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Porque precisamos criar redes de apoio
Na tarde de terça-feira (2), como último evento do “Setembro Amarelo – Pode falar! Nós podemos te ouvir!”, a Sudeco promoveu para servidores e colaboradores a palestra Suicídio – Como prevenir, com as psicólogas Jarliane Galvão Sampaio Jerônimo e Sabrina Borges de Oliveira. Jarliane é pós-graduanda em Terapia Comportamental e é psicóloga clínica que realiza atendimento de plantão psicológico, palestras e rodas de conversa sobre diversos temas. Sabrina Borges de Oliveira é pós-graduanda em Psicologia Existencial Humanista Fenomenológica e também atua nas mesmas áreas de Jarliane.
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No bate papo, as psicólogas explicaram algumas nuances sobre o suicídio, importantes para quem se interessa em prevenção, como a questão de que o ato pode ser ou não racional, que pode sim representar um ato de coragem para quem o comete, ou tenta, que homens usam métodos mais letais do que as mulheres, que toda e qualquer ameaça deve ser levada a sério, e que quem tem ideação suicida observa tudo ao seu redor. Então, para prevenir, precisamos estar atentos com relação ao isolamento de colegas e familiares, com a nossa postura de estar aberto para ouvir – inclusive a qualquer momento e que devemos ter atenção no local aonde vamos ouvir alguém que necessite, pois lugares em que a atenção é compartilhada não são os mais adequados para a prática da escuta empática. Jarliane e Sabrina também falaram sobre a necessidade da criação de redes de apoio, e que até mesmo os ambientes de trabalho podem se configurar uma rede, “e por isso essas rodas de conversa em ambientes de trabalho se fazem extremamente importante, uma vez que muitas vezes passamos muito mais tempo no trabalho do que com nossos familiares”, explicou Jarliane.
Ao final, Sabrina leu a poesia de uma das pacientes delas, que possui ideações suicidas e realiza práticas parasuicidas, que autorizou que a sua história fosse contada. Sabrina falou que, “com essa paciente, perguntamos a ela o que ela mais gostava de fazer, e ela disse que gostava de escrever poesias. Então recomendamos a ela que, sempre que pensasse em se cortar, escrevesse uma poesia. Tem dia que chega com cadernos para ler para a gente, e há duas semanas está sem se cortar”, contou. É a técnica de tratar o problema na causa e, ao mesmo tempo dar fontes de prazer ao indivíduo em sofrimento. Ao final da palestra, todos aprenderam a ficarem mais atentos aos colegas de trabalho, a estarem abertos a quem necessita, para serem também uma ponte que levará a pessoa ao atendimento profissional – que ainda é alvo de muito preconceito -, e aprenderam o abraço terapêutico, aquele em que os corações se tocam e as pessoas permanecem abraçadas por no mínimo trinta segundos. Servidores e colaboradores saíram muito entusiasmados da palestra, que teve uma linguagem clara, objetiva e direta.