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Estudo avalia cenários de demanda e oferta de biomassas no Nordeste
Fotos: Assessoria de Comunicação / Sudene
Biomassa é termo recorrente quando os debates sobre o Nordeste envolvem questões ligadas à preservação ambiental e geração de energia. Um estudo apresentado na Sudene nesta quinta-feira (16) estabeleceu cenários sobre a oferta e demanda destes recursos naturais na região e apontou perspectivas para a utilização da biomassa como ativo social e econômico. O levantamento considerou como eixos norteadores os compromissos firmados pelo Brasil em acordos como a Contribuição Nacionalmente Determinada (intended Nationally Determined Contribution – iNDC) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativas propostas pela Organização das Nações Unidas.
No período da manhã, os participantes do evento acompanharam a apresentação dos resultados do estudo, além da análise dos cenários futuros de biomassa no Nordeste. Pela tarde, o debate sobre estas perspectivas foram contextualizadas considerando as políticas de desenvolvimento da Sudene. As instituições presentes buscaram também determinar possíveis ações para o cumprimento das metas mencionadas pela pesquisa. O encontro integrou uma série de ações promovidas pelo Café com Sustentabilidade, promovido pela Coordenação-Geral de Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da Sudene.
O ESTUDO
A pesquisa é resultado do trabalho conjunto da Associação de Plantas do Nordeste (ANPE), Ministério do Meio Ambiente e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD).
A análise identificou e quantificou a oferta de biomassa atual e potencial de uma dúzia de fontes principais no Nordeste e elaborou perspectivas para o período 2015-2030. Desta forma, foi possível esboçar a estimativa das demandas nos setores domiciliar, comercial e industrial, considerando sempre alternativas de fornecimento sustentável. Como resultado esperado, o documento busca trazer “contribuições técnicas e estratégicas para o delineamento de cenários futuros da oferta e demanda de biomassa para propor normas, processos, políticas e incentivos apropriados”.
METODOLOGIA
O estudo seguiu quatro passos. Em primeiro lugar, foi definido o escopo do trabalho e o período de análise da pesquisa. Em seguida, foram elencados principais personagens capazes de influenciar e serem influenciados pelo tema pesquisado (biomassa), a saber: consumidores de biomassa energética, associações e poder público.
A terceira etapa consistiu na caracterização das tendências básicas das fontes de biomassa investigadas considerando três tipos de projeções: baixa, média e alta. Foram estudadas: vegetação nativa (caatinga e cerrado), cajueiros, coqueiros, cana-de-açúcar, frutíferas diversas, eucalipto, albaroba, bambu e Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).
No quarto passo, foram feitas estimativas das demandas da biomassa levando em conta os setores domiciliar, não-energético, industrial e comercial. Mais uma vez, os contextos avaliados consideraram as três projeções adotadas na etapa anterior.
Por fim, os pesquisadores construíram dois cenários. O primeiro diz respeito ao chamado cenário BAU (do inglês “business as usual”, ou seja, quando as atividades seguem seus modos de produção já estabelecidos). Aqui, o levantamento considerou tanto as ofertas de biomassa total, como de biomassa legal. A outra perspectiva construiu cenários alternativos, caracterizados pelas demandas atendidas integralmente por fontes legais de biomassa.
CONCLUSÕES
Comparando o padrão regional de uso de biomassa para energia da década de 90 com o panorama registrado em 2015, o estudo pôde perceber, entre outras conclusões, que diversos ramos industriais ainda utilizam a biomassa como fonte de energia térmica, revelando a importância do recurso na cadeia econômica do Nordeste. Considerando o ramo energético, percebe-se a contribuição significativa da biomassa como fonte primária na cogeração de eletricidade no ramo de celulose e papel e participação significativa no setor sucroenergético.
Outra informação relevante diz respeito aos balanços de oferta e demanda de biomassa para o período 2015 – 2030. Embora o Nordeste apresente suficientes fontes potenciais de biomassa para atender a demanda energética dos setores da economia que utilizam esta fonte de energia, é necessário duplicar as ofertas de fontes legais para responder as necessidades de mercado.
Em casos mais específicos, outros desafios foram identificados. No caso da utilização da palha de cana-de-açúcar, por exemplo, os processos de desenvolvimento tecnológico e logístico ainda precisam alcançar maior maturidade. O uso do eucalipto, por sua vez, ainda apresenta custos elevados e disponibilidade geograficamente restrita.
Em breve, a Sudene disponibilizará neste site o estudo completo.
CICLO
O evento desta terça deu continuidade ao debate iniciados pela Sudene em setembro de 2016. À época, a autarquia promoveu o I Encontro de Energia e Meio Ambiente: a inserção da biomassa na matriz energética. O encontro trouxe instituições para debater desde a análise da inserção da biomassa na socioeconomia do Nordeste a estratégias para o uso de tecnologias pela indústria para geração limpa de energia. Saiba mais detalhes sobre o encontro nesta matéria .
Confira o álbum de fotos do evento desta quinta: