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Sudeco e BRDE dão início a parceria para desenvolver municípios do Centro-Oeste
Uma primeira iniciativa para um trabalho em parceria entre o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) foi feita nesta segunda-feira, 17, com uma oficina entre dirigentes e técnicos dos dois órgãos, visando uma possível ação conjunta para um programa de desenvolvimento municipal nesta Região.
O vice-presidente e diretor Administrativo do BRDE, Orlando Pessuti, trouxe a Brasília (DF) uma equipe de técnicos dos bancos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná - encabeçada pelo diretor de Planejamento Luiz Carlos Noronha.
O superintendente da Sudeco, Antônio Carlos Nantes de Oliveira, resumiu o interesse da autarquia em contar com a experiência da instituição, que pratica com excelência programas de apoio aos municípios, também objetivos prioritários da Superintendência.
O BRDE já é agente financeiro do Fundo Consitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), em Mato Grosso do Sul, uma vez que o Estado faz divisa com o Paraná.
Durante toda a manhã, representantes das instituições convidadas contaram suas experiências nos municípios, para que a Sudeco saiba como iniciar projetos voltados para o desenvolvimento regional, como o de microcrédito.
O diretor de Planejamento do BRDE, Luiz Noronha, propôs aos técnicos da autarquia pensarem como será o projeto em termos de crédito e capacitação, arquitentando projetos possíveis do ponto de vista legal, institucional, financeiro, técnico e operacional.
O diretor também contou um pouco do histórico da liberação do microcrédito para os municípios do Sul e explicou como funcionam os programas praticados pelo BRDE nos estados dessa região.
O superintende da Sudeco, Antônico Carlos Nantes de Oliveira, lembrou que há uma vedação legal quanto a destinação de recursos do FCO para os municípios, mas disse que isso já está sendo revisto. Ele comentou ainda que o Fundo oferece retorno para a região, assim como os Fundos de Desenvolvimento do Sul.
Sua fala foi complementada pelo diretor de Implementação de Programas e de Gestão de Fundos da Sudeco, Edimilson Alves, que ressaltou que o FCO tem um expressivo retorno. “Volta para a região mais do que o dobro do investido”.
Como cases de sucesso foram citados o Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam), criado em Santa Catarina; o Fundo Estadual de Desenvolvimento Urbano (FDU), do Paraná, e um programa similar no Rio Grande do Sul.
O Fundam, por exemplo, está sob a gestão do estado e tem o BRDE como mandatário, responsável por destinar recursos para todos os municípios da região. A verba pode ser utilizada em obras estruturantes, de saneamento, para aquisição de máquinas e equipamentos, entre outras necessidades. Os principais critérios de prioridade para a liberação dos recursos são população municipal e emendas parlamentares.
O mesmo ocorre com o FDU, um fundo com quase R$ 2 bilhões para financiar atividades municipais.
Após a explanação dos casos de sucesso, o diretor do BRDE enfatizou que com uma política urbana sustentável do ponto de vista ambiental e financeiro é possível resolver problemas sociais de maneira linear. "Não precisamos estar sempre apagando incêndio, como costuma acontecer com as políticas públicas no Brasil, podemos agir preventivamente", afirmou.
O superintendente Antônio Carlos Nantes de Oliveira disse que é preciso repensar o dinheiro de graça no Brasil, pois o cidadão de baixa renda dá retorno. "O pobre é bom pagador, temos que investir neste público com a confiança de que teremos retorno", analisou.
Segundo o assessor da Diretoria de Planejamento do BRDE, Cesar Augusto Leitão, estatísticas mostram que 90% dos municípios brasileiros possuem capacidade de endividamento "Portanto, esta não precisa ser uma preocupação dos cedentes", finalizou.