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Sudeco e BNDES alavancando recursos para o Centro-Oeste
Fechando parcerias em prol do desenvolvimento regional dos entes federativos do Centro-Oeste. Assim está começando o mês de setembro de 2019 para a Sudeco, com uma intensa agenda para o superintendente e diretoria. Hoje, dia 2, segunda-feira, às 11 horas, Nelson Vieira Fraga Filho, junto com a chefe de Gabinete, Franciane Nascimento, e com o diretor de Planejamento e Avaliação, João Balestra Do Carmo Filho, estiveram no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apresentar as novas diretrizes da Sudeco e propor parcerias. Para o superintendente, esse encontro já deveria ter ocorrido há mais tempo, entretanto, o momento é muito oportuno, até porque o próprio banco está tendo como meta estreitar o relacionamento com os estados, com as cidades e com os cidadãos. Receberam a comitiva da Sudeco, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, o superintendente da área de Governo e Relacionamento Institucional, Pedro Bruno Barros de Souza e a chefe de Departamento do Centro-Oeste da área de Governo e Relacionamento Institucional, Camila Costa.
Nelson Fraga explicou o porquê de o momento ser tão oportuno. Quando ele assumiu a Superintendência verificou que grande parte dos recursos do órgão, e os que são administrados pela Sudeco, tem sido utilizado na aquisição de maquinário e na execução de obras públicas. Contudo, a Sudeco está empreendendo esforços para tratar o desenvolvimento regional sob uma nova ótica, principalmente considerando a quantidade de oportunidades de investimento que serão geradas no Centro-Oeste, principalmente no Goiás, com o início das operações da Ferrovia Norte-Sul, e no Mato Grosso do Sul, com o avanço nas obras do Corredor Bioceânico. Também apresentou os recursos que administra, o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), e que possui, o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), como estão sendo repassados, por exemplo, os desembolsos realizados em 2019, para a HPE Automotores do Brasil Ltda., em 8 de abril, no valor de R$ 15.435.368,36; para a Concessionária de Rodovias S.A. (MGO), em 30 de julho, no valor de R$ 11.540.000,00; e para a Companhia Thermas do Rio Quente, de R$ 3.368.419,57, que já está aprovado desde 22 de maio, mas a empresa encontra-se com pendências para a liberação do recurso. Apresentando alguns desses contratos, o superintendente falou sobre os municípios não estarem preparados para o desenvolvimento que experimentarão, “minha intenção em propor essa parceria com o BNDES é gerar investimentos, sei que o Centro-Oeste tem capacidade de alavancar pelos menos R$ 12 bilhões em recursos com esses projetos, e tem ainda uma Missão da Turquia, em que se pretende apresentar aspectos relevantes da organização da Base Industrial de Defesa – Missão IDEF 2019 – , que trata de alta tecnologia para o sistema de Defesa. Tem também o Roteiro de Viagem Brasil-Portugal, que pretende investir no turismo da região, entretanto, carecemos de um modelo de negócios mais atrativo, e é por isso que falta crédito. O FDCO, por ser contingenciado, anda devolvendo dinheiro para a União, mas ele pode ser mais atrativo, por não financiar 100%. Também queremos que a programação financeira do FCO saia dos 100% sendo também um fundo de alavancagem, principalmente no setor rural, criando modelos de negócio para o Centro-Oeste, trabalhando os incentivos com governadores e prefeitos e aproveitando a expertise do BNDES, conseguindo outras formas de financiamento para aqueles que desejam investir”, informou Nelson Fraga.
Gustavo Montezano confirmou que o momento para essa parceria também é oportuno para o Banco, pois as políticas que se pretendem implementar estão voltadas para a abertura do banco para as pessoas, pois o BNDES sempre foi muito fechado. E apresentou o superintendente e a chefe do departamento do Centro-Oeste da área de Governo e Relacionamento Institucional, justificando a presença de ambos no encontro. Pedro pediu mais informações sobre os recursos da Sudeco, e foi informado das batalhas que a Superintendência tem pela frente, como a de não ceder uma fatia dos fundos ao Fundeb, “eles querem uma fatia de até 60%, mas como no Centro-Oeste há muitos municípios em que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é muito baixo, do que adianta retirar uma fatia tão grande para ensinar, e depois do aprendizado o cidadão não encontrar trabalho, não conseguir renda. Estamos tentando desconstruir essa ideia, para realmente gerar desenvolvimento regional”, complementou Nelson Fraga. A Sudeco já tem intenção de, ainda em 2019, atender à concessionária Rumo, que colocará em operação três terminais de transbordo na Ferrovia Norte-Sul esse ano. Ainda não foi selecionado o banco que fará os repasses, nem feito o estudo de viabilidade da região que percorre quase metade do estado de Goiás. Montezano sinalizou que há possibilidades de o BNDES identificar quem pode ser o banco financiador desses investimentos.
E como o direcionamento do atual governo federal é de diminuir o gasto público com a União, para investir mais no interior, a Sudeco acredita que precisa de modelos de negócios, e no que se refere ao potencial turístico da região, é necessário que os investidores tenham conhecimento das taxas de retorno. Esse é o ideal para gerar investimentos, e parar de vender commodities. Para isso a Superintendência está de olho em todos os setores da economia e se o BNDES suportar investir os valores imaginados para o Centro-Oeste, será possível para a Sudeco gerar emprego, trabalho e renda. O superintendente da área de Governo e Relações Institucionais sinalizou que “o Banco quer estar mais perto dos estados e municípios, mas o grande gargalo é atrair bons projetos. O BNDES tem essa expertise, e pode auxiliar na elaboração desses modelos de negócios, precisamos apenas conhecer o Plano Regional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PRDCO 2020-2023), assim podemos estruturar os projetos, seja por meio de políticas público-privadas, seja por meio de desestatizações, temos bastante campo de atuação e somos capazes de montar uma pipeline para a Sudeco a partir de uma discussão técnica, que gere, de fato, o desenvolvimento. E podemos começar na próxima semana”, disse Pedro, entusiasmando os presentes. O BNDES também está sendo convidado para participar da próxima reunião do Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (CONDEL/Sudeco), para apresentar suas possibilidades e para estreitar o relacionamento com os governadores dos estados do Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. A chefe do departamento Centro-Oeste, da área de Governo e Relações Institucionais falou sobre a mudança no planejamento estratégico do BNDES e sobre o ousado projeto das caravanas que o Banco pretende realizar nos estados e nos municípios, ainda em 2019, “dentro desse contexto, a ideia central é ser um banco de serviços para o estado. Isso pode ser dar tanto com a atuação com os governos estaduais, com as capitais nesse primeiro momento, quanto num segundo momento, a ideia é ampliar isso para municípios, e a nossa meta é cobrir todo o Brasil, começar no final de setembro, para que até o final de dezembro possamos estar abrindo esse canal, esse approach, essa interlocução, esse objetivo”, confirmou Camila Costa.
Essas e outras tratativas estão sendo objeto de ação da Sudeco, no intuito de que a Superintendência se torne uma agência de desenvolvimento, e nesse sentido, a parceria com o BNDES é imprescindível. A Sudeco também se colocou à disposição do Banco para as visitas técnicas que serão feitas aos municípios, comprovando a parceria das duas instituições. “O objetivo da Sudeco agora é mudança de paradigma, não podemos não trabalhar juntos!”, registrou Nelson Fraga. O presidente do Banco reafirmou a existência de recursos e de investidores, contanto que haja inteligência e bons projetos. Ao final da reunião, depois de orientar a Sudeco a procurar o ministério da Economia para verticalizar a parceria, principalmente no que diz respeito à vinculação com o BNDES para a construção dos modelos de negócios, Gustavo referendou que “a reunião foi totalmente em linha com a estratégia do Banco, que é a de promover mais desenvolvimento, e abrir o BNDES a operar com parceiros, porque o BNDES é um banco de atacado que fica só no Rio de Janeiro, mas o Brasil é muito grande. Então é fundamental o BNDES saber trabalhar com parcerias para poder capilarizar isso, porque o banco tem a seção de inteligência, mas não tem o braço. Então o papel de agentes, de players como a Sudeco que conseguem navegar, ir na ponta, isso é muito importante para nós”, finalizou.
Nelson Fraga concluiu lembrando que ainda há muitas coisas que o BNDES e a Sudeco podem fazer juntos, como a questão da alavancagem para o microcrédito, e das intenções da Superintendência de ser a orientadora para o captador dessa modalidade de financiamento, pois ultimamente os recursos estão muito concentrados nas capitais e não está chegando aos pequenos municípios.