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Sudene cria o seu Comitê Integrado do Semiárido e lança prêmio para fortalecer experiências bem sucedidas na região
Fotos: Ascom (Sudene)
Numa ação inédita, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) atendendo ao desafio lançado pelo superintendente João Paulo Lima, instalou o seu Comitê Integrado do Semiárido (CISA), na tarde desta segunda-feira (09/05), que envolve todas as instâncias da autarquia (diretorias e coordenadorias) para de forma integrada atuar na formulação de propostas de desenvolvimento sustentável e convivência com o Semiárido brasileiro, considerando os valores culturais e os princípios de justiça social. O Comitê Integrado do Semiárido em articulação com as diversas entidades de ensino, pesquisa, movimentos sociais e associações da sociedade civil irá contribuir na discussão e avaliação de políticas públicas que ofereçam oportunidades para milhões de pessoas que vivem na região. Além da instalação do Comitê, a autarquia também lançou o Prêmio SudeneSemiárido, que pretende reconhecer e fortalecer experiências bem sucedidas que já são realizadas na região.
“Os investimentos e projetos da Sudene não tem chegado naqueles municípios mais pobres da forma que deveriam. É preciso traçar estratégias, identificar prioridades, investir em ações que tragam retorno social. Por isso, a iniciativa de criar o Comitê Integrado para buscar caminhos e viabilizar projetos para região do Semiárido. Muitas mãos, cabeças e corações reunidos com um único objetivo. Por isso a importância de agregar ao trabalho dos técnicos da Sudene, instituições federais, como Instituto Nacional do Semiárido (INSA), os movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra (MST), as organizações da sociedade civil, como a Articulação do Semiárido (ASA) e o Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA), representantes políticos, como o deputado estadual Jeová Campos (PB), que estão hoje aqui conosco", declarou João Paulo.
Após sua instalação, o CISA iniciou a sua primeira reunião com a apresentação pelo INSA do projeto Reuso de Águas no Semiárido Brasileiro que a partir do tratamento dado a água de esgoto, irriga o plantio de palmas em terrenos propensos a desertificação. A planta, originária da caatinga, serve como rico alimento para animais nos períodos de seca e ainda reduz a necessidade dos animais de beber água em quase 50%. “É um projeto completo, que utiliza o esgotamento sanitário como adubo, produz alimento para os animais, reduz a quantidade necessária de água para manter os animais saudáveis, faz uso de terrenos secos e tem um custo baixo. A média de investimento é de R$ 1.153,00 por agricultor”, pontuou o diretor do Instituto, Salomão Medeiros.
A segunda apresentação foi realizada pelo Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA), que defende o uso massivo da energia solar. “Precisamos assumir o sol como a principal fonte de energia para o Semiárido. E para isso, precisamos pensar nas formas de viabilizar e promover através de incentivos fiscais empresas ou pessoas que adotem a energia renovável. Descontos no ICMS para as empresas ou a liberação do FGTS para pessoa física utilizar na compra de placas fotovoltaicas são opções simples de serem adotadas e de grande repercussão”, sugeriu o professor Walmeran Trindade, representante do CERSA.
Premiação – Entre as ações voltadas para a região está a criação do Prêmio Sudene Semiárido, que visa reconhecer e divulgar municípios, projetos e organizações que se destaquem em sua atuação. O prêmio é uma espécie de selo de qualidade para ações que realmente trazem a melhora da qualidade de vida do povo e promovam o desenvolvimento econômico e humano.
Serão reconhecidas ações nas áreas de governança, financiamento público de projetos ou incentivos fiscais e desenvolvimento sustentável. Podem ser de quaisquer áreas de interesse e de necessidade do Semiárido, tais como água e meio ambiente, renda e emprego, tecnologia, saúde, educação e infraestrutura e competitividade. Após a identificação desses projetos e instituições a Sudene fará visitas in loco com intenção de conhecer mais profundamente as ações relevantes desenvolvidas. A avaliação técnica das experiências contará com a parceria do IPEA com a Sudene.
"Ao instituir o Comitê Integrado e o Prêmio SudeneSemiárido, a autarquia se qualifica para participar de fóruns importantes de discussão e articulação de políticas para Região. Tudo isso é o resultado da iniciativa política do superintendente João Paulo e do esforço coletivo dos técnicos da Sudene e que tive a honra de participar na elaboração", afirmou George Meireles, coordenador geral de Cooperação e Articulação de Políticas.