Geral
Agropirâmide: Emater-DF vai desenvolver projeto piloto
A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) firmarão uma parceria para a implantação de um projeto-piloto da agropirâmide. O superintendente Nelson Fraga e o gerente de comercialização da empresa, Blaiton Carvalho da Silva, se reuniram quinta-feira (30) para debater sobre a viabilidade da iniciativa e ajustar a proposta.
Da esq. para a dir.: Simone Carvalho, Bruna Heckler, Nelson Fraga, Blaiton Carvalho, Ricardo Braga e Carlos Henrique Araújo
A agropirâmide é um sistema de produção autossustentável que interliga três atividades econômicas: avicultura, piscicultura e horticultura, em um único módulo. “Uma excelente ideia. Até já a vejo pronta, em maio do ano que vem, para a AgroBrasília 2020. A empresa possui expertise para a construção do protótipo do projeto”, falou Blaiton.
Também participaram da reunião, pela Sudeco, o assessor da Diretoria de Planejamento e Avaliação (DPA), da Sudeco, Ricardo Pessoa de Souza Braga; o coordenador-geral de Articulação, Planos e Projetos Especiais, Carlos Henrique de Araujo Filho; e a coordenadora Simone Soares Carvalho; e, pela Ematert-DF, Bruna Heckler.
“A Sudeco tem interesse em implementar um protótipo que possa ser testado com foco no resultado. O projeto agregará valor também para a Emater e acredito que será de grande valia para os assentamentos da região”, avalia o superintendente da Sudeco, Nelson Fraga.
Capacitação de jovens agricultores
O gerente da Emater acredita que o projeto pode atender a várias categorias de agricultores. “Pode ser associado a projetos que já desenvolvemos e contribuir para a capacitação de jovens agricultores. Também podemos torná-lo comercialmente viável”.
Carlos Henrique, da Sudeco, observou que a agropirâmide pode ajudar a amenizar dois problemas enfrentados pelos assentamentos do Centro-Oeste. “A região tem muito problema de energia, instabilidade no fornecimento, e também de distribuição de água.” A coordenadora Simone Soares Carvalho lembrou ainda um outro problema enfrentado pelo Centro-Oeste, o da regularização fundiária. Para Simone, “outro benefício do projeto é o empoderamento do produtor local”. Bruna Heckler, da Emater, sinalizou positivamente também para esse ponto, lembrando ainda a possibilidade de a agropirâmide produzir alimentos mais saudáveis”.
Ao final, o gerente da Emater-DF disse que “hoje, um agricultor que pense em plantar um hectare, vislumbra uma área muito grande, quando você reduz e verticaliza esse espaço, ele visualiza com mais facilidade, inclusive em termos de mão de obra. ‘Piramidizar’ o processo, significa redução de mão de obra e facilita a ação do agricultor”.
Agropirâmide
A agropirâmide foi criada em Burkina Fasso, na África, e consiste em um sistema circular renovável e interliga três atividades econômicas: avicultura, piscicultura e horticultura, em único módulo construtivo. O sistema reaproveita 90% da água e produz energia por meio de placas solares.
Estima-se que, ao longo do ciclo, o sistema tenha capacidade para produzir 207 pintos, 124 aves jovens e 52 adultas. Segundo os técnicos da Sudeco que desenvolvem o projeto, tem potencial para produzir 10,4 mil ovos por ano. Na psicultura, pode produzir 180 quilos de peixe por milímetro cúbico de água ao ano. Cada módulo tem estrutura para abrigar nove tanques de mil litros cada. Cada unidade ainda pode produzir 438 plantas de hortaliças a cada 12 meses.