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Sudene inicia série de webinar sobre desenvolvimento regional e inovação tecnológica
Um dos temas do evento foi o projeto da Sudene de capacitação de 2000 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE).
O tema central do evento foi saúde digital, com abordagem sobre estratégia a ser adotada no país até o ano de 2028, saúde digital na gestão municipal e o projeto de “Formação em Saúde Digital para Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate de Endemias (ACE)”, que a Sudene vem implementando em parceria com o Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Pernambuco (NUTES/UFPE).
O palestrante Lincoln de Assis Moura Júnior – diretor associado da Saúde da Accenture Brasil e membro da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde/SBIS – defendeu a “interoperabilidade” (capacidade de um sistema interagir ou se comunicar com outro), proporcionando uma maior integração das informações de saúde do cidadão. Lincoln acredita que a estratégia de saúde proposta para o País deve ter uma “visão estratégica, um plano de ação com atividades e etapas evolutivas associadas a essa visão e um plano de monitoramento e avaliação”. Para ele, o plano de ação deve contar com governança e liderança para a estratégia de saúde digital, informação dos três níveis de atenção à saúde, suporte à melhoria da atenção à saúde, formação e capacitação de recursos humanos, ambiente de interconectividade, além de ter o usuário como protagonista.
Diogo Demarchi Siva, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde/Conasems, enfatizou que a implementação da saúde digital na gestão municipal vem enfrentado desafios, como a grande quantidade de sistemas de informação, pouca ou nenhuma interoperabilidade e ausência de padronização na troca de informações. Diogo informou que o Conasems representa 5.570 municípios e aponta que o fortalecimento da saúde digital está atrelado, entre outras coisas, à obtenção de financiamentos, capacitação profissional, aposta em estratégias de engajamento do cidadão e conectividade com qualidade.
Projeto de Saúde Digital
Magdala de Araújo Novaes, do Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Pernambuco (NUTES/UFPE), apresentou o projeto de Saúde Digital, que vem sendo realizado em parceria com a Sudene. A proposta é capacitar Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), atendendo a todos os estados da área de abrangência da Sudene com a disponibilização de 2 mil vagas para o ensino à distância (EAD). Estão sendo ofertadas 400 vagas para Pernambuco; vindo em seguida os estados da Bahia (500 vagas); Ceará (300); Paraíba (150); Maranhão (150); Alagoas (100); Sergipe (100); Piauí (100); Rio Grande do Norte (100); Minas Gerais (50); e Espírito Santo (50). o público-alvo inclui gestores, profissionais de saúde, técnicos e agentes comunitários.
Os participantes contarão com curso teórico-prático por plataforma digital em nuvem, além do pós-curso das práticas digitais na rotina dos profissionais, com prazo de execução de dois anos. O investimento da Sudene no projeto é de, aproximadamente, R$ 1 milhão, disponibilizados por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED) e destinado ao Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE/Nutes). Segundo Magdala, o Brasil conta com 265 mil ACS e 59 mil ACE.
A formação desses agentes, de acordo com Magdala, deve resultar em agentes mais preparados para lidar com as tecnologias digitais em suas rotinas de trabalho, fortalecer a estratégia de saúde digital do Governo Federal na área de atuação da Sudene, ampliar ofertas e acesso às atividades educacionais à distância e disseminar o conhecimento.
O projeto busca soluções para a crise atual, decorrente da pandemia do coronavírus e está relacionado com ações previstas no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), elaborado pela Sudene. Entre os programas previstos no Plano está o de Desenvolvimento Social e Urbano, que trata da ampliação e melhoria da saúde pública.
Durante o evento de hoje, o diretor de Planejamento e Articulação de Políticas da Sudene, Raimundo Gomes de Matos, falou sobre a importância do projeto de saúde digital e destacou que a Autarquia vem mantendo uma interlocução positiva com o Ministério da Ciência, tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), sempre buscando melhorar a conectividade da área de abrangência da Superintendência. O gestor citou o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) Saúde, criado a partir de uma proposição apresentada pela Sudene ao Conselho Deliberativo da Autarquia, que pode ser uma opção de financiamento.
O evento de hoje é o primeiro de uma série de quatro encontros sobre “inovação para o Desenvolvimento Regional”, que além de abordar a saúde digital, vai abrir espaço para debater “APL Caprinocultura/Rota do Cordeiro”, “Rota da TIC” e “Convivência com o Semiárido”.
Confira o webinar: