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Atendendo aos anseios dos municípios do Centro-Oeste
Tratar o esgoto oriundo da atividade doméstica e industrial dos municípios brasileiros. Mais do que uma questão de saneamento, nos últimos anos, vem se tornando uma questão ambiental, pois já é de notório saber que quando se fala em tratamento de esgoto, não nos referimos apenas à poluição dos solos e dos rios, mas também à emissão dos gases poluentes, que inclusive são capazes de interferir nas condições climáticas do planeta, gerando déficit no desenvolvimento das regiões. Pensando nisso, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), nesta quinta-feira, 15 de agosto, conheceu os projetos da Paques Brasil Sistemas para Tratamento de Efluentes Ltda., e da STS Engenharia, inovadores no tratamento de esgoto de mais de trinta cidades em todo o mundo, sendo vinte e seis delas no Brasil. Assim, fica de acordo com a ótica do Plano Regional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PRDCO 2020-2023) da Sudeco, que está em vistas de ser aprovado, e pretende orientar as políticas públicas dos entes federativos da região, facilitando a cooperação entre os agentes públicos e propiciando a articulação junto aos agentes privados interessados no desenvolvimento regional e à sociedade civil. E com um detalhe que muito interessa ao poder público, a baixo custo e com taxas de eficiência de cerca de 95% no tratamento.
As empresas foram trazidas por iniciativa da Administração de Brazlândia-DF, que pretende ser projeto piloto para o Centro-Oeste junto com o município goiano de Padre Bernardo. Para apresentação do projeto, além do superintendente da Sudeco, Nelson Vieira Fraga Filho, da chefe da Coordenação de Engenharia (COENG/DPA/Sudeco), a arquiteta Geórgia Carolina Capistrano da Costa, e do administrador de Brazlândia, Jesiel Costa Rosa, estiveram presentes o deputado distrital, Iolando Almeida de Souza (PSC), o secretário municipal de meio ambiente de Padre Bernardo-GO, Sérgio Murilo Garcia Pereira, o administrador da região da Vendinha, Jaime Cardoso Mendonça, e o empresário Otoniel Correa. A Paques foi representada por Henrique Blasques de Assis, e a STS Engenharia pelo engenheiro civil Tiago de Mattos Seydell. A apresentação começou com a fala do superintendente, sobre como ele enxerga a Diretoria de Planejamento e Avaliação (DPA/Sudeco), como sendo “o coração da Superintendência, executando um trabalho voltado para os cidadãos, acima de qualquer coisa, e que desejava conhecer o projeto de eliminação de passivo ambiental com geração de energia sustentável para construir junto, para incorporar o projeto no quadro de projetos da Sudeco e o poder público poder contratar. Ajudar a região administrativa de Brazlândia e o município de Padre Bernardo a buscar parcerias privadas, mas também levar os projetos para outros municípios da região Centro-Oeste”, declarou Nelson. Tiago Seydell, então, falou sobre duas cidades em que a Paques e a STS já estão em operação, Piracicaba, em São Paulo, que atualmente é uma cidade 100% correta no que diz respeito a tratamento de resíduos sólidos com biodigestores, “lá, os quatrocentos mil habitantes tem 100% do esgoto tratado”, informou Seydell; e Bebedouro, também em São Paulo, em que a STS fez o projeto básico, o licenciamento ambiental, e em conformidade com a Lei nº 8.666/1993 contratou o serviço de tratamento do esgoto da Paques por meio de licitação, e o recurso vem do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), “atende a setenta mil pessoas e ainda gera uma economia de mais de R$ 3 milhões para o contrato, pois foi contratado com a Caixa Econômica Federal um montante de cerca de R$ 21 milhões, e apenas 16,9 estão sendo utilizados, o tratamento está custando menos do que o previsto de R$ 350,00 por habitante por ano”, contou o engenheiro. Os biodigestores da Paques utilizam os sistemas aeróbio e anaeróbio de tratamento de esgoto, conjuntamente, e de maneira compacta e econômica realiza o tratamento de forma 100% inodora, com pequena formação de lodo e com baixo custo de energia elétrica.
O BIOPAQ- ® UBOX é um dos biodigestores desenvolvidos pela Paques, e combina alta eficiência no tratamento biológico do esgoto por meio da purificação de biogás. O modelo, nos seguintes quatro passos, tratamento anaeróbio, tratamento aeróbio suplementar, clarificação secundária e purificação de biogás, realiza um tratamento com baixos custos operacionais, ocupa pouco espaço físico e é totalmente inodoro. Henrique Blasques mostrou instalações feitas em pátios de escola, “como é o caso do UBOX instalado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e o caso de Igaraçu do Tietê, em São Paulo, em que as instalações se tornaram ponto de referência turística para a cidade, e em que, naquele trecho de um dos rios conhecidos por estar entre os mais poluídos em todo o planeta, até a pesca já está sendo viabilizada”, apresentou Blasques. Com design modular, atualmente já opera com contingentes populacionais de cinco a quarenta mil habitantes e a implementação pode ser feita em estágios progressivos, para evitar a capacidade ociosa. O UBOX é alimentado com um sistema pressurizado de antientupimento, o que garante a uniformidade e eficiência do tratamento anaeróbio das águas residuais, e evitam o espessamento do lodo.
Todos os presentes ficaram admirados com as possibilidades do sistema, dados fatores diversos que geram benefícios para todas as pontas, e por ele atender a uma grande necessidade de diversas prefeituras do Centro-Oeste. O administrador de Brazlândia disse, “por aqui, muito se ouve falar de projetos, mas não se tinha notícias de que eles tinham saído do papel, se tornado realidade e se eram eficientes”, comentou Jesiel Costa. O superintendente se encantou pelo projeto, tanto “pelo custo operacional e pelo que ele oferece para a comunidade. Precisamos levar esse tema para algumas prefeituras, principalmente as que já estão consorciadas, pois existe possibilidade de obtermos recursos ainda este ano, por meio de emendas parlamentares”, observou Nelson, aceitando o convite da Paques e a STC para uma visita guiada a região de Campinas, em São Paulo, localidade em que há vários municípios circunvizinhos com sistemas em implantação e em operação. A visita está sendo pensada para o início do mês de setembro.
Outra boa notícia para as prefeituras é que existem diversas maneiras de os sistemas serem viabilizados, pode ser por licitação ou por parceria público-privada (PPP), ou mesmo por exploração individual da iniciativa privada. Seja qual for o meio, os municípios alcançam rentabilidade com o projeto, dado o baixo custo, e por ser lícito ao poder público cobrar pelo serviço de tratamento de água e esgoto das populações. Assim, Nelson confirmou aos presentes que pretende aproximar o governo federal e as estatais do setor das tratativas, para saber como eles podem entrar no processo e ajudar os municípios na aquisição dos biodigestores. Para a chefe de divisão da DPA, Geórgia, mais do que atender as necessidades dos municípios do Centro-Oeste, ele “é um projeto de saneamento que se insere dentro de uma ideia de saneamento ambiental em todos os seus aspectos, e os municípios têm dificuldades com o tratamento de esgoto e com o lançamento dos efluentes. É econômico, de baixo custo operacional, de fácil construção, e soluciona todas as dificuldades de forma eficiente, ao alcance do desenvolvimento que a região espera. Atende ao que preconiza o PDRCO 2020-2023, que em sua concepção espera desengessar projetos como este e solucionar os problemas existentes, no caso, o ambiental”, esclareceu a arquiteta.