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Sustentabilidade
Superintendente da Sudene apresenta ações da Autarquia para pesquisa e desenvolvimento na área de energias renováveis
Evaldo Cruz Neto apresentou as contribuições da Sudene para fomentar o setor de energias renováveis Foto: Divulgação
A primeira edição do evento foi realizada nesta quinta-feira (14), no formato híbrido (presencial e digital). Evaldo – que participou do painel 1 – falou sobre pesquisa e desenvolvimento na área de energias renováveis. A apresentação do superintendente foi marcada pelas ações da Sudene em prol do setor, como o financiamento dos fundos regionais (FNE e FDNE), que só em 2020 foram responsáveis pelo repasse de R$ 8 bilhões para fomentar projetos de energias renováveis na área de atuação da Autarquia. Evaldo ressaltou que a busca por soluções para a crise hídrica que o País vem enfrentado levou à criação do FNE Sustentabilidade Energética, “uma linha de crédito para grandes empreendimentos do setor, com recursos previstos para 2021 e 2022”. Observou que o FDNE vem contribuindo, inclusive, para fomentar linhas de transmissão de energia. Além dos dois fundos, Evaldo Cruz Neto explicou que as empresas de energia podem acessar até 75% de redução do IRPJ, através dos incentivos fiscais administrados pela Sudene.
Ainda em relação ao FDNE, foi destacada a destinação de 1,5% para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). “Esses recursos estavam travados há cerca de uma década, mas conseguimos, no último ano, fazer a liberação financeira. São quase R$ 40 milhões apenas de recursos da Sudene, que serão aplicados em subvenção econômica para P&D”. Após essa conquista, a aposta da Sudene, segundo o gestor, vai ser a publicação de um edital de energias renováveis (que vem sendo construído em parceria com universidades, Banco do Nordeste, INSA e centros de pesquisa). O edital “será a semente inicial de um hub de energias renováveis”, que será um aliado para diversificar a cadeia produtiva e trará a possibilidade de discutir temas como hidrogênio verde, biocombustíveis produzidos com matéria prima nordestina, armazenamento de energia, geração de termelétrica sustentável, biomassa vegetal e animal, e geração de fonte de energia fotovoltaica, finalizou o superintendente.
O painel contou, ainda, com explanações sobre cenário atual e perspectivas para as energias solar e eólica no Brasil. Segundo Rafael Francisco Marques, especialista técnico regulatório da Absolar, o setor solar fotovoltaico brasileiro gerou, desde 2012, mais de 325 mil empregos, além de representar valor superior a R$ 56,4 bilhões em novos investimentos e a R$ 15,1 bilhões em arrecadação de tributos. Nesse período, foi evitada a emissão de 12,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica, destacou que o volume de instalações eólicas offshore anuais devem quadruplicar, passando de 6,1 GW em 2020 para 23,9 GW em 2025. Ela acredita que o crescimento deverá ser impulsionado por políticas governamentais, certificados verdes, leilões e licitações de tecnologias renováveis ou neutras. “Para alcançar o carbono zero, as instalações de energia eólica precisam crescer”, pois, segundo a gestora, as energias solar e eólica são as que menos emitem CO2. Elbia informou que nos próximos 10 anos o investimento global em energia limpa e infraestrutura precisa passar de US$ 380 bilhões em 2020 para US$ 1,6 trilhão até 2030, segundo a IEA.
O fórum foi prestigiado pelo governador da Paraíba, João Azevêdo, na abertura e no painel 2, que abordou potencialidades e empreendimentos de energias renováveis na Paraíba. As ações do estado em relação à política de incentivos fiscais; as oportunidades de investimentos; e os impactos econômico-sociais dos empreendimentos renováveis também destacados, respectivamente, pelos secretários executivos da Fazenda (Bruno Fonte), de Parcerias Público-Privada (Petrônio Rolim), e pelo diretor presidente do CINEP, Rômulo Polari.
Foram quatro painéis ao todo e ao final de cada um, o público – que participou de maneira remota – pôde fazer perguntas ou comentários sobre os temas abordados. O fórum foi realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de João Pessoa e o Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).