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Empresa apresenta à Sudene projeto para instalação de indústria de reparos navais na Paraíba
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Foto: Assessoria de Comunicação (Sudene)
O município paraibano de Lucena, situado na região metropolitana de João Pessoa, pode ser palco de um projeto singular na América do Sul. A Sudene acompanhou a apresentação desta iniciativa hoje em reunião com a McQuilling, empresa com expertise em serviços marítimos, sobretudo transporte para indústrias que atuam neste mercado. A ideia da norte-americana, presente em 11 países, é construir na cidade um estaleiro para reparo de navios, atendendo demandas nacionais e, principalmente, internacionais. O empreendimento será conhecido como Empresa de Docagens Pedra do Ingá e demandará investimentos na ordem de R$ 2 bilhões, com previsão de funcionamento a partir de 2019 e expectativa de geração de 6000 postos de trabalho, sendo 1500 empregos diretos e 4500 indiretos. A apresentação contou com a presença do superintendente substituto da Sudene, Ricardo Barros, o diretor de Administração, Eugênio Paccelli, e técnicos das áreas de fundos e incentivos e desenvolvimento sustentável.
Celso Souza, gerente de projetos da sucursal brasileira da McQuilling, classificou a iniciativa como única no hemisfério sul, além de elogiar a localização estratégica do munício paraibano para atender o mercado. “Inicialmente, a intenção do projeto não era de se instalar no Nordeste. Entretanto, após levantamentos e pesquisas, identificamos que o local oferece posição favorável no Atlântico para receber navios que estejam em diversos trajetos no mundo”, disse.
O estaleiro deve ocupar uma área de mais de 80 hectares e, segundo Celso, poderá efetuar a docagem de qualquer navio mercante. O complexo oferecerá serviços de reparo para as embarcações, atendendo principalmente àquelas que estejam navegando pelas principais rotas marítimas na bacia do Atlântico Sul. A expectativa é atender 121 navios por ano e gerar receita bruta de US$ 224 milhões em 2022, ano em que o projeto deve atingir 100% de operação.
A reunião com a Sudene serviu para a apresentação inicial do empreendimento. Foram demonstrados detalhes da planta, capacidade operacional, potencial de participação no mercado e impactos econômicos na região. A ideia da McQuilling é poder contar com a participação de alguns dos instrumentos de ação da Sudene, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), para viabilizar o projeto.
Preocupação com os impactos ambientais e sociais
A equipe técnica da Sudene elogiou o potencial do projeto. O superintendente substituto, Ricardo Barros, destacou “as projeções dos impactos positivos na economia paraibana”, sobretudo no que diz respeito à arrecadação do município paraibano. Entretanto, o líder da Sudene frisou a necessidade do compromisso da empresa com questões ambientais. O executivo Celso Souza estima em 15 hectares a área total de replantio de manguezais a ser realizado pelo empreendimento naval, com possibilidades de dobrar esta projeção.
O coordenador-Geral de Estudos e Pesquisas, Avaliação, Tecnologia e Inovação, Frederico Cavalcanti, também apontou outras questões importantes relacionadas ao compromisso social do projeto e à mobilidade. O técnico da Sudene chamou atenção para importância da capacitação da mão de obra local para potencializar os ganhos sociais na cidade. Uma sugestão apontada foi estabelecer uma parceria com a Federação das Indústrias da Paraíba e universidades para a criação de um posto avançado de escola naval para oferecer qualificação técnica à população.
Frederico também considerou a mobilidade como elemento importante para o sucesso do empreendimento, considerando o deslocamento de grande quantidade de profissionais para uma cidade população pouco acima de 12 mil habitantes. Atualmente, duas estradas estaduais, a PB 025 e PB 08, dão acesso à cidade.
Técnicos da diretoria de fundos orientaram os representantes do empreendimento com relação aos trâmites necessários para apresentação da consulta prévia e garantias orçamentárias do projeto. Os representantes do futuro estaleiro devem ter outra reunião com a área de Planejamento da Sudene para novos debates sobre o projeto antes de apresentarem o documento que inicia o trâmite para aprovação.
Etapas para aprovação
A Sudene tem 30 dias para analisar a consulta prévia. Em caso afirmativo, a empresa receberá da autarquia um termo de enquadramento, válido por 90 dias. Dentro deste prazo, os executivos devem buscar autorização para elaboração do projeto definitivo junto ao agente operador, que terá prazo de 30 (trinta) dias para autorizá-la, contado do recebimento da solicitação. Com a autorização, o empreendedor terá 60 (sessenta) dias para apresentar o projeto, prorrogáveis pelo agente operador por igual período, uma vez.
Todas as etapas para aprovação de projetos que desejem contar com participação do FDNE estão descritas no site da Sudene .
Sobre a cidade de Lucena
Segundo o IBGE (dados de 2015), a cidade paraibana tem população estimada em 12 804 pessoas e ocupa área de 88,549 km². O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM - 2010) é de 0,583, numa escala de 0 a 1. Em 2013, o PIB per capita foi calculado em 10.808,14 reais.