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Sudene e UFPE apontam alternativas para o setor elétrico nordestino
Estimular a diversificação da malha energética do Nordeste e fomentar projetos que contribuam para este fim tem sido uma das bandeiras defendidas pela Sudene para o desenvolvimento sustentável da região. Na tarde desta quinta-feira (09), a autarquia deu mais um passo com relação a duas iniciativas que apontam horizontes positivos para o desenvolvimento do uso das energias solar e eólica. Na edição de hoje da série de palestras “Café com Sustentabilidade”, evento promovido pela Sudene, os técnicos da autarquia receberam pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco e convidados da iniciativa privada para debaterem o andamento de dois Termos de Execução Descentralizada (TEDs) firmados entre a autarquia e o centro acadêmico.
Formalizados em 2015, os projetos debatidos hoje apresentaram perspectivas promissoras para a causa energética. Um investiga as características da geração de células e módulos fotovoltaicos orgânicos, tecnologia que pretende alavancar o potencial energético solar ainda pouco explorado no Brasil. O outro busca estabelecer uma área de ensaios para aerogeradores de pequena e média potência visando a geração distribuída de energia. Neste caso, a pesquisa avalia características desta tecnologia considerando as demandas do mercado brasileiro e na avaliação de ensaios que possibilitem a adaptação dos aerogeradores às condições de operação no País, com ênfase no Nordeste. As iniciativas são executadas pelo Centro de Energias Renováveis (CER) da UFPE e somam investimentos de quase R$ 600 mil.
Responsável por apresentar o andamento do projeto com foco na energia eólica, o professor Dr. Alexandre Costa, diretor do CER-UFPE, afirmou que ese trabalho é crucial para o desenvolvimento de tecnologias genuinamente brasileiras. “A solução da energia eólica no Brasil passa pela necessidade de realizar testes. Eles transferem tecnologia para o nosso mercado e possibilita a produção em larga escala”, comentou.
O pesquisador também enalteceu que uma das maiores conquistas do projeto entre a Sudene e UFPE, além das pesquisas em si, foi a formação de competências e talentos. Estudantes, mestres e doutores estão tendo a oportunidade de investigar procedimentos técnicos e tecnologia de ponta em prol do avanço do uso da energia eólica como diferencial competitivo da região Nordeste.
São etapas deste projeto o intercâmbio entre a UFPE e outras instituições, a atuação na área de ensaios, determinando aspectos de sua configuração e dimensionamento e realização de workshop de difusão tecnológica e elaboração de relatório final.
Sol e tecnologia
O outro projeto que compôs a pauta de discussões desta tarde tem contribuído para o desenvolvimento de uma tecnologia inovadora na área de energia solar. A professora Dra. Olga Vilela, também do Centro de Energias Renováveis da UFPE, apresentou detalhes das características de geração de células e módulos fotovoltaicos orgânicos.
O diferencial da tecnologia consiste em um revestimento de tinta orgânica que reage quimicamente ao entrar em contato com a radiação solar. Assim, gera-se um impulso adicional à energia produzida, reduzindo a dependência das placas à exposição do sol e acelerar a compensação dos poluentes emitidos. São propósitos da pesquisa, ainda, reduzir o déficit de informações a respeito das células orgânicas e possibilitar sua implantação na região, potencializando o acesso à tecnologia pelos consumidores finais. Um dos desafios apresentados pela professora é aumentar o nível de eficiência desta tecnologia observada em laboratório.
Instituição parceira neste projeto, o Centro Brasileiro de Inovação e Tecnologia (CSEM), representado por seu gerente de negócios, Filipe Braga, apresentou um protótipo do painel fotovoltaico (veja na foto acima) que está sendo estudado no programa. A peça pode promover uma revolução na forma como se aproveita a luz solar. As células fotovoltaicas orgânicas, em comparação com a tecnologia tradicional (que envolve o uso de silício), possuem maior flexibilidade e leveza por serem feitas, inclusive, com plástico. Desta forma, há uma grande diversidade de aplicação destes instrumentos para utilizar o sol como fonte elétrica. A evolução desta tecnologia, considerando as características ambientais e econômicas do Nordeste, é um dos objetos de investigação do projeto entre a Sudene e a UFPE.
Café com Sustentabilidade
Todo o debate de hoje compôs a programação do Café com Sustentabilidade, evento criado pela Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável da Sudene. A partir de uma série de palestras e encontros, a autarquia promove o intercâmbio de conhecimento entre os técnicos da autarquia, universidades e iniciativa privada, numa tentativa de criar sinergia capaz de alimentar novos projetos sustentáveis para o Nordeste.