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Sudene divulga resultados do Programa Cisternas 1ª água
O trabalho desenvolvido mostra que, além da redução de 29% na probabilidade de mortes, houve uma queda de 26% na probabilidade de internação hospitalar Foto: Agência Brasil
O projeto “Efeitos socioeconômicos do Programa Cisternas 1ª água (PC1A)” se propõe a avaliar os impactos do acesso à água de qualidade por meio de indicadores de mercado de trabalho e de saúde das pessoas beneficiadas. Os resultados são subsídios para decisões estratégicas do programa (expansão e reorganização, por exemplo) e políticas públicas que amenizem os efeitos negativos na qualidade de vida da população sujeita a secas prolongadas que caracterizam o semiárido.
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste divulgou os primeiros impactos do projeto nos indicadores de saúde e de mercado de trabalho. O trabalho desenvolvido mostra que, além da redução de 29% na probabilidade de mortes, houve uma queda de 26% na probabilidade de internação hospitalar, em virtude da diminuição de doenças relacionadas ao consumo de água. O efeito positivo foi mais evidente nos grupos de maior escolaridade, público em que foi observado um maior cumprimento das orientações para preservar a qualidade da água. Segundo a coordenadora de Avaliação e Estudos da Sudene, Maria da Glória Sistêlos, além da melhoria na qualidade de vida, programas que garantem o fornecimento adequado de água para a população que enfrenta escassez de recursos hídricos podem gerar desdobramentos entre duas ou mais gerações.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, uma internação no SUS custava cerca R$ 1.813,29 em 2020. “Considerando o total de 132.724 pessoas presentes na amostra que foram internadas antes do início do Programa Cisternas 1ª água, estima-se que o projeto levou a uma economia de cerca R$ 62,5 milhões aos cofres públicos”, explica Maria da Glória. Partindo da informação de que 44 mil indivíduos foram a óbito no período anterior ao início do programa e com base nas estimativas do efeito das cisternas sobre mortalidade, pode-se afirmar que houve uma redução de, aproximadamente, 12 mil mortes.
Em relação ao mercado de trabalho, houve um aumento, entre os beneficiados, de 14% na probabilidade de acesso ao emprego formal, em comparação com a média do período anterior ao programa. Foi registrado, ainda, que entre as pessoas contempladas pelo projeto que já possuíam emprego, houve um aumento de 7,5% nos rendimentos do trabalho. “Esses resultados são consistentes com o mecanismo de economia de tempo, uma vez que os grupos menos propensos a ofertar mais trabalho no domicílio, isto é, mais jovens e de menor escolaridade, foram aqueles para os quais o impacto do programa foi maior”, destaca Maria da Glória Sistêlos.
Os resultados do programa foram apresentados em encontro realizado este mês (10) com representantes da Sudene, Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Unicef, Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Associação para o Semiárido (ASA), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Controladoria Geral da União do Estado de Pernambuco (CGU-PE), Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (SESAU/AL), Banco do Nordeste (BNB), Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador do Estado de Pernambuco (SES-PE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social (LEPES). A reunião foi coordenada pelo general Marco César de Moraes, Superintendente substituto da Sudene, com moderação de Rafaella Arcila Melo, diretora de Planejamento e Articulação de Políticas, substituta.
Por Carla Pimentel