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Projeto de fitoterápicos apresenta bons resultados
Foto: Ascom / Sudene
Os coordenadores do projeto, Cláudia Sampaio de Andrade Lima e Ricardo Yara (professores da Universidade Federal de Pernambuco), apresentaram as etapas do projeto e os resultados obtidos durante encontro realizado na Sudene nesta terça-feira (03). Cláudia explicou que o trabalho consistiu em estabelecer padrão de qualidade botânica, química, microbiológica e molecular a laboratórios produtores de plantas medicinais e fitoterápicos que funcionam em comunidades da Região Metropolitana do Recife. Entre esses laboratórios estão o Centro de Educação em Formação em Medicina Popular/CEFOMP – localizado em Paulista, Centro de Saúde Alternativa de Muribeca/CESAM, em Jaboatão dos Guararapes e Centro de Práticas Naturais de Saúde de Camaragibe/CEPRANSC. Representantes das comunidades participaram do encontro realizado hoje e receberam um certificado, atestando o alto padrão de qualidade dos laboratórios.
O apoio às comunidades contou com realização de oficinas de capacitação com difusão de conhecimentos específicos sobre plantio, manejo, boas práticas de laboratório e educação para sustentabilidade; coleta de amostras de solo para identificação de parâmetros limitantes no cultivo; entrega de apostilas sobre cuidados no cultivo de plantas medicinais e sobre Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) para obtenção de garantia de qualidade na manipulação e produção de fitoterápicos.
Equipes da Universidade realizaram visitas aos laboratórios para coleta de material reprodutivo e registraram 68 fitoterápicos. Os laboratórios estão produzindo, inclusive, medicamentos com eficácia comprovada no combate a bactérias resistentes. Outra ação do projeto é o desenvolvimento de um aplicativo para celular capaz de fazer análise das plantas por imagem. Segundo Cláudia, uma das vantagens de obter informações precisas sobre as plantas é a redução no número de casos de intoxicação.
PROJETO
Cláudia e Ricardo consideraram o projeto “exitoso” e ressaltaram a importância do engajamento da equipe, das comunidades e da Sudene. A autarquia repassou para a UFPE R$ 2 milhões, viabilizados através de Termo de Execução Descentralizada (TED), o qual está sob a responsabilidade da Coordenação-Geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação Técnica e Inovação (CGEP)/Diretoria de Planejamento.
A parceria Sudene/UFPE terá continuidade através de um novo projeto intitulado “Cadeia Biossustentável de Plantas Medicinais, Fitoterápicas e Produtos Orgânicos de Interesse Econômico em Arranjo Produtivos Locais do Semiárido Nordestino”. Será monitorada a implantação do padrão de qualidade das 12 principais plantas medicinais, fitoterápicos e 12 produtos orgânicos vegetais, por meio de análises laboratoriais, selecionados entre seis Arranjos Produtivos Locais situados em seis municípios do Semiárido.
A CGEP ressalta que esse novo projeto “propiciará a consolidação das ações realizadas nos Laboratórios da UFPE no primeiro ano (2014/2015 – Projeto anterior em parceria com a Sudene). Com isso, permitindo que ao longo dos anos subsequentes, outros municípios sejam engajados e esta rede seja consolidada e fortalecida”. O repasse de recursos também será através de Termo de Execução Descentralizada (TED), no valor de R$ 1.025.000,00.
As ações em curto prazo (2016-2018) incluem ampliação de treinamento, capacitação e análises de produtos no Semiárido e em outras microrregiões, além da aquisição de um ônibus que será transformado em um laboratório itinerante. Posteriormente, serão desenvolvidas ações para automatizar o controle de qualidade molecular nos segmentos de plantas medicinais, rastreamento de transgênicos, identificação da origem da produção apícola (plantas e abelhas) e realização da rastreabilidade de pescados e outros bioprodutos.
Os diretores de Planejamento e de Gestão de Fundos e Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Sérgio Alencar e Ricardo Barros, respectivamente, ressaltaram a importância do projeto. Esse tipo de ação “traz avanço tecnológico e científico, proporcionando o desenvolvimento de expertise e inserindo a Região no mercado”, enfatizou Ricardo Barros.