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Potencial da biomassa para geração de energia sustentável é debatido na Sudene
Foto: Ascom/Sudene.
Como autarquia promotora do desenvolvimento sustentável e inclusivo da sua área de atuação, cabe à Sudene pensar e promover estratégias que promovam o potencial do Nordeste nos mais variados campos, sendo um deles a questão da geração de energia. Sensível a este tema, a entidade promoveu hoje o “I Encontro de Energia e Meio Ambiente: a inserção da biomassa na matriz energética”. Contando com apresentações de instituições parceiras, o encontro abordou o tema sob várias perspectivas, desde a análise da inserção da biomassa na socioeconomia do Nordeste a estratégias para o uso de tecnologias pela indústria para geração limpa de energia.
Já na abertura do evento, o diretor de fundos e incentivos da Sudene, Ricardo Barros, ratificou a importância da reunião e a necessidade de “haver sintonia da Sudene com o tema proposto”, numa tentativa de enxergar a utilização da biomassa como ativo fundamental para a busca da geração limpa de energia no Nordeste.
Convidado pela Sudene para apresentação sobre a o contexto das ações para análise da inserção da biomassa na socioeconomia do Nordeste, o superintendente do Ibama em Pernambuco, Francisco Barreto Campelo, declarou que “a economia nordestina só se mantém competitiva se olhar para a causa energética. E completou: “Devemos pensar o desenvolvimento da região, seu perfil e os compromissos assumidos mundialmente pelo Brasil com relação à sustentabilidade”.
Mas, por que ter olhar especial para a biomassa como fonte de energia renovável? Carla da Costa Lopes Achão, superintendente adjunta da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, ligada ao Ministério de Minas e Energia), apresentou dados do Balanço Energético Nacional 2016 (ano base 2015) que ratificam crescimento da participação deste insumo na matriz energética brasileira. Em 2015, a energia produzida a partir de fontes renováveis representou 41,2% do total nacional. Deste valor, a biomassa representou 29,2%, incluindo biomassa de cana-de-açúcar (16,9%), lenha e carvão vegetal (8,2%) e lixívia/outras biomassas (4,1%). “É uma tendência perceber que o uso da biomassa pode superar o uso dos derivados de petróleo”, analisou.
Ainda de acordo com o levantamento, a indústria (46,2%), transportes (21,6%) e alimentos e bebidas (24,7%) foram os setores mais representativos no consumo de energia oriunda do uso de biomassa. O estudo completo está disponível aqui.
Recorte nordestino
Um dos desafios da Sudene com relação ao mapeamento do potencial energético do Nordeste a partir do uso da biomassa é reunir informações dos estados de sua área de atuação. Por isso, uma das propostas apresentadas pela autarquia durante o encontro de hoje é aperfeiçoar a articulação junto aos estados para produção de um balanço energético regional. Também espera-se que o trabalho possa apontar estratégias para combater a extração informal e desordenada da biomassa, especialmente na região do semiárido.
Tecnologia e sustentabilidade
A programação do encontro ainda contou com as apresentações do Instituto Nacional de Tecnologia, que abordou o uso sustentável (ou não) da biomassa e sua relação com emissões de gases de efeito estufa.
Em seguida, o Centro de Produção Industrial Sustentável (Cepis), tratou sobre os aspectos tecnológicos das indústrias que usam a biomassa florestal como fonte primária de energia, numa tentativa de conciliar a redução do impacto na natureza ao crescimento das empresas.O Cepis dispõe de uma espécie de certificação (Produção Mais Limpa, ou P+L), que atesta o grau de produtividade de uma organização associada à redução dos gastos com materiais e energia.
A Associação de Plantas do Nordeste (APNE) trouxe resultados preliminares do estudo sobre demanda e oferta de biomassa na socioeconomia regional.
Na parte final do encontro, as instituições participantes deliberaram sobre contribuições institucionais para definir estratégias voltadas ao cumprimento das metas assumidas pelo Brasil com relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas (iNDC) no contexto do Acordo de Paris.