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Sudeco apresenta projeto erva-mate a dez prefeituras do Mato Grosso do Sul
O superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Antônio Carlos Nantes de Oliveira, e técnicos da autarquia participaram de um encontro em Amambai (MS), nesta sexta-feira (20). O objetivo da reunião é apresentar o projeto de Estimulo à Cadeia Produtiva de erva-mate , da Sudeco, a dez prefeituras do estado que terão agricultores capacitados por meio dessa iniciativa. O projeto, orçado em R$ 2,7 milhões, terá duração de dois anos e atenderá 210 famílias de produtores rurais sul-mato-grossenses.
O valor global da ação é R$ 2,7 milhões. Desse montante, R$ 2,5 milhões serão repassados pelo Governo Federal, por intermédio da Superintendência, e R$ 250 mil como contrapartida pelo governo estadual, por meio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).
Os municípios a serem atendidos são Ponta Porã, Aral Moreira, Laguna Carapã, Tacuru, Antônio João, Amambai, Iguatemi, Paranhos, Coronel Sapucaia e Japorã. Ao todo, serão implantados 260 hectares de novos ervais, possibilitando o incremento de, pelo menos, 7,4 mil toneladas por ano para atender às indústrias na próxima década.
O diretor da Diretoria de Planejamento e Avaliação (DPA) da Sudeco, Roberto Postiglione, enfatizou a relevância de projetos como este para fortalecer a cadeira produtiva da erva-mate, além de destacar as propriedades terapêuticas da planta. "Estudos já comprovaram os benefícios desta erva e mostraram que, por esse motivo, há uma demanda crescente deste produto na região".
“O projeto é importante pois, além de gerar renda às famílias selecionadas, resgatará a cultura do plantio da erva-mate, planta perene nessa área”, completou o coordenador de Espaços Prioritários da Sudeco, Carlos Henrique Filho.
O PROJETO
O propósito da ação é auxiliar na retomada do cultivo da erva – que possui retorno econômico de longo prazo -, como alternativa de renda para agricultores familiares. Também possibilitará resgate sociocultural, recuperando a importância de um produto que gerou riquezas e desenvolvimento para o Mato Grosso do Sul no passado.
Entre as atividades a serem desenvolvidas com a iniciativa estão capacitação técnica; aquisição de veículos, de equipamentos e de implementos; seleção e cadastramento de famílias que se enquadrem nos critérios técnicos estabelecidos; preparo do solo com acompanhamento técnico; distribuição de mudas de eucalipto e de insumos de produção; acompanhamento do plantio e orientação quanto ao manejo.
Nos municípios de abrangência do projeto, uma parcela importante da economia está centrada na agricultura familiar, em agricultores espalhados por 15 assentamentos rurais de Reforma Agrária e em pequenas propriedades, nas quais a principal atividade produtiva é a leiteira. Porém, a cadeia produtiva dessa atividade sofre oscilações de clima e de mercado, resultando em baixa lucratividade em algumas épocas do ano.
HISTÓRICO
O cultivo de erva-mate no sul de Mato Grosso do Sul sofreu, nas últimas décadas, queda acentuada na produção devido à implantação de outras culturas anuais e perenes, com rápido retorno econômico, tais como soja, milho, extração de leite e pastagens nos campos nativos de erva-mate.
Ainda assim, a erva continua sendo uns dos produtos mais consumidos no estado, devido à aspectos culturais da população. Atualmente, no entanto, as indústrias ervateiras inseridas nessa cadeia produtiva importam cerca de 90% da matéria-prima para o atendimento da sua demanda de outros estados e até de outros países, como Argentina e Paraguai.