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Arranjo produtivo
Cultivo de algas marinhas como atividade econômica é tema de reunião na Sudene
Professor explicou que o potencial econômico do cultivo das macroalgas espécie Kappaphycus alvarezii reside no fato de que elas constituem fonte natural de biofertilizantes, que pode favorecer diversas atividades produtivas, a exemplo da agricultura e biocombustíveis. Foto: Ascom (Sudene).
Recife (PE) - A possibilidade de explorar o potencial do litoral nordestino para a produção de produtos algáceos (derivados de alga) foi tema de um encontro entre lideranças da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o pesquisador Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A audiência ocorreu na última terça (11) e foi liderada pelo superintendente da autarquia, general Araújo Lima. Os diretores Raimundo Gomes de Matos (planejamento e articulação de políticas) e Sérgio Wanderley Silva (fundos, incentivos e atração de investimentos), além de técnicos da Sudene, também participaram da audiência.
A exposição do professor Maulori destacou o potencial brasileiro, sobretudo do litoral nordestino, para tornar o país autossuficiente na produção destes insumos de origem marinha, aproveitando as habilidades de trabalho das populações litorâneas. Segundo o pesquisador, as macroalgas da espécie Kappaphycus alvarezii geram a maior quantidade de biomassa por hectare por ano, quando comparadas com outros sistemas vegetais. O potencial econômico do cultivo destes organismos, uma vez que são sequestradoras de gás carbônico (CO2) a partir da fotossintetização, constitui uma fonte natural de biofertilizantes, que podem favorecer diversas atividades produtivas, a exemplo da agricultura – por meio do plantio para obtenção de alimentos – como para biocombustíveis.
A maritimidade do Brasil, a extensão do seu litoral e o sol predominante no Nordeste também foram fatores que podem contribuir para o cultivo destas macroalgas.
Destacando a versatilidade da Sudene no desenvolvimento de projetos, o superintendente da autarquia, General Araújo Lima, avaliou que a produção de macroalgas pode ser uma alternativa a ser considerada para a população que vive da pesca. “A Sudene tem um potencial enorme e um grande numero de alternativa para qualquer projeto. E neste caso particular, como temos uma costa extensa, não falta mão de obra dos pescadores. Podemos transformá-los também em produtores de algas. Há o interesse de associações e cooperativas neste sentido. O tempo de resposta para a elaboração de projetos é muito curto e há um volume grande de aplicações do cultivo de algas, como a produção de fertilizantes e a elaboração de fármacos e cosméticos”, explicou o superintendente.
O gestor máximo da Sudene explicou ainda que a autarquia vai avaliar práticas já existentes no Nordeste envolvendo o cultivo de macroalgas, a exemplo do que ocorre nos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, e verificar a viabilidade de construção de uma cadeia produtiva em toda a região. “Vamos reunir essa experiência já vivenciada e transformá-la envolvendo todos os estados do Nordeste, construindo uma rede de produção”, disse o general.
A iniciativa está em sintonia com as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) em construir e cadeias produtivas organizadas capazes de reduzir os desníveis sociais no litoral nordestino.
Participações
Além dos gestores e corpo técnico da Sudene, também participaram do encontro o economista e empresário Néder Nagib Assad Salha; o presidente da Ostramar, Cassiano Periquito Falangola e o sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), Antonio-Alberto Cortez.
Confira fotos de produção de algas em Pau Amarelo (PE). Fotos: Prof. Ranilson (UFPE).
Texto: Agnelo Câmara (Assessoria de Comunicação da Sudene)