Notícias
Servidora da Sudene ganha Prêmio Paulo Haddad
A servidora da Sudene e economista Tássia Germano de Oliveira recebeu o prêmio Paulo Haddad durante o XIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (ENABER). A premiação tem como objetivo incentivar a produção intelectual de estudantes brasileiros. O trabalho de Tássia, que compõe a equipe da Coordenação-Geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e Inovação, da Diretoria de Planejamento da Sudene, aborda a configuração da segregação residencial na cidade do Recife, no período entre os anos de 2000 e 2010.
O estudo mostra como a segregação – definida como distribuição desigual de membros de uma população dentro de um espaço geográfico ou categorias, como gênero, faixa de rendimento e escolaridade – pode impactar nos resultados sociais e econômicos da população. “Os resultados sociais e econômicos (renda, emprego, condições de saúde, escolaridade) são influenciados pelo ambiente social em que se vive. Influência que ocorre através de imposição de parâmetros de comportamento (por exemplo, quando e como se deve estudar), da existência de redes de relações sociais (o que permite acesso a informações mais ou menos importantes sobre emprego, por exemplo) e da presença local de um sistema de valores (como uma comunidade analisa uma ação criminosa ou ilegal, por exemplo)” explica Tássia.
Segundo a pesquisa, um elevado grau de segregação espacial normalmente está relacionado a condições de vidas precárias para os grupos sociais menos favorecidos, podendo atuar na “reprodução da pobreza”. Um dado importante demonstra que os responsáveis com rendimento superior a 10 salários mínimos, integrantes do grupo dos mais ricos, residem em localizações privilegiadas, com infraestrutura urbana adequada e próximas das “amenidades locais”, como parques, praças, praias e o Rio Capibaribe. Por outro lado, os pobres habitam em locais com amenidades e serviços públicos escassos ou de baixa qualidade.
Para Tássia, a pesquisa pode subsidiar o poder público a identificar sub-regiões mais críticas e apontar as políticas públicas a serem adotas para combater as consequências negativas da segregação, como a desigualdade de oportunidades, por exemplo. Sobre a relação da pesquisa com as atividades da Sudene, Tássia enfatiza que a Autarquia tem um papel de articulação junto aos governos estaduais e municipais de sua área de atuação, podendo replicar o estudo nos principais centros urbanos e contribuir para atenuar os desníveis verificados dentro da própria Região Nordeste, proporcionando um desenvolvimento mais inclusivo.