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ECONOMIA
FCO fecha trimestre com R$123,5 milhões em financiamentos aos produtores rurais e empreendedores
Produção pecuária de Mato Grosso. (Mayke Toscano/Secom-MT) - Foto: Marcos Vergueiro
Desde janeiro, produtores rurais e empreendedores da Planície Pantaneira estão utilizando os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para a recuperação de suas propriedades e negócios afetados pela estiagem e pelos incêndios florestais ocorridos em 2020. De acordo com o balanço do Fundo, apenas no primeiro trimestre deste ano, foram financiados R$ 123,5 milhões a tomadores de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, totalizando 219 contratações no período.
No final de 2020, o Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco) aprovou R$ 180,5 milhões do FCO para apoiar a retomada econômica da Planície Pantaneira. Até o momento, 68,5% do recurso foi contratado para a recuperação de propriedades rurais, manutenção e capital de giro para as atividades de comércio, serviços, turismo e indústria.
“A região do Pantanal, que já sofria com os impactos da pandemia no setor de turismo, serviço e comércio, foi ainda mais prejudicada em decorrência dos incêndios florestais. A linha de crédito do FCO é um apoio fundamental para os produtores e empreendedores neste momento, com o objetivo de manter empregos. É mais uma demonstração do esforço do Governo Federal, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, de minimizar os efeitos econômicos”, ressaltou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Financiamento por Linha de Crédito
O Programa FCO Rural foi o que obteve mais contratações na Planície Pantaneira, por meio das linhas de crédito de Desenvolvimento, FCO Verde e Pronaf. Até o momento, foram financiados cerca de R$ 88,2 milhões do valor total do trimestre, ou seja, 71,4% para o setor produtivo, chegando a 138 contratações entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O pecuarista pantaneiro Cristóvão Afonso da Silva, do município de Poconé (MT), conseguiu o empréstimo de R$ 998,2 mil pelo FCO para a recuperação de sua propriedade, que, segundo ele, foi drasticamente atingida pelas queimadas. “Cerca de 80% da minha propriedade foi totalmente destruída. Tivemos um prejuízo de R$ 700 mil. Agora, com o financiamento, já comecei a refazer todas as cercas do curral, além de poços e bebedouros que servirão de prevenção nas próximas estiagens. Acredito que, assim como eu, outros empreendedores precisarão do FCO para recuperar seus negócios”, ressalta.
Já para os empreendedores das áreas de comércio e serviços, o FCO Pantanal fechou o primeiro trimestre com um total de R$ 27,3 milhões (22,1%), chegando a 56 contratações entre os dois estados. Em seguida, aparece o setor de indústria, com R$ 7 milhões (5,6%) em financiamentos e 11 contratações entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já para o segmento de turismo, foi realizada uma contratação no valor de R$ 980,1 mil (0,8%).
Acompanhe o gráfico por tipo de linha de crédito por estados, referentes ao primeiro trimestre de 2021:
Contratação por porte dos empreendimentos
As atividades de Pequeno-Médio (PM), Pequeno (PP) e Mini Porte (MI) se destacaram como sendo as principais categorias de solicitação do FCO Pantanal, chegando a um total de R$ 107,7 milhões (87,1%).
O empreendedor Bruno Migueis, de Corumbá (MS), atua no segmento de turismo de pesca e ecoturismo no Pantanal há nove anos, sendo proprietário de um barco hotel. Ele conseguiu para a sua empresa de Pequeno-Médio Porte um financiamento de R$ 85,6 mil pelo FCO Pantanal.
“O turismo com a situação da Covid está bastante debilitado. Houve vários cancelamentos de reservas de pessoas que frequentemente vinham à nossa cidade. Com as queimadas, no início, nós achamos que geraria um impacto maior no turismo, mas graças a Deus a natureza começou a se recuperar”. Bruno acredita que o FCO será importante para a retomada econômica da região. “Esse dinheiro veio em uma hora boa para começarmos a projetar um novo horizonte para os empreendimentos e darmos manutenção aos empregos locais”, considera.
As atividades de Médio Porte (MP) ficaram em segundo lugar nos pedidos de empréstimos, alcançando R$ 11,5 milhões (9%). Já no quesito Grande Porte (GP), foram financiados R$ 4,1 milhões (3,3%).
Segundo o Banco do Brasil (BB), instituição que gerencia o recurso, foram financiados R$ 116,2 milhões, somando um total de 196 contratações entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já pelas agências credenciadas, que recebem o recurso do BB para operar a linha de crédito, como financeiras cooperadas e agências de crédito, o repasse foi de R$ 7,2 milhões em financiamento, com um total de 23 contratações.
Para o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Nelson Fraga, os dados sãos positivos quanto à aceitação da linha de crédito pelos pantaneiros. “Estamos otimistas com os resultados do FCO Pantanal neste primeiro trimestre. A busca do pantaneiro pela linha de crédito demonstra a importância do Fundo para apoiar os setores produtivos do Centro-Oeste, em especial da Planície Pantaneira, que foi duplamente afetada no ano passado com as queimadas, agravadas pela estiagem, e com os impactos da pandemia. A Sudeco, em parceria com o MDR, continuará trabalhando para garantir o acesso dos pantaneiros ao FCO”, destaca.
Como adquirir o financiamento?
Para obter o financiamento, empresários e produtores rurais da região pantaneira devem procurar uma agência do Banco do Brasil, Bancoob (ambos os estados); Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) ou MT Fomento (apenas Mato Grosso); e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e do Sistema das Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidárias – Cresol (apenas Mato Grosso do Sul).
O FCO é administrado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), pela Sudeco e pelo Banco do Brasil.
Confira a lista de municípios atendidos pelo FCO Pantanal:
Mato Grosso
Barão de Melgaço, Cáceres, Cuiabá, Curvelândia, Figueirópolis do Oeste, Glória D’Oeste, Itiquira, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Porto Espiridião, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande.
Mato Grosso do Sul
Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Ladário, Miranda, Porto Murtinho, Rio Verde do Mato Grosso do Sul e Sonora.