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Superintendente faz balanço da gestão durante reunião da diretoria colegiada
Fotos: Társio Alves
As reuniões de diretoria colegiada da Sudene acontecem, pelo menos, duas vezes por mês, apesar de terem ganho outro ritmo e serem realizadas com bastante frequência desde a posse de João Paulo no comando da autarquia. Nelas, o superintendente e os três diretores, acompanhados de coordenadores gerais e cargos técnicos, se reúnem para decidir, em conjunto, assuntos pertinentes ao trabalho da Sudene. Apesar de fazer parte da rotina institucional, a Reunião Colegiada realizada nesta segunda-feira (09/05) ficará marcada na história na instituição. Na presença de todos os diretores e coordenadores da Sudene, o superintendente João Paulo abriu os trabalhos alertando sobre a possibilidade de sua saída da autarquia, caso a votação no Senado, prevista para próxima quarta (11/05), decida pelo afastamento da presidenta Dilma Rousseff do comando do País.
“Não iremos, eu e minha equipe, fazer parte de um governo golpista. Todos nós entregaremos os cargos, mas continuaremos na luta para defender a democracia e construção de uma sociedade mais igual e justa, só que agora do outro lado”, afirmou João Paulo, durante o pronunciamento.
O superintendente fez um balanço dos últimos nove meses, enquanto esteve no comando da autarquia e agradeceu todo o apoio e trabalho da equipe da Sudene e dos parceiros externos que contribuíram com os resultados obtidos. “Agradeço aos diversos parceiros institucionais que atenderam ao meu chamado de recolocar a Sudene no seu papel de contribuir para superação dos desafios atuais e elevação da qualidade de vida dos nordestinos”, destacou.
Abrir a Sudene para o diálogo com os movimentos sociais; provocar o olhar cuidadoso da instituição para a região do semiárido e sua população; realizar parcerias com outros órgãos públicos, institutos de pesquisas e ensino; promover o desenvolvimento realmente inclusivo e sustentável para todo o Nordeste, são, entre outras ações, algumas das marcas deixadas pelo superintendente João Paulo Lima, e que foram lembradas nos depoimentos externados pelos companheiros de trabalho durante a reunião, que teve clima de despedida.
“Minha prioridade foi contribuir para a Sudene possa cumprir a sua missão, cobrada, inclusive, pelo Tribunal de Contas da União, que é de elaborar um Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) real e consistente, que consiga projetar um Nordeste equilibrado socialmente, ativo economicamente e sustentável nos próximos 20 anos”, elencou João Paulo, destacando também a necessidade de cuidar da região mais sofrida do País, onde se encontram as piores taxas de educação e saúde. “Fiz questão de focar as ações para o Semiárido. Não podemos falar em desenvolvimento sem olhar para essa região, sem oferecer oportunidades reais para a população mais pobre do Brasil”, pontuou o superintendente.
Durante a reunião, os diretores e coordenadores pediram a palavra para também expressar o sentimento em relação ao período trabalhado em conjunto e sob a coordenação de João Paulo. O diretor de planejamento, Sérgio Alencar, elogiou o caráter democrático da gestão do superintendente e os avanços no estabelecimento de parcerias importantes para o Nordeste.
A coordenadora da área de promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Vera Assunção agradeceu emocionada a forma como o superintendente e sua equipe conduziram os trabalhos trazendo direcionamento, método de gestão, reflexão sobre a razão de existir da Sudene e recolocando a autarquia na discussão de questões importantes ao desenvolvimento regional.
A experiência de gestão de João Paulo e a sua capacidade de articulação nacional foram ressaltadas pelo diretor de gestão de Fundos e Incentivos e de atração de Investimentos, Ricardo Barros. Já a coordenadora geral da mesma área do diretor, Sabrina Lyra, destacou que o superintendente desafiou a equipe e a fez despertar para questões adormecidas e "que conseguíssemos chegar para quem mais precisa”. Ela agradeceu ainda o empenho da gestão em ter pleiteado a volta dos financiamentos de projetos de geração de energia pelo FDNE, que foi autorizado pelo Ministério da Integração, no último dia 20 de abril. Já o coordenador geral de Gestão Institucional, Manoel Barreiros, citou o trabalho desenvolvido para modernizar os processos de gestão da autarquia.
PARCERIAS E ACORDOS DE COOPERAÇÃO
Foram discutidas e aprovadas durante a reunião, a realização de novas parcerias entre a Sudene e as universidades federais pernambucanas, UFRPE e UFPE. A descentralização de recursos para a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) se dará através de dois projetos: APL da Banana - que irá capacitar agricultores da Zona da Mata e Agreste Setentrional de Pernambuco, com orçamento estimado em R$ 300 mil - e Do Prato à Terra, Da Terra ao Prato - que irá estruturar um novo arranjo econômico local com base em principios agroecologicos de transformação de resíduos orgânicos, com finalidade de criar condições para a comercialização de produtos orgânicos na comunidade Ilha de Deus, no Recife, com o orçamento de R$ 400 mil.
Já com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Sudene irá descentralizar recursos para Elaboração de Estudos e Planos para Cadeias Produtivas da Agricultura Familiar do Semiárido. Os investimentos são de pouco mais de R$ 641 mil.
A Diretoria Colegiada também aprovou a formalização de Termo de Cooperação Técnica entre a Sudene e a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). A assinatura faz parte do projeto de parcerias instituído por João Paulo na Sudene para unir forças e experiências para conseguir estruturar ações de impactos sociais. A ASA possui grande expertise de formação popular e mobilização social e as duas instituições poderão, juntas, contribuir mutuamente para o desenvolvimento includente e sustentável da região.
Por fim, foi aprovada ainda ação de prevê o fortalecimento das administrações locais por meio de capacitação voltada para servidores municipais. A proposta é ministrar cursos para operação do SICONV - Sistema de Convênios do Governo Federal - para que as prefeituras de municípios pequenos possam formular e cadastrar projetos junto aos diversos Ministérios e entidades federais. A falta de informação de como elaborar projetos e cadastra-los é vista como um dos principais entraves para captação de recursos federais em obras e ações nos municípios de pequeno porte.