Notícias
Curso de Letramento Racial para Servidores Públicos é reeditado com apoio do Conselhão
Realizada em 4 de abril, a aula inaugural apresentou os avanços mais recentes na área social e nas políticas de combate à desigualdade. Foto: Ana Oliveira / ASCOM-SRI
A segunda turma do Curso de Letramento Racial para a Administração Pública Federal tem início na próxima semana – a aula inaugural foi realizada na sexta-feira, 4 de abril. A iniciativa do Governo Federal reforça o compromisso com a justiça social, a equidade racial e a melhoria da qualidade dos serviços públicos no Brasil. Com chancela do Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanas da Universidade de Harvard (ALARI), a formação tem alcance internacional e é oferecida em parceria com instituições brasileiras. De acordo com o coordenador do curso, Guilherme Dantas, da ALARI, a formação tem duração de aproximadamente três meses.
Composto por aulas virtuais e pela elaboração de um projeto final com impacto prático, o curso contará com a participação de 240 servidores de diversas estatais, incluindo Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal, Correios, BNDES, Serpro e Dataprev. Também participam servidores de diferentes ministérios do Governo Federal. A formação integra as ações do Grupo de Trabalho Pacto pela Igualdade Racial, parte das iniciativas afirmativas do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) – o Conselhão.
Para gerente de Projetos e coordenadora do Comitê de Combate às Desigualdades do Conselhão, Roseli Alves, o curso está alinhado diretamente às diretrizes do CDESS, que tem como foco o combate às desigualdades históricas no país. “Nossos servidores têm que atender a todos sem discriminação, e as políticas públicas precisam chegar às periferias, onde a população necessita de mais apoio”, defende.
O Conselhão tem se consolidado como uma instância fundamental na construção de políticas públicas inclusivas, promovendo o diálogo entre o governo e a sociedade civil. A presença de conselheiros como Benilda Brito, Douglas Belchior, João Domingos, Luana Génot, Luiza Helena Trajano e Neca Setúbal no corpo docente do curso reforça esse elo entre a formulação e a execução de ações efetivas de combate ao racismo.
Durante a aula inaugural, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância da iniciativa. “Essa formação é sobre justiça social, sobre melhorar a qualidade do serviço público, sobre eficiência e compromisso com o Brasil”, afirmou. Ela também reforçou que o enfrentamento ao racismo exige uma ação transversal de todo o governo.
O curso foi lançado em 2019 e já certificou quase 500 pessoas das Américas, Europa e África. A primeira turma dedicada à administração pública federal, realizada em 2024, formou 159 servidores. Com base nos resultados concretos de projetos finais – como a proposição do Fundo Constitucional do Centro-Oeste para Comunidades Quilombolas e melhorias no processo de cotas raciais no Ministério das Relações Exteriores –, a reedição surge como resposta aos impactos positivos já observados.
Além de promover o letramento racial, a iniciativa busca institucionalizar mudanças: os trabalhos finais devem resultar em projetos práticos, como campanhas, proposições normativas e outras ações com viés antirracista. Os organizadores esperam, com isso, fomentar o debate interinstitucional, gerar precedentes políticos e simbólicos e ampliar parcerias dentro do governo.
A expectativa é que o curso se consolide como uma ferramenta permanente de transformação institucional, com o apoio estratégico do CDESS, ampliando a presença do Estado na promoção de uma sociedade mais justa e equitativa.
