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Desenvolvimento municipal
Sudene convida MAPA e ABDI para força-tarefa do Projeto de Desenvolvimento Federativo
A ampliação da força-tarefa de instituições leva mais alternativas de desenvolvimento para o Projeto de Desenvolvimento Federativo da Sudene. Arte: Ascom / Sudene.
Recife (PE) – A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste ampliou o apoio institucional para o Projeto de Desenvolvimento Federativo. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) passam a colaborar com a mais nova iniciativa da Sudene para fortalecer os municípios com indicadores sociais e econômicos mais críticos na área da autarquia. O apoio foi ratificado durante videoconferência realizada na última quinta-feira (14). As instituições se tornam integrantes da rede institucional formada pela superintendência para intercâmbio de experiências exitosas no âmbito do desenvolvimento regional.
Através do Projeto de Desenvolvimento Federativo, a Sudene selecionou municípios que apresentam índices socioeconômicos alarmantes, pouca assistência de ações do Governo Federal e menor organização das estruturas produtivas locais. Na fase inicial de implementação do programa, a Sudene selecionou 66 municípios (confira a lista no final da matéria), sendo cinco localidades das regiões intermediárias de cada um dos estados na área de abrangência da autarquia, além de um município-polo que integra a rede da estratégia territorial de implementação do Plano Regional de Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). Estes arranjos são chamados de células de desenvolvimento federativo.
A autarquia tem reunido instituições federais para a criação de uma força-tarefa para oferecer capacitações nas áreas de gestão e elaboração de projetos, além de articulação e apoio de ações voltadas ao agronegócio, finanças públicas, conectividade, comercialização e exportação de serviços. Outras possibilidades de apoio podem ser identificadas a partir do levantamento continuo realizado com as gestões municipais que integram o projeto.
“Em algumas situações, a centralidade não permite transbordar o dinamismo delas, já que, no entorno, há municípios pequenos e frágeis perdendo o seu protagonismo econômico. A proposta da Sudene foi no cerne da configuração regional, casando com o problema regional que se manifesta no Nordeste, ressaltando o princípio da solidariedade regional. Ela se adere bastante à Política Nacional de Desenvolvimento Regional. É uma tarefa necessária e o ministério da agricultura pode contribuir bastante”, avaliou a diretora do Departamento de Programas Territoriais Rurais (Deproter), do Ministério da Agricultura, Adriana Melo Alves, uma das participantes da videoconferência com a Sudene.
A gestora sugeriu que haja um cruzamento das bases de dados da Sudene com o Agronordeste, para identificar como está a situação do programa em relação às células de desenvolvimento federativo criadas pela Sudene. Adriana Melo destacou que a governança do projeto dispõe de comitês estaduais mobilizados, que também podem contribuir com a iniciativa da superintendência. “Também podemos contar com a rede de institutos federais e universidades. Em municípios menores, essas instituições podem funcionar como agências de desenvolvimento, sendo mobilizadas para difusão de tecnologia, fomento ao desenvolvimento produtivo e formação de jovens”, afirmou.
Para a diretora de inovação do Mapa, Sibelle de Andrade Silva, a iniciativa da Sudene é capaz de mostrar que o Nordeste tem grande potencial para crescer a partir da convergência de ações voltadas ao agronegócio digital. A gestora destacou que o olhar para os municípios é capaz de identificar experiências exitosas e mapear carências para aumentar a conectividade desses locais.
O ministério da Agricultura também foi representado pelo diretor técnico do Agronordeste, Paulo Eduardo de Melo, e pelo coordenador-geral de Conectividade Rural, Alaercio Londe da Silva.
Parceira da Sudene em iniciativas de construção de ambientes de demonstração de tecnologias para cidades inteligentes, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial também participou da videoconferência. O gerente de novos negócios da ABDI, Tiago Faierstein, acenou positivamente para a iniciativa da autarquia federal. “Podemos atuar na criação de áreas de experimentação de tecnologias, a exemplo da rede 5G, especialmente para pequenos e médios municípios. A expansão do acesso a essa plataforma habilita uma série de novas possibilidades, como as teleconsultas na área de saúde”, explicou Tiago.
O superintendente da Sudene, general Araújo Lima, agradeceu o engajamento das instituições convidadas e ressaltou que o Projeto de Desenvolvimento Federativo tem como objetivo maior contribuir com a redução dos desníveis sociais da área de atuação da autarquia federal. “Também queremos transformar o Nordeste em referência no beneficiamento de produtos, não apenas ser uma região fonte de insumos. Por isso, atuamos tanto com a articulação de parceiros”, complementou.
Sudene é convidada para integrar Comitê Central de Coordenação do Agronordeste
Durante a reunião, a Sudene foi convidada para ocupar assento no Comitê Central de coordenação (CCC) do plano Agronordeste. A identificação de ações convergentes motivou o convite pela diretora Adriana Melo. Segundo a representante do Mapa, a presença da Sudene agrega valor significativo ao desenvolvimento do território rural nordestino.
Lançado em 2019, O Agronordeste é um plano de ação para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural na área de atuação da Sudene, com foco em cadeias produtivas para as quais a região tem aptidão histórica. O projeto dispõe de três tipos de frentes de trabalho: ações diretas, sob demanda e concentradas.
Entre os principais desafios do projeto, estão a melhoria do acesso ao crédito e assistência, promover a conectividade no campo, estimular a criação de novas oportunidades para a juventude rural.
Confira a lista de municípios participantes do Projeto de Desenvolvimento Federativo da Sudene:
• Alagoas: Arapiraca, Belém, Belo Monte, Campo Grande, Maribondo e Tanque d'Arca;
• Bahia: Andorinha, Jaguarari, Juazeiro, Pilão Arcado, Sobradinho e Umburanas;
• Ceará: Abaiara, Farias Brito, Granjeiro, Jati, Juazeiro do Norte e Missão Velha;
• Espírito Santo: Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Colatina, Linhares, Pancas e Pinheiros;
• Maranhão: Alto Parnaíba, Balsas, Loreto, Sambaíba, São Raimundo das Mangabeiras, Tasso Fragoso;
• Minas Gerais: Riacho dos Machados, Lassance, Glaucilândia, Guaraciama, Montes Claros, Olhos-d'Água;
• Paraíba: Campina Grande, Parari, Santo André, Cubati, Juazeirinho e Olivedos;
• Pernambuco: Calumbi, Carnaubeira da Penha, Mirandiba, Santa Cruz da Baixa Verde, Serra Talhada e Betânia;
• Piauí: Floriano, Paes Landim, Pajeú do Piauí, Ribeira do Piauí, São José do Peixe e Canavieira;
• Rio Grande do Norte: Frutuoso Gomes, Messias Targino, Mossoró, Patu, Porto do Mangue, Triunfo Potiguar;
• Sergipe: Frei Paulo, Gracho Cardoso, Itabaiana, Nossa Senhora Aparecida, Ribeirópolis, São Miguel do Aleixo.
Por Agnelo Câmara