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Grupo de trabalho que vai elaborar proposta de redução de custo de crédito no Brasil se reúne em São Paulo
Reunião inaugural de grupo de trabalho que vai elaborar propostas para a redução do custo do c´redito no país contou a participação de especialistas do governo e da sociedade civil. Foto: Febraban
O grupo de trabalho interministerial formado por Secretaria de Relações Institucionais e Ministério da Fazenda que, em colaboração com representantes dos setores financeiro, industrial e sindical vai elaborar uma proposta de redução do custo do crédito no Brasil, realizou reunião inaugural nesta terça-feira (05), em São Paulo, na sede da Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN.
Estamos animados de que nos próximos meses vamos apresentar um pacote de soluções que possam fazer com que o dinheiro chegue mais rápido e mais barato para brasileiros e brasileiras" Paulo Pereira
Com secretaria-executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, e coordenação técnica da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, grupo envolve especialistas em crédito para avançar em medidas concretas de melhora do ambiente de financiamento aos setores produtivos. A previsão inicial de conclusão dos trabalhos é 10 de março de 2025.
A discussão sobre as causas e ações que mitiguem o alto custo da intermediação financeira no Brasil assume papel prioritário na estratégia do governo Lula de impulsionar o crescimento sustentável da economia brasileira. Paulo Pereira, secretário-executivo do Conselhão, elucidou as expectativas desse grupo de trabalho.
“Hoje demos um passo importante no sentido de avançar nas diretrizes estabelecidas pelo presidente Lula e o ministro Alexandre Padilha. A ideia desse encontro foi reunir esses importantes atores sociais e econômicos para dizer o que o Brasil pode fazer para melhorar a oferta de crédito e reduzir juros. Nós definimos quais serão os temas que serão tratados, de forma amplamente consensuada, e está muito claro para gente que vão aparecer ideias que serão entregues ao presidente Lula e enviadas ao Congresso Nacional que poderão impactar positivamente esse ambiente de negócios. Estamos animados de que nos próximos meses vamos apresentar um pacote de soluções que possam fazer com que o dinheiro chegue mais rápido e mais barato para brasileiros e brasileiras”, pontuou Pereira.
O GT realizará seu trabalho em cima de seis eixos temáticos. 1) Inadimplência e custos associados às perdas com as operações de crédito; 2) Crédito para empreendedores, microcrédito e PMEs; 3) Custos Administrativos, Financeiros e Tributários; 4) Prevenção e combate às fraudes.; 5) Fundos Garantidores e instrumentos inovadores; e 6) Acesso a dados e plataformas digitais.
A instauração do GT acontece dias após uma audiência no Palácio do Planalto com o presidente Lula, que imediatamente determinou a constituição de um grupo de trabalho que apresente alternativas sólidas para a redução do custo do crédito e consequente impulso do crescimento econômico do país. Presente tanto no encontro em Brasília, quanto em São Paulo, o presidente da FEBRABAN e membro do Conselhão, Isaac Sidney, fez um panorama dessa questão.
“O custo do crédito abrange vários aspectos. A Febraban tem uma agenda recorrente na busca da redução estrutural do custo do crédito. Isso porque os juros praticados nas operações de crédito e o spread bancário no Brasil são altos e não negamos essa realidade. O patamar elevado do spread bancário afeta a vida das famílias e as atividades das empresas, o ambiente de negócios e de crédito. E a questão crucial é buscarmos entender a razão para termos chegado a esses níveis de spread ao longo das últimas décadas. Estamos aqui para construirmos uma agenda de trabalho sobre como atacar as variáveis que mais pesam na composição do spread bancário”, ressaltou Sidney.Além de representantes da SRI, Fazenda e FEBRABAN, estiveram presentes na primeira reunião do GT representantes do Banco do Brasil, Central Única dos Trabalhadores, Confederação Nacional da Indústria, Bradesco, Itaú, Santander, Zetta, Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos e Associação Brasileira de Bancos.