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Sudene debate utilização de plantas da Caatinga na geração de bioinsumos para agroindústria e para a área de saúde
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste está articulando atores para levantar os interessados em compor uma rede que fortaleça a participação de Pernambuco no projeto. Foto: Ascom (Sudene)
Recife (PE) – Por meio do Projeto Rede Impacta Caatinga, instituições governamentais, cooperativas, empresas públicas e privadas irão atuar em conjunto para utilizar plantas do bioma na geração de bioprodutos voltados para a área de saúde. Segundo José farias, economista da Sudene, a ideia é contemplar todos os estados do Nordeste, mas as discussões de hoje focaram em Pernambuco. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste “está articulando atores com a parceria do Estado para levantar os interessados em compor uma rede que fortaleça a participação de Pernambuco nesse projeto”, que será viabilizado por termos de Execução Descentralizada (TED) entre a Sudene e as Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que devem ser assinados no próximo mês, segundo Farias.
Durante o evento, a professora e pesquisadora Mônica Soares, da Rede Impacta Caatinga, falou sobre a necessidade de criar um Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS) no Nordeste, que já existe em nível nacional e conta com a participação de ministérios, institutos, empresas públicas e privadas, entre outros atores. Mônica explicou que pode ser “desenhado” um CEIS Nordeste Verde, voltado para a produção de insumos e produtos de saúde, priorizando o “desenvolvimento territorial da região, conservação dos recursos naturais, biodiversidade do bioma e mitigação das mudanças climáticas”.
Segundo a pesquisadora, a proposta é utilizar a estratégia de “APL 360º, associando a produção de alimento à produção de bioinsumos para a saúde em um arranjo produtivo agroecológico e regenerativo”, aproveitando as potencialidades do cultivo e das biomassas geradas. Nesse processo, o alimento produzido também vai gerar bioinsumos para cosméticos e medicamentos. Outro ponto que ela apontou como fundamental foi a agroindustrialização das associações e cooperativas, ampliando a capacidade de geração de renda. Farias destaca que uma das possibilidades que o projeto pode trazer “é o aumento do valor agregado dos produtos para a agricultura familiar”. José Farias elencou alguns dos produtos que podem ser utilizados, incluindo o maracujá da caatinga, umbu, pitanga e alecrim. Um novo encontro será realizado em outubro (dia a ser definido) para dar continuidade ao debate.
Por Carla Pimentel