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Agricultura e psicultura
Sudene investe R$ 1 milhão nas cadeias produtivas do pescado e mandioca no Ceará
Iniciativas da Sudene buscam melhorar a qualidade dos produtos e aperfeiçoar as técnicas dos profissionais envolvidos nas cadeias produtivas dos pescados e da mandioca em municípios do Ceará. Arte: Ascom (Sudene).
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) irá fortalecer atividades produtivas estratégicas para o Ceará. A autarquia federal disponibilizou R$ 1,07 milhão através de dois termos de execução descentralizada para dois projetos no estado. Uma das iniciativas estabelece um programa de qualificação profissional de pescadores em Maranguape por meio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). O outro projeto, firmado em parceria com a Embrapa (unidade Semiárido) prevê ações de pesquisa e desenvolvimento de genótipos de mandioca mais produtivos e adaptados ao ambiente semiárido, sendo cultivados experimentalmente no município de Salitre. Os recursos foram liberados no final de 2021.
Em Maranguape, serão beneficiados cerca de 200 pescadores. O projeto prevê o investimento de R$ 860 mil no Programa Qualificar, iniciativa que busca melhorar a qualidade do pescado produzido e processado pelos profissionais filiados à colônia local. Os recursos serão utilizados para estruturação de um programa de qualificação profissional. O conteúdo programático da ação inclui temas como boas práticas de manipulação de alimentos, ajustes aos protocolos estabelecidos pelos governos Federal e Estadual para retomada de atividades de empresas do setor alimentício, gestão empreendedora, qualidade e educação ambiental.
O apoio da Sudene também prevê a aquisição e adequação de Entreposto Móvel para Processamento do Pescado (EMPP), estrutura que oferece suporte tecnológico e treinamento aos pescadores. A parceria com o IFCE também vai oferecer aos beneficiados uma série de avaliações das condições higiênico-sanitárias dos produtos processados, através de análise químicas e biológicas orientando em laboratórios especializados. Ao fim, os pescadores na região de Maranguape receberão orientações para melhoria da qualidade do pescado produzido. Estima-se que a conclusão das ações ocorra no final de 2023.
Pesquisa e desenvolvimento para melhoria da qualidade da mandioca
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidas pouco mais de 641 mil toneladas de mandioca no Ceará em 2020, gerando R$ 245 milhões em valor de produção. O órgão também apontou o município de Salitre como o maior expoente do estado, sendo a principal atividade econômica do município.
Apesar disso, foram encontradas oportunidades de melhoria. Aproximadamente 90% da produção do município é baseada na variedade local pretinha. A baixa variabilidade de cultivo é um fator de risco, por exemplo, em relação à existência de pragas e doenças que podem comprometer a produção. Foi motivada por cenário que a Sudene descentralizou R$ 210 mil para, em parceria com a Embrapa Semiárido - localizada em Petrolina (PE) - indicar genótipos de mandioca que sejam mais produtivos e com alta capacidade de adaptação aos ambientes de Serra e Chapada, localizados no município cearense anfitrião do projeto.
O plano de trabalho inclui a identificação das principais doenças, pragas e viroses da cultura da mandioca, além da indicação de cultivares do vegetal que sejam tolerantes tanto a estes fatores quanto ao estresse hídrico. Os especialistas também irão multiplicar o material propagativo da raiz com potencial de utilização do semiárido do Ceará e realizar ações de transferência tecnológica para os produtores locais através de palestras técnicas. A ideia é diversificar a produção, ampliando a oferta de bens com maior valor agregado. O prazo de execução do projeto é de 24 meses.
“Com essa ação, a Sudene demonstra versatilidade e capacidade de não somente captar no seu radar as oportunidades como direcionar investimentos tanto para capacitação de pessoal quanto para melhoria de produtos. Isso também representa a nossa aproximação com a área acadêmica na medida em que utilizamos para as nossas ações não somente as universidades como também os institutos federais. É um grande aprimoramento das nossas formas de atuar, ficando muito clara a atitude da Sudene de não somente de buscar novos investimentos como de aplicar nas mais diversas áreas produtivas do Nordeste”, comentou o superintendente, general Araújo Lima.
Por Agnelo Câmara (Ascom / Sudene)