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Na Sudene, Coriff avança na integração dos instrumentos financeiros do Nordeste
Representantes das instituições das instituições financeiras se reuniram no Recife (PE). Foto: Elvis Aleluia/ Sudene.
Recife (PE) – Na segunda reunião do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff), realizada na manhã de hoje (27), na sede da Sudene, foi acertado o lançamento de uma chamada pública conjunta para o financiamento de projetos estruturadores para o Nordeste. A iniciativa deve ser lançada no início do próximo ano e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) já demonstraram interesse em participar. O objetivo é selecionar planos de negócios voltados para as missões da Nova Indústria Brasil e contribuir para o adensamento das cadeias produtivas da NIB.
O Coriff também definiu a realização de rodadas de negócios para apresentação dos instrumentos de ação dessas instituições aos estados, municípios e setores produtivos da área de atuação da Sudene, por meio das federações de industrias, comercio e agricultura Há um diagnóstico dessas instituições de que as linhas de financiamento ainda são desconhecidas para empresários e governantes da Região. O fortalecimento das agências estaduais de fomento foi outro item da pauta.
“Com a reunião de hoje, saímos da discussão conceitual e já começamos a apresentar respostas efetivas, com a contribuição efetiva de cada instituição aqui presente, compartilhada no desafio de reduzir as desigualdades da nossa Região”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. A integração entre os instrumentos de financiamento com as políticas públicas setoriais - como Nova Indústria Brasil e o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) – é o principal objetivo do Coriff. Ele ressaltou o avanço nas articulações para o cofinanciamento de projetos de grande porte pelas instituições.
A diretoria de Crédito Digital para MPMES do BNDES, Maria Fernanda Coelho, citou a importância da atuação conjunta para as obras de saneamento, que devem acontecer em larga escala na Região para atingir atingir as metas de cobertura de saneamento na Região. Há uma estimativa de que, até 2033, sejam realizados R$ 70 bilhões em investimentos no Nordeste, através de concessões públicas e parcerias público-privadas, de acordo com o Plano Nacional de Saneamento. O diretor de Planejamento do BNB, José Aldemir Freire, acrescentou que os projetos voltados para a transição energética também podem compor essa carteira de projetos.
“O Nordeste vive hoje um boom de investimentos não só em infraestrutura, mas na economia de modo geral. Nós estamos aqui como representantes de instituições financeiras públicas federais e regionais juntando esforços e recursos para garantir a aceleração do crescimento econômico com justiça social e respeito ao meio ambiente”, enfatizou Freire. O diretor Financeiro da Finep, Márcio Stefanni, acrescentou que a democratização do acesso ao crédito é determinação do governo federal bem como a melhor distribuição dos recursos no país.
Durante o encontro, o BNDES anunciou o lançamento do edital Caatinga Viva, em parceria com o Banco do Nordeste, voltado para o financiamento de até quatro projetos para implementar ações de restauração ecológica e fortalecimento da cadeia produtiva da restauração em unidades de conservação do bioma, suas áreas de influência e municípios com clima árido, com área mínima de 100 hectares cada. Será um investimento de R$ 8,8 milhões, da iniciativa Floresta Vivo do BNDES. Os projetos terão prazo de execução de 48 meses.
O BNDES também anunciou o credenciamento da Agência de Fomento do Piauí para realizar operações de repasse. A Badespi passa a fazer parte do grupo de mais de 80 agentes financeiros que, somente até setembro de 2024, responderam por 261 mil operações aprovadas, somando mais de R$ 62 bilhões para micro, pequenas e médias empresas. De acordo com a diretoria Maria Fernanda, o credenciamento reforça o apoio do BNDES à Região Nordeste.
“Esses anúncios são muito importantes porque respondem aos desafios do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste, que aponta o semiárido como território estratégico. E falam para uma preocupação de todas as instituições aqui presente de dar vida a esse Comitê. Começamos a apresentar, a partir da integração dos instrumentos de financiamento, respostas ao desafio de promover o desenvolvimento includente e sustentável”, frisou Danilo Cabral.
Participaram presencialmente da reunião, na sede da Sudene, os representantes do BNDES (Maria Fernanda), do Banco do Nordeste (Aldemir Freire), da Caixa Econômica Federal (Osmano Sanches), da Finep (Márcio Stefanni), do Consórcio Nordeste (Pedro Lima). De forma híbrida, estavam os representantes do Banco do Brasil (Michele Alencar), do Bandes (Gabriela Almeida), do BDMG (Rubens Brito) e da Badespi (Feliphe Araújo), convidada para apresentar seus avanços nos últimos anos como exemplo para o fortalecimento das demais agências de fomento do Nordeste.
Por Andrea Pinheiro