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20.03.2015 - “Esse é o modelo de reforma agrária que a gente quer”, afirma Dilma na 12ª Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico
Foto: Blog do Planalto
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o modelo de reforma agrária no país deve ser formado pelo tripé: cooperativa, agroecologia e agroindustrialização. “Esse é o modelo de reforma agrária que a gente quer”, defendeu a presidenta durante a 12ª Abertura da Colheita do Arroz Agroecológico, em Eldorado do Sul (RS).
“Ao longo do tempo nós tivemos várias características na reforma agrária, mas todos nós amadurecemos numa direção: queremos assentamentos com essa qualidade”, afirmou ao se referir ao assentamento Lanceiros Negros, onde mais cedo inaugurou uma Unidade de Secagem e Armazenagem de arroz da Cooperativa Regional dos Assentados de Porto Alegre (Cootap).
O assentamento é um caso de sucesso de produção e beneficiamento de arroz. Este ano, o Rio Grande do Sul deve colher 24 mil toneladas de arroz orgânico em cinco mil hectares plantados em assentamentos. São quase 500 famílias articuladas na produção sem o uso de produtos químicos.
Dilma garantiu para os mais de seis mil presentes no ato que o Pronatec Campo e o Minha Casa Minha Vida Rural continuam a ser prioridade do governo. “A reforma agrária amadureceu em qualidade, queremos que os assentamentos sejam espaço de vida, não só de produção rural, mas de vida digna. Para isso reforço meu compromisso com a manutenção de programas importantes, como o Minha Casa Minha Vida Rural, o Pronatec Campo, além dos programas de garantia de comercialização”.
“Este é o Brasil que queremos: um país complexo, com uma agricultura familiar forte, um alto negócio para as famílias, um alto negócio para o país, um alto negócio que coloca comida na mesa”, concluiu a presidenta Dilma.
Reforma agrária mudando vidas
“Sempre lutei para ter terra, desde a criação do MST nos anos 80. A reforma agrária me deu as condições para criar e educar meus três filhos, de ter uma vida melhor, de conquistar o sonho da terra”, afirmou emocionada a assentada Juraci Lima de Oliveira, após a presidenta Dilma Rousseff inaugurar a unidade de secagem de arroz no assentamento Lanceiros Negros, em Eldorado do Sul (RS).
Em 1987, sua luta foi recompensada com a conquista de 12 hectares no assentamento Itapuí, em Nova Santa Rita, na região metropolitana da capital gaúcha, onde Juraci e sua família produzem os alimentos para o consumo cotidiano.
Juraci conta que na década de 1990 começou a produzir verduras sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos. “No começo, a gente viu que dava certo e, além de mais barato, era melhor para a saúde. Depois disso, veio a sugestão de outro assentamento e também começamos a produzir arroz orgânico na área coletiva. Isso mudou nossa vida, deu uma renda melhor e também uma grande visibilidade para nosso trabalho como assentados”, afirmou.
Investimento em infraestrutura
A unidade de secagem de arroz foi viabilizada por meio de um convênio entre o BNDES e o governo do estado. Com o repasse federal de R$ 3,4 milhões, foi possível realizar a obra, que tem capacidade de processar 100 mil toneladas de arroz por safra. Com a inauguração desta unidade de processamento e armazenagem, a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados na Região de Porto Alegre (Cootap) terá capacidade de beneficiar 392 mil toneladas de arroz a cada safra.
Com informações do MDA