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Do turismo da enocultura à produção de café: Danilo Cabral destaca pluralidade da economia do Nordeste
Produção de vinhos tem se destacado como atividade produtiva no agreste pernambucano. Foto: Agnelo Câmara (Ascom / Sudene).
Garanhuns (PE) - Em agenda pelo interior de Pernambuco nesta sexta-feira (01), o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, exaltou a diversidades das atividades produtivas do Nordeste como um dos diferenciais competitivos da região. O gestor cumpriu agenda na cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano, visitando, na ocasião, empreendimentos do agronegócio local, além de ouvir pleitos dos empreendedores.
Em visita à vinícola Vale das Colinas, Danilo Cabral conferiu a estrutura do empreendimento, que possui capacidade de produção entre 15 e 20 mil garrafas por ano de três variedades de uvas. O turismo associado à chamada enocultura leva até 2000 visitantes ao local por final de semana na alta estação, de acordo com o agrônomo Valter Leal, que atua na vinícola. “Esta é uma expressão da economia do vinho que tem crescido muito. E temos observado regiões do Nordeste, como o agreste pernambucano e a região do Vale do São Francisco, com ações de sucesso gerando emprego e renda”, comentou o superintendente.
Em 2022, o Nordeste conquistou a primeira indicação geográfica de vinhos tropicais, contemplando a produção do Vale do São Francisco. A certificação foi atestada pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Conforme explica o Ministério da Agricultura e Pecuária, a região compreende cinco municípios localizados em dois estados do Nordeste: Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco; e Casa Nova e Curaçá, na Bahia.
Este cenário tem forte atuação histórica da Sudene. Em 1968, o Conselho Deliberativo da autarquia iniciou o apoio financeiro de 5 milhões de cruzeiros novos para o Projeto de Irrigação de Barra do Bebedouro, embrião do hoje projeto Pontal do Sul. À época, o perímetro inicial da iniciativa era de apenas 1500 hectares, contra os mais de 33.500 hectares existentes atualmente no projeto.
Falta de mão de obra capacitada ainda gera entraves ao setor produtivo local
Em visita à fábrica Ouro Verde, unidade beneficiadora de café na cidade, Danilo Cabral ouviu pleitos dos empreendedores e de lideranças políticas de cidades circunvizinhas para alavancar a produção do grão no Agreste meridional. Para o empresário Luciano Oliveira, proprietário do empreendimento, a falta de mão de obra qualificada ainda gera entraves para o setor.
O superintendente sugeriu a realização de um diagnóstico da produção de café na região, destacando obstáculos, necessidades e sugestões de modelo de governança para organizar a atividade econômica. “Precisamos saber quais são os pontos-chave para iniciar este estudo. E a Sudene pode oferecer apoio para levantar estas informações”, pontuou o gestor.
As agendas contaram com as presenças do prefeito de Saloá, Júnior de Rivaldo, e o secretário de governo do município, Ricardo Alves; O prefeito da cidade de Capoeira, Joaquim Costa Teixeira, e o ex-prefeito Neném; a prefeita de Brejão, Beta Cadengue; e o deputado estadual Dannilo Godoy.
Garanhuns tem marcos na historia da Sudene
O município do agreste pernambucano foi palco de evento do qual participaram representantes do Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno), lançado em 25 de abril de 1959 no Recife. A organização precedeu a Sudene. À época, a cidade recebeu, naquele mesmo dia, o Seminário de Desenvolvimento do Nordeste, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Participaram o presidente Juscelino Kubitscheck e o economista Celso Furtado, então diretor do Conselho e futuro fundador da Sudene. O evento tratou de problemas nordestinos, desde a política industrial até assuntos como reforma agrária e financiamento dos empreendimentos regionais.
Por Agnelo Câmara