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9.06.2015 - Em debate sobre Mercosul, Rossetto defende fortalecimento da integração no bloco
Foto: Naiara Pontes/SG
O Futuro do Mercosul foi tema do debate promovido nesta terça-feira (9/06) na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo/SP. No encontro, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) defendeu uma economia política da integração do bloco para além de uma lógica de mercado e a expansão geográfica do Mercosul para os demais países da América do Sul.
Para Rossetto, após 24 anos de integração, está confirmado que a adoção desta estratégia foi correta e decisiva para o desenvolvimento dos países. Rossetto afirmou que o Mercosul vive a "terceira geração" e é preciso fazer um balanço dos espaços internos de cooperação e também pensar como perspectivas de futuro, a expansão e fortalecimento do bloco. "Devemos responder aqueles que querem menos Mercosul, com mais Mercosul, associando o seu horizonte econômico ao espaço político da Unasul. Enxergar a integração econômica associada ao espaço geográfico da América do Sul".
No debate, o Alto Representante Geral do Mercosul, Dr. Rosinha, também fez referências ao processo de integração que envolve os cinco países do bloco e um balanço dos avanços da conjuntura política, econômica e social a qual o Brasil está inserido desde a criação deste mercado comum com a Argentina, Paraguai, Uruguai e, recentemente, Venezuela. "Depois de consolidado , o Mercosul tem avançado. Há alguns anos havia uma América do Sul desacreditada e culturalmente dependente dos grandes centros. Hoje temos um bloco que já é a quinta economia do mundo", enfatizou.
Terceira geração
Além dos aspectos político-econômicos, outro ponto abordado no debate sobre o futuro do Mercosul refere-se à ampliação da participação social, já que o bloco caminha para intensificar a aproximação entre a sociedade civil de cada país-membro e associado.
A estratégia de desenvolvimento sustentável e equilibrado, capaz de diminuir as assimetrias entre os países da América do Sul, tem sido vista como o principal desafio para se alcançar a terceira geração do Mercosul. O objetivo é traçar políticas integradas que estimulem a industrialização nos países, com foco no abastecimento do mercado regional, na valorização de um plano de infraestrutura que englobe hidrovias, ferrovias, estrada, internet e telecomunicações; além da construção de identidades que tragam pertencimento ao território do Mercosul.
Sobre o viés da integração cultural, o diretor do Departamento do Mercosul no Itamaraty, Reinaldo Salgado, destacou que a agenda cidadã do Mercosul tem influenciado o crescimento e a atuação do bloco. "Se hoje viajamos para alguns países da América do Sul portando apenas a carteira de identidade, isto é sinal de avanço", pontuou.
As cúpulas sociais do Mercosul realizadas a cada semestre são exemplos do aprofundamento desta integração sócio-cultural. O próximo encontro será o da XVIII Cúpula, entre os dias 14 e 16 de julho em Brasília, sob o tema Avançar no Mercosul: mais direitos, mais integração e mais participação. O evento, que está sendo organizado por meio de diálogo com a sociedade civil, pretende impulsionar o debate sobre a necessidade de integrar as economias da região e melhorar as instâncias de participação democrática do bloco.