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11.09.2015 - “Não tem agricultor que prefira método de defesa com veneno”, diz produtora de algodão orgânico na Paraíba
Em 2003, a microempresa têxtil e de confecção da designer Maysa Gadelha ganhou novos rumos. A mineira de 57 anos, que há 38 vive na Paraíba, se associou a outros 22 microempreendedores, criou uma cooperativa, a CoopNatural, uma nova marca, a Natural Fashion, e conquistou novos mercados.
Na época, Maysa foi atrás de pesquisas e inovações tecnológicas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Campina Grande e a nova cooperativa passou a se organizar a partir da cadeia produtiva de um algodão orgânico e colorido. A maioria das espécies primitivas do algodão colorido possui fibras coloridas, principalmente, na tonalidade marrom. A cooperativa utiliza o marrom e também as tonalidades branca e creme nas peças que confecciona.
A CoopNatural envolve 400 pessoas, entre elas, agricultores familiares da região de Campina Grande que cultivam o algodão colorido de modo exclusivamente natural. Outros cooperados confeccionam e comercializam roupas, acessórios, brinquedos, peças de decoração e artesanatos que já conquistaram, inclusive, o mercado internacional.
A organização coletiva e a produção agroecológica “compensam do início ao fim da cadeia produtiva”, afirma Maysa, coordenadora da CoopNatural. “O produtor quer trabalhar com produtos orgânicos por motivos de saúde própria e da família. Não tem agricultor que prefira método de defesa com veneno. Se alguém utiliza é só por segurança, já que o risco da agroecologia é maior no início. Mas se a gente não usa, fica com a consciência tranquila, sem exploração do meio ambiente nem da mão de obra”, explica.
O algodão orgânico é cultivado com métodos e materiais de baixo impacto ambiental. “A ideia é trabalhar com a natureza e não contra”, defende a cooperativa. Os campos são naturalmente fertilizados e as pragas que comem insetos são controles naturais a ataques à plantação sem causar danos às culturas.
Outro diferencial da CoopNatural é a preocupação em seguir a essência da agroecologia: além de abolir os agrotóxicos, optou por um modo de comércio justo, solidário e pelo cultivo não associado à monocultura. Todas as propriedades que produzem para a cooperativa associam a produção do algodão colorido e produtos de base alimentar. Assim, os agricultores ainda fornecem para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Todos eles também utilizaram o financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para investimentos, principalmente, em tecnologias sustentáveis de convivência com a seca no estado.
Maysa Gadelha está satisfeita com a oportunidade em inovar por meio da confecção de peças de algodão orgânico e colorido. Na Paraíba, a cooperativa se associou a outras redes de artesanato e, em conjunto, produzem mais de cinco mil peças por mês, comercializadas, principalmente, para São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Marília Marques – Ascom/SG
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