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Estoque da Dívida Pública Federal alcança R$ 4,39 trilhões em junho
Texto escrito pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Economia
Publicado em 31/07/2020
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) – que inclui a dívida interna e a externa – chegou a R$ 4,39 trilhões em junho, com uma variação mensal de R$ 139 bilhões (3,27%) em relação a maio. A informação faz parte do Relatório Mensal da Dívida Pública, divulgado na quarta-feira (29/7) em entrevista coletiva transmitida pela internet.
A variação do estoque da DPF resultou da emissão líquida de R$ 114,8 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 24,3 bilhões. Houve pequena variação da participação de títulos atrelados ao câmbio (5,4% para 5,8%) e do grupo atrelado à taxa flutuante (38,8% para 38,2%). O grupo dos títulos prefixados apresentou aumento na participação no estoque da DPF devido à emissão líquida de R$ 62,6 bilhões em junho.
Emissões
As emissões da DPF totalizaram R$ 118,8 bilhões. Foram R$ 101,6 bilhões da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 17,2 bilhões da Dívida Pública Federal externa (DPFe). Os resgates chegaram a R$ 4 bilhões (R$ 2,4 bilhões da DPMFi e R$ 1,6 bilhões da DPFe), o que resultou na emissão líquida da R$ 114,8 bilhões. Nas emissões da DPMFi, o destaque ficou com os títulos prefixados (R$ 62,8 bilhões) e atrelados à taxa flutuante (R$ 24,7 bilhões). Em junho, houve a primeira captação externa em 2020, com a emissão de R$ 17,1 bilhões por meio de dois novos benchmarks: Global 2025 e Global 2030.
As emissões do Tesouro Nacional em junho favoreceram os títulos prefixados mais curtos e os de taxa flutuante, dada atual preferência dos investidores por ativos menos arriscados e mais líquidos no mercado doméstico de títulos públicos. Nos leilões de prefixados foram emitidos R$ 62,4 bilhões, com destaque para os vencimentos de outubro de 2020 e janeiro de 2024, enquanto para taxa flutuante foram emitidos R$ 23,6 bilhões, com destaque para o vencimento de março 2026.
As estatísticas de custo médio seguiram mostrando níveis historicamente baixos. O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses atingiu 5,35% ao ano, menor valor da série histórica. O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses manteve-se relativamente estável, passando de 8,98% em maio para 9,04% ao ano em junho.
Cenário
“Apesar de uma volatilidade ainda alta, tivemos um cenário mais benigno em junho do que em maio”, afirmou o coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas. Ele destacou como razões para isso a reabertura gradual de diversos setores da economia e o cenário externo mais favorável “diante das expectativas de desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 e novos estímulos econômicos”. Essa conjuntura, como pontua o Relatório Mensal, permitiu ao Tesouro realizar sua primeira operação no mercado externo em 2020 e emitir, no mercado doméstico, volumes mais elevados do que em meses anteriores.
O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves, observou que, diante da crise, o crescimento da dívida é esperado. “É preciso lançar mão de instrumentos e um deles é o caixa que formamos no passado. Zelar pelo bom funcionamento do mercado é uma das missões do Tesouro”, acrescentou.
O Relatório Mensal explicita, no entanto, que, “em contraponto, o baixo nível de atividade econômica e as restrições de liquidez financeira permaneceram como fontes relevantes de incerteza”. Nesse cenário, o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil registrou redução de 9,7%, atingindo 257 pontos ao final do mês. No mercado de juros, a curva de contratos futuros local operou com menor volatilidade em comparação com maio e apresentou redução de nível, com os vencimentos mais curtos, refletindo a percepção de inflação bem ancorada e o corte na taxa Selic.
Detentores
Com relação aos detentores, o destaque de junho foi o aumento de 0,7 % na participação do grupo Instituições Financeiras, alcançando 27,5% na DPMFi, enquanto o grupo Previdência reduziu a participação para 24,5% em junho, comparado a 24,9% no mês anterior. Os Fundos de Investimento e Investidores Não Residentes permaneceram com participação constante de 25,8% e 9,1%, respectivamente.