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Energia solar é tema de webinar promovido pela Sudene
Um dos assuntos apresentados pela Sudene foi a parceria com o IFCE na formação de profissionais para atuação no mercado de energia solar na região do Cariri cearense.
Na abertura do encontro, o diretor de Planejamento e Articulação de Políticas da Sudene, Marcos falcão, falou da importância dos empreendimentos das energias solar e eólica para a região e do empenho da Autarquia para impulsionar esses projetos, financiando diversas plantas em sua área de atuação. “Energia solar é sinônimo de desenvolvimento, renovação e inovação”, enfatizou.
A palestra de Rafael Marques, especialista técnico e regulatório da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), traçou um panorama das oportunidades e desafios do setor. Explicou que o Brasil possui um dos melhores recursos solares do mundo, “produzindo, em média, o dobro de energia elétrica que o mesmo sistema instalado na Alemanha ou no Reino Unido”. Sobre a geração de renda proporcionada, afirmou que a fonte solar fotovoltaica é a que mais gera empregos renováveis no mundo, um total de 25 a 30 por MW instalado por ano nas áreas de instalação, fabricação, desenvolvimento de projetos, vendas e distribuição, entre outros.
Foi destacado que em 2021 o Brasil já ocupava a 13ª posição no ranking mundial de capacidade instalada. Segundo Rafael, os benefícios da energia solar para o país incluem mais de 22 milhões de toneladas de dióxido de carbono evitadas, mais de 459 mil novos empregos acumulados, mais de R$ 22 bilhões em arrecadação de tributos ao poder público e mais de R$ 82 bilhões em novos investimentos. O especialista afirmou que a geração distribuída solar fotovoltaica beneficia toda a sociedade com economia de água para as hidrelétricas, reduz uso das termelétricas, evita uso das redes de transmissão, alivia redes de distribuição e reduz perdas elétricas. Quanto aos desafios do setor, “os principais são regulação, tributação, financiamento e normas técnicas”.
Na área educacional, a palestra ficou por conta do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do estado (IFCE). Os professores Alexandre Magno e Rômulo Diniz apresentaram os cursos da instituição voltados para energia, entre eles o de técnico de sistemas, laboratório fotovoltaico, laboratório de máquinas elétricas e bancada eólica. Por meio de uma parceria com o IFCE, a Sudene investiu R$ 230 mil na formação de profissionais para atuarem no mercado de energia renovável no Ceará, para suprir a necessidade de mão de obra qualificada que atenda a demanda do mercado no Cariri cearense.
Os repasses da Sudene beneficiam pessoas de baixa renda, com ensino fundamental completo dos municípios de Abaiara, Brejo Santo e Milagres. O curso prevê 160 horas de aula, sendo oferecido na modalidade presencial, com uma matriz curricular composta por dois módulos. O inicial, de nível básico, contempla as disciplinas de eletricidade básica, fundamentos de energia solar fotovoltaica e instalações elétricas. Na formação específica, os alunos participam de aulas de tecnologia fotovoltaica, sistemas fotovoltaicos e montagem de sistemas. Ao final de cada turma, será realizado um workshop para proporcionar uma integração entre os estudantes e empresas da região. Segundo Alexandre Magno, a Região Metropolitana do Cariri abrange nove cidades, 601 mil habitantes e conta com 70 empresas de energia solar, gerando, aproximadamente, 700 empregos diretos.
Pela Sudene, a apresentação ficou por conta do economista Ademir Vilaça, que falou sobre os fundos regionais (FDNE e FNE), principais instrumentos de financiamento da Autarquia, que contam, respectivamente, com R$ 888 milhões e cerca de R$ 26 bilhões de orçamento para este ano. Eles oferecem condições diferenciadas, com as menores taxas do mercado (IPCA + 2 a 3% a.a.), carência de um ano após entrar em operação, prazo do financiamento de até 20 anos (FDNE), informou Vilaça. A carteira do FDNE conta com 65 projetos aprovados, com 31,7 bilhões em investimento e R$ 11,8 bilhões do FDNE; além de 33 projetos em análise, com R$ 6,8 bi em investimentos e R$ 3,2 bilhões do FDNE.
Na opinião dos palestrantes, para fortalecer o setor são necessários mais estudos, incentivos, parcerias das instituições de ensino com as indústrias, estímulo à pesquisa e ao conhecimento, difusão da informação sobre a gama de oportunidades da indústria solar. Esse foi o primeiro encontro de uma série de quatro webinars sobre inovação e desenvolvimento territorial. Os próximos eventos irão debater empreendedorismo rural, saúde digital e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Assista a transmissão online: