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Projeto financiado pela Sudene desenvolve cadeia produtiva de fitoterápicos a partir de plantas do semiárido nordestino
Foto: UFPE
Que tipo de riquezas e recursos o semiárido e seu principal bioma, a caatinga, podem oferecer ao Nordeste? Um projeto que conta com investimentos da Sudene pretende mostrar que é possível estabelecer, na região, uma cadeia biossustentável de plantas medicinais e alimentos orgânicos. Consolidando uma das primeiras etapas desta iniciativa, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), parceria da autarquia no projeto, e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) formalizaram, no último dia 8, acordo na área de bioprodutos da caatinga para a saúde. As instituições atuarão em municípios dos estados de Pernambuco, Paraíba e Piauí.
O trabalho conjunto prevê o estabelecimento de ações de controle de qualidade (químico, microbiológico e molecular) para comprovar as propriedades dos bioprodutos desenvolvidos. As pesquisas e análises serão realizadas no laboratório de bioprospecção do Insa. A ideia também é oferecer um guia de boas práticas de cultivo e processamento para garantir a excelência das mercadorias.
Outra preocupação da iniciativa é considerar as vocações dos municípios e com isso, atingir perfis sociais, econômicos e ecológicos diferenciados. As orientações prestadas durante a execução do projeto almejam a organização dos arranjos produtivos a partir da sistematização dos processos de produção, desde o cultivo das plantas à comercialização dos produtos.
No total, seis municípios participarão da cadeia produtiva: Caruaru, Surubim, Garanhuns e Brejo da Madre de Deus em Pernambuco, Campina Grande (Paraíba) e Picos, no Piauí.
PRIMEIROS PASSOS
O projeto desenvolvimento da cadeia biossustentável de plantas medicinais e fitoterápicas teve seu início em 2014, abrangendo a região metropolitana do Recife. As atividades de pesquisa vêm acontecendo no Centro de Biociências da UFPE desde novembro daquele ano, envolvendo uma equipe multidisciplinar formada por professores, pesquisadores graduados e alunos de iniciação científica.
Nesta primeira etapa, o trabalho desenvolvido focou o mapeamento de plantas e o aperfeiçoamento de técnicas já desenvolvidas nas oficinas de manipulação de produtos fitoterápicos tradicionais produzidos nesta região.
Participaram da iniciativa o Centro de Saúde Alternativa da Muribeca (Cesam), Centro de Formação e Educação de Medicina Popular (Cefomp) e o Centro de Práticas Naturais de Saúde de Camaragibe (Cepransc). As comunidades atendidas pelo projeto tiveram a consultoria especializada de técnicos com expertise em controle de qualidade Química, Microbiológica, Molecular, Botânica por Imagem e Botânica Tradicional. Os pesquisadores buscaram estabelecer um padrão de qualidade botânica, química, microbiológica e molecular para laboratórios produtores de plantas medicinais e fitoterápicos.
Para a coordenadora-geral de estudos e pesquisas, avaliação técnica e inovação da Sudene, Albertina Pereira, um dos principais legados deste projeto é a sua capacidade de conferir processos de qualidade aos produtos desenvolvidos pelas comunidades beneficiadas, ajudando-as a conquistar seu espaço no mercado. “Durante a primeira etapa do projeto, realizada na região metropolitana do Recife, pudemos entregar um manual técnico com orientações de produção, ajudando os profissionais a garantir a qualidade dos produtos. Há uma preocupação com o lado empreendedor destas comunidades”, explicou a coordenadora.
O investimento total da Sudene neste projeto é de pouco mais de R$ 3 milhões.
Com informações do INSA e UFPE.