essa queda de R$ 23 bilhões foi fortemente concentrada na LTN que venceu em 1º de julho", explicou Secunho.
Já os fundos de investimento tiveram crescimento tanto nominal quanto relativo. O estoque passou de R$ 762,78 bilhões para R$ 786,00 bilhões, com a participação relativa passando de 23,59% para 24,37%.
Composição dos vencimentos
O coordenador-geral ainda destacou a redução do percentual de vencimento da DPF para os próximos 12 meses, passando de 14,96% para 14,69%.
"Chegamos no patamar mais baixo desde o início da série histórica, em 2006. Dentro de uma perspectiva de médio e longo prazo da composição ótima, nós entendemos que em torno de 20% é um patamar adequado. Mas esse resultado é bastante positivo", disse Secunho.
Tesouro Direto
As emissões do Tesouro Direto atingiram R$ 1,376 bilhão em julho, enquanto os regastes corresponderam a R$ 1,060 bilhão, o que resultou em uma emissão líquida de R$ 316,22 milhões.
O estoque do programa alcançou, no mês de julho, R$ 47,316 bilhões, o que representa um incremento de 38,5% em 12 meses.
"O programa continua crescendo e num ritmo maior do que simples apropriação de juros" comentou Secunho.
O principal destaque no mês de julho foi a quebra da marca de 1,5 milhão de investidores. Foram cadastrados 54.698 novos participantes. Com isso, o número de investidores cadastrados chegou a 1.539.936, o que representa um acréscimo de 73,95% em relação ao mesmo mês do ano anterior.