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Agricultura
Sudene e Governo da Paraíba debatem ações do Programa InovaPalma para o pequeno produtor
Visita técnica ao município de Taperoá (PB) Foto: Antônio Tavares
João Pessoa (PB) – Em articulação com o Governo da Paraíba, a Sudene avalia a formatação de uma estratégia voltada para o pastejo direto da palma, diminuindo os custos financeiros com a alimentação animal, uma ação com impacto positivo especialmente para o pequeno produtor, mas que também pode beneficiar os médios e grandes. Nesse tipo de manejo, o animal se alimenta diretamente na plantação, diminuindo os gastos com a produção, já que as fases de colheita e beneficiamento são eliminadas e, consequentemente, o uso de máquinas agrícolas passa a ser desnecessário.
Apesar de todas as facilidades, “o pastejo direto ainda é pouco estudado e não existem protocolos estabelecidos sobre esse tipo de manejo da palma forrageira”, explica Aildo Sabino, engenheiro agrônomo da Sudene. É aí que entra a Autarquia, através do Programa InovaPalma, que tem o papel de “fomentar o desenvolvimento tecnológico para esse tipo de manejo, além de levantar informações sobre complementação, rotação ideal de pastagem, carga animal, entre outras”, complementa Aildo. O secretário do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba, Joaquim Hugo Vieira Carneiro, destaca a importância dessa contribuição que pode ser dada pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, uma vez que “tudo que se tem hoje sobre o pastejo direto é de forma empírica”.
Ainda segundo o secretário, a pesquisa científica sobre pastejo em palma forrageira deve buscar soluções para a mortalidade da planta decorrente “do pisoteio e do arranque da raiz, comuns nesse tipo de manejo”. Ele enfatiza a necessidade de criar um protocolo que estabeleça, entre outras regras, a forma de preparo do solo e a altura das forragens. Joaquim Hugo Vieira Carneiro também citou a necessidade de apostar no melhoramento genético, desenvolvendo novas variedades que se adaptem aos diferentes tipos de solo.
A primeira reunião para tratar do assunto aconteceu em João Pessoa. Além da Sudene e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca, o encontro foi prestigiado por representantes do sistema FAEPA/SENAR-PB, Instituto do Semiárido (INSA), Banco do Nordeste e Universidades de Campina Grande e da Paraíba. Também esteve presente o especialista na cultura de palma forrageira, Alberto Suassuna. Um dos desdobramentos da reunião foi a visita técnica ao município de Taperoá (PB) para conhecer experiências relacionadas ao plantio adensado e pastejo direto. A Sudene esteve representada por Mauro Póvoas, engenheiro agrônomo, que defende o pastejo direto por ser “a forma mais econômica para produzir carne e queijo”. Ele cita o exemplo da Nova Zelândia, que utiliza esse método e “vende o leite mais barato do mundo”.
Programa InovaPalma
O Programa InovaPalma é uma iniciativa da Rede Palma e tem o objetivo de fomentar e apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de ações voltadas para a palma forrageira, considerada estratégica para o semiárido, especialmente para a alimentação animal. Durante o seu lançamento, no início do mês passado, o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, anunciou que a Autarquia vai investir R$ 7,5 milhões no programa, mais especificamente na expansão; qualificação; pesquisa e desenvolvimento (os três eixos do InovaPalma). A expectativa é estruturar o programa até o final deste ano e começar a execução em 2024.
A Rede Palma foi criada em 2017 e se propõe a ampliar o debate, possibilitando a produção coletiva de subsídios técnicos sobre a palma forrageira, balizando a tomada de decisões sobre o tema e a manutenção de uma estrutura aberta de participação dos parceiros integrantes da Rede, envolvendo-os numa cadeia de compartilhamento dos mesmos valores e objetivos estabelecidos.
Por Carla Pimentel