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PE 4.0 encerra programa com capacitações, projetos e lançamento de rede de inovação na indústria local
Ação envolveu técnicos da Sudene, academia, empresas e gestores para a formação de um ambiente de inovação a partir das tecnologias e processos típicos da Indústria 4.0. Foto: Ascom (Sudene).
Recife (PE) – A transformação digital da indústria de Pernambuco alcançou uma nova etapa nesta quarta-feira (17). A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) apresentou os resultados do Programa de Revitalização da Indústria Nordestina – PE 4.0 durante evento ocorrido na sede da autarquia em Recife. A ação recebeu investimentos de R$ 340 mil pela superintendência para promover a capacitação de gestores e o estímulo à criação de novos projetos considerando as premissas estabelecidas pela chamada indústria 4.0. Também conhecido por quarta revolução industrial, o conceito envolve uso de automação e integração de tecnologias e processos para melhoria de produtividade e desempenho.
“Essa iniciativa veio a partir da participação da Sudene no programa Rotas de Integração, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. A ideia é estruturar um novo arranjo produtivo, desta vez na área de tecnologia da informação, no sistema produtivo regional. Por isso, abrimos um edital com recursos próprios para selecionar parceiros que pudessem nos ajudar a implementar a transformação digital na indústria”, explicou a coordenadora-geral de Desenvolvimento Sustentável da Sudene, Beatriz Lyra.
Avaliação inédita
A iniciativa ocorrida em Pernambuco realizou um diagnóstico inédito do setor no estado, que contou com a participação de 10 indústrias. O levantamento identificou as prioridades de investimentos, gargalos para a transformação digital e o nível de maturidade em indústria 4.0. De acordo com o estudo, as principais lacunas apresentadas estão relacionadas à análise de dados, integração da cadeia de suprimentos, rastreabilidade, infraestrutura e segurança. “De maneira geral, a indústria local apresenta um nível de maturidade baixo. As empresas de grande porte já apresentam iniciativas, programas e departamento de indústria 4.0. As menores, por sua vez, o nível é inexistente. O desafio, então, está nos pequenos negócios, que precisam de estratégia e políticas públicas para aproximá-los do ambiente de inovação”, comentou o professor Djalma Guimarães, coordenador do projeto na Universidade de Pernambuco.
O acadêmico também destacou que o conceito de indústria 4.0 precisa ser interpretado como uma atividade que pode fazer parte da rotina de qualquer empresa, não apenas aquelas consideradas de grande porte. “É preciso desmistificar a ideia de que indústria 4.0 é algo de grande empresa. É agregar inteligência ao processo de produção. E o programa nos mostrou que precisamos de estratégias específicas diferenciadas para as empresas de menor porte, dentro das cadeias produtivas locais”, disse.
Projetos com foco em problemas reais
Em cada empresa participante, foram destacados dois gestores para serem capacitados pelo programa, além de um estudante de pós-graduação selecionado por edital para também integrar esta equipe. O objetivo da qualificação foi estimular o desenvolvimento de soluções que pudessem contribuir com a resolução de entraves reais nos empreendimentos. As propostas deveriam utilizar pelo menos uma tecnologia habilitadora 4.0, incluindo inteligência artificial, ciência de dados, realidade aumentada, internet das coisas, entre outras.
“O benefício desse tipo de iniciativa é que se torna mais fácil distinguir o problema que pode ser resolvido através do mercado daquele que a academia é capaz de resolver. E além disso, temos a vantagem de que as novidades podem ser compartilhadas por toda a cadeia produtiva que participou do projeto”, disse o professor Gilberto Dênis de Souza Leite Filho, mentor do programa.
Entre alguns exemplos de projetos desenvolvidos estão um sistema de inteligência artificial para detecção de ocorrências de falhas na indústria avícola; linha robotizada para esmaltação de louças e controle e detecção de vidros fora da especificação.
Desenvolvimento pessoal
Profissionais que participaram do programa de revitalização da indústria destacaram os benefícios do projeto na carreira, na adoção de novas práticas nas organizações e no fortalecimento dos quadros de pessoal nas empresas. “Sentia falta da aproximação entre a universidade e a indústria. Poderíamos potencializar o desenvolvimento dos alunos e a própria indústria poderia usufruir mais do meio acadêmico. Fico feliz por essa iniciativa porque algumas pessoas que participaram do programa hoje pertencem ao quadro da empresa. Então hoje a gente já consegue exportar conhecimento”, disse Stevie Bruno de Lima Sousa, residente do programa e gestor da Unilever.
Na avaliação de Aristóteles Neto, da Vivix Vidros Planos, o projeto permitiu a incorporação de novos processos que facilitaram a tomada de decisão na empresa. “Tínhamos a impossibilidade de usar os dados que estavam no chão de fábrica, nas máquinas, e poder tomar uma decisão de curto prazo. Com tudo o que desenvolvemos dentro do PE 4.0, a gente já conseguia (depois de meses) coletar dados, criar relatórios, usar a nuvem industrial e, depois, o uso de inteligência artificial e troca de dados de sistemas já eram realidade na empresa”, comentou.
Já Thiego de Oliveira, da Stellantis, salientou o valor agregado que a ação da Sudene deixou na carreira profissional do gestor. “Há o lado do crescimento pessoal. Por fazer parte do programa, fui visto e indicado para uma área mais estratégica da empresa. É benéfico a Sudene investir junto com a UPE nas pessoas da região, fazendo com que elas possam crescer”, afirmou.
Próximos passos
Para consolidar novas etapas do projeto, a Sudene propôs a criação de núcleos estaduais de indústria 4.0. Os grupos contarão, a princípio, com a participação dos parceiros, residentes bolsistas e indústrias que já estiveram presentes no programa de revitalização das indústrias. A iniciativa faz parte do Programa NE 4.0, uma extensão de nível regional das atividades desenvolvidas pela Sudene no estado de Pernambuco. “A organização e adoção dos paradigmas da indústria 4.0 são fundamentais para a competitividade e melhoria para a ampliação de mercados”, explicou José Farias, economista da Sudene.
A partir da composição dos grupos, a autarquia espera constituir novas parcerias para fortalecer o programa e ampliar o processo de digitalização da indústria.
Por Agnelo Câmara
Assessoria de Comunicação Social e Marketing Institucional (Sudene)
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