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Desenvolvimento regional
Sudene articula liberação para a produção de macroalgas no Nordeste
Esse foi o tema central de reunião com representantes da Autarquia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Secretária de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizada no dia 22.
O superintendente da Sudene, general Araújo Lima, apresentou ao secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jairo Gund, um histórico da articulação institucional que vem fazendo para regulamentar a produção e comercialização de macroalgas na área de atuação da Autarquia. A ideia é utilizar o potencial do litoral nordestino para tornar o país autossuficiente na produção destes insumos de origem marinha, aproveitando as habilidades de trabalho das populações litorâneas, contribuindo para a geração de emprego e renda e fortalecendo a produção de fertilizantes, medicamentos, entre outros produtos.
O esforço da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é para conseguir autorização dos órgãos competentes, a exemplo do Ibama, para realizar pesquisas no mar e iniciar a produção de algas da espécie Kappaphycus alvarezii de forma sustentável. Uma das etapas da articulação que a Sudene vem realizando foi a criação da Rede Macroalgas Nordeste, focada no apoio a produtores, especialistas e outros atores envolvidos com o cultivo de algas, com o objetivo de levantar os principais gargalos e fomentar a atividade produtiva. Ela é formada por representantes da Sudene, pesquisadores, produtores, professores e empreendedores interessados na estruturação da cadeia produtiva de macroalgas. Um desses parceiros é o professor Malouri Cabral (UFRN), que também participou da reunião.
A Rede está avaliando as práticas já existentes no Nordeste envolvendo o cultivo do vegetal, a exemplo do que ocorre nos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, verificando a viabilidade de construção de uma cadeia produtiva em toda a região. “A Rede Macroalgas Nordeste tem como objetivo principal gerar emprego e renda através da produção de macroalgas, apresentando-se como agente fomentador de implantação, desenvolvimento, pesquisa de toda a cadeia produtiva”, enfatizou o superintendente da Sudene.
A reunião aconteceu de forma híbrida (presencial e online) Foto: Ascom (Sudene)
As propostas da Rede incluem agrupar os diversos produtores e pesquisadores de macroalgas para sistematizar a produção das espécies existentes; manter em rede permanente os produtores de macroalgas e compradores da matéria prima nacionais e internacionais; apoiar o processo de autorização da produção da espécie Kappaphycus Alvarezii no litoral do Nordeste junto ao MAPA e ao IBAMA; estruturar e orientar a cadeia produtiva de macroalgas e suas relações no âmbito da Região Nordeste; acompanhar, monitorar e aprimorar a produção e comercialização das macroalgas. Jairo Gund destacou a importância da Sudene nesse processo, por ser uma instituição “com o olhar do desenvolvimento regional, atuando de forma coordenada para que essa ação se efetive o mais rápido possível”.
Durante o encontro foi destacado que o Brasil está na 4ª posição entre os maiores consumidores de fertilizante (China, Índia, EUA e Brasil) e que o percentual de importação de potássio do País é de cerca de 95%. “A demanda brasileira por potássio em 2021 foi de 41 milhões de toneladas, equivalente a mais de US$ 14 bilhões”, de acordo com apresentação feita pela Sudene. O general Araújo Lima informou que a Superintendência pretende fomentar as atividades produtivas das macroalgas por meio de seus instrumentos de ação (incentivos fiscais e fundos regionais de desenvolvimento).
Foram apresentadas como ações futuras o mapeamento das cooperativas e associações com atividades marítimas, o estabelecimento de diálogo com o mercado produtor e órgãos licenciadores, além da elaboração de uma cartilha para capacitação técnica de produção das principais espécies de macroalgas. A ideia da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é disponibilizar o produto para os produtores das cooperativas e associações identificadas preliminarmente. Está prevista, ainda, estruturação de projetos piloto e de pesquisa.
Por Carla Pimentel