Notícias
Energia e infraestrutura
Potencial do Nordeste no mercado de hidrogênio verde é tema de reunião na Sudene
Hidrogênio verde tem sido pauta das articulações da Sudene para inserir o Nordeste na agenda de debates mundiais sobre o tema. Região tem grande potencial como produtora da commodity. Arte: Ascom (Sudene).
Recife (PE) – Dando continuidade à agenda de debates sobre o potencial do Nordeste no mercado do hidrogênio verde, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) recebeu em audiência dirigentes da representação brasileira da empresa Qair, multinacional produtora independente de energia que atua no segmento de geração e transmissão do ativo a partir de fontes renováveis. A videoconferência ocorreu ontem (28).
“Não podemos deixar de acompanhar o debate e, quando possível, propor sugestões nas áreas de infraestrutura, logística e marco legal quando o assunto é hidrogênio verde. A discussão sobre o tema nos fortalece na medida em que ele estimula o desenvolvimento sustentável da nossa região”, comentou o superintendente da Sudene, General Araújo Lima.
O hidrogênio verde é obtido a partir da eletrólise, processo que utiliza corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio existente na água. Caso a eletricidade seja proveniente de fontes de energias limpas, como as de matrizes eólica e solar, a produção de energia com base nas moléculas de H2 ocorre sem emissão de dióxido de carbono na atmosfera, tornando-se um processo limpo.
Dada a vocação natural do Nordeste na produção de energias de fontes eólica e fotovoltaica, o hidrogênio verde torna-se um dos temas mais recorrentes envolvendo a economia da região quando o assunto é o futuro dos mercados energéticos nacional e internacional.
Diretor de operações da Qair Brasil, Gustavo Silva também reconheceu a posição favorável do Brasil e do Nordeste no cenário. “As relações comerciais fortalecidas com os mercados americano e europeu, associados aos recursos eólicos e solares no Brasil, as grandes extensões territoriais e de rede elétrica em torno das fontes renováveis projetam favoravelmente o país e o Nordeste no mercado de hidrogênio verde”, comentou. A empresa francesa conduz, atualmente, investimentos em dois projetos de produção de hidrogênio verde localizados nos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), com capacidade de 2240 mw cada e investimento total de US$ 6,75 bilhões, com operação comercial progressiva de 2026 a 2031.
O encontro entre a Sudene e a Qair Brasil também debateu a importância da construção de uma agenda de debates sobre novos modelos de financiamento, incentivos para a cadeia produtiva e o marco regulatório do hidrogênio verde no Brasil.
Recentemente, a superintendência participou da Hydrogen Dialogue 2022, na Alemanha. O encontro foi em Nuremberg e a apresentação da Sudene abordou o potencial de geração de energia renovável do Nordeste brasileiro e os instrumentos oferecidos pelo Governo Federal para apoiar o investimento estrangeiro.
Por Agnelo Câmara