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Semiárido
Alternativas de convivência com o semiárido é tema de webinar promovido pela Sudene
Um dos investimentos da Sudene é o desenvolvimento de tecnologias para reúso de água no semiárido. Foto: Embrapa Semiárido.
O encontro de hoje encerra a série de quatro encontros que debateram “Inovação para o Desenvolvimento do Nordeste”. Para apontar caminhos que levem à produção econômica e sustentável em sintonia com as condições naturais do semiárido brasileiro, a Sudene reuniu a pesquisadora da Embrapa Semiárido e presidente do portfólio de projetos de Convivência com a Seca da instituição, Diana Signor Deon; e a diretora do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Mônica Tejo Cavalcanti.
Na abertura do webinar, a coordenadora geral de Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente da Autarquia, Beatriz Lyra, reforçou a importância de debater soluções para o semiárido e elencou ações implementadas pela Sudene para minimizar os efeitos da seca na região, como os projetos de reuso de água e de melhoramento da palma forrageira. “Não podemos deixar de falar, também, na inovação tecnológica, que deve estar associada aos projetos que tratam da semiaridez”. A coordenadora lembrou que o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que contribui para orientar a construção de estratégias de ação que tirem proveito das potencialidades regionais, tem a inovação como eixo principal.
Em sua explanação, Diana detalhou o portifólio de convivência com a seca no semiárido da Embrapa, que conta com 29 projetos em execução, dos quais três são em parceria com o setor produtivo, 11 se referem a transferência de tecnologia e 15 são de pesquisa e desenvolvimento. A ideia central é “melhorar a qualidade de vida da população que vive da agricultura e da pecuária na região, especialmente para mitigar os efeitos da seca”. A participação de hoje da Embrapa focou nos projetos de reuso de águas cinzas no sertão do São Francisco, que “conta com a parceria da Sudene”; e no que trata de forrageiras para o semiárido, que utiliza um aplicativo para a gestão do recurso forrageiro. A proposta é oferecer um instrumento que estime a biomassa do pasto nativo e o consumo de matéria seca dos animais do rebanho por propriedade e ofereça opções para a tomada de decisão relativa à ampliação da oferta de forragem e ajuste da taxa de lotação.
Os projetos foram desenvolvidos a partir da identificação dos problemas apontados pelo setor produtivo que, em 2019 (última consulta realizada), elegeu os desafios de aumentar a disponibilidade de água de qualidade para consumo humano e dessendentação de rebanhos e em cultivos agrícolas nos períodos de seca, além do uso de fontes alternativas de energia e dos sistemas de integração da lavoura, pecuária e floresta.
A apresentação de Monica Tejo, diretora do INSA, abordou as principais pesquisas e produtos do Instituto, cuja missão é “ser um agente de transformação, promovendo inovação tecnológica e social para o semiárido brasileiro”. Foi apresentado um resumo de 32 projetos em andamento voltados para o semiárido, entre eles os de aceleração de empreendimentos rurais (visa minimizar os impactos socioeconômicos decorrentes da pandemia de Covid-19); diagnóstico produtivo, análises zootécnicas, aspectos gerenciais e propostas de soluções para a bovinocultura de leite da Bacia Hidrográfica do Rio Piranhas-Açu; estruturação do Centro de Tecnologia, Pesquisa e Inovação de Pescado Sustentável; pesquisa e desenvolvimento tecnológico em melhoramento genético, controle de pragas e doenças direcionadas para fortalecimento da cultura da palma no semiárido. Esses quatro projetos contam com a parceria da Sudene.
Outra ação do INSA considerada importante para a região é a “Gestão da Inovação tecnológica: construindo as bases para o empreendedorismo científico no INSA”, que pretende disseminar a cultura de inovação e empreendedorismo, implementar avaliação do potencial inovador e do nível de maturidade tecnológica, auxiliar a conexão com o setor produtivo e a sociedade para a realização de transferência de tecnologia, e criar um observatório regional em CT&I para identificação de oferta e demanda de tecnologias. Victor Uchôa, coordenador de Desenvolvimento territorial, Infraestrutura e Meio Ambiente da Sudene e moderador do webinar, destacou que o evento contribui para fortalecer a “complementariedade e articulação de ações”, voltadas para o desenvolvimento regional. Esse foi o quarto e último encontro da série de webinars sobre inovação tecnológica. Os três eventos anteriores debateram “Saúde Digital”, “Caprinovinocultura” e “o papel das TICs na promoção do desenvolvimento regional”.
Sudene e semiárido
O Semiárido brasileiro é um território que abrange 1.262 municípios dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Tem características específicas que o distinguem, das quais destacam-se a baixa precipitação pluviométrica, juntamente com uma alta evapotranspiração, demandando, ações diferenciadas na região. Levando em conta essas características, a Sudene acredita que a inovação pode ser uma importante aliada para alcançar condições necessárias para a convivência com o semiárido.
De acordo com a Lei complementar 125, de 2007, que instituiu a Sudene, a Autarquia deve promover o desenvolvimento econômico, social e cultural e a proteção ambiental do Semiárido, por meio da adoção de políticas diferenciadas para a sub-região. É responsabilidade do Conselho Deliberativo da Superintendência estabelecer os critérios técnicos e científicos para delimitação do semiárido e aprovar a programação de financiamento, as prioridades para a aplicação de recursos e o orçamento do FDNE e do FNE, dois dos principais instrumentos de ação voltados para a sua área de atuação, priorizando o Semiárido.
Confira o webinar