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18.06.2015 - Juventude apresenta propostas ao governo federal para o PPA 2016-2019
Foto: Naiara Pontes/SG
Toda a diversidade da juventude do campo, cidades, LGBT, universitária, dos movimentos de cultura e das periferias esteve representada na segunda edição setorial do Fórum Dialoga Brasil PPA 2016-2019. O encontro, realizado nesta quinta-feira (18/6), no auditório do Palácio do Planalto, em Brasília, reuniu representantes da sociedade civil para debater com o governo federal propostas sobre juventude para o Plano Plurianual (PPA) dos próximos quatro anos.
Paridade de gêneros, combate à violência, trabalho e a luta contra a redução da maioridade penal foram os principais temas defendidos pelas lideranças jovens presentes no encontro.
Sobre a maioridade penal, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) reafirmou a posição do governo federal, contrária à decisão da comissão especial da Câmara que aprovou, no último dia 17, a redução da maioridade em caso de crimes hediondos. “Porque queremos uma nação mais justa, forte e solidária afirmamos uma posição categórica contrária à redução da maioridade penal. A nossa convicção é a de que é possível construir opiniões na sociedade brasileira que recusem esta alternativa para nossa juventude”, defendeu Rossetto.
No Brasil são 51 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, que compõem de modo diverso, 25% da população. Estes jovens conquistaram em 2013 o Estatuto da Juventude, instrumento legal que garante e promove direitos. Para Gabriel Medina, secretário nacional de Juventude (SNJ), este PPA é inédito, por ser “o primeiro plano construído após a aprovação do estatuto. Agora é momento de reafirmar a importância das agendas transversais para esta juventude”.
Conquista de diretos
Os avanços na conquista de direitos da juventude brasileira também foram pauta do fórum. Nos últimos anos houve avanço na média de escolaridade em todas as faixas etárias, e, em consequência disto, os jovens brasileiros têm entrado cada vez mais tarde no mercado de trabalho. Na faixa etária de 15 a 17 anos, entre 2006 e 2012, houve um crescimento de 7,7 anos de estudos. Para a faixa que vai dos 18 a 24 anos houve crescimento de 9,7 anos de estudos, e para os jovens de 25 a 29 anos o avanço foi de 10 anos de estudos, em igual intervalo de comparação.
As políticas públicas do governo federal para os jovens têm contribuído de maneira decisiva para este avanço. Um exemplo é o Projovem Urbano, programa federal que tem o objetivo elevar a escolaridade dos jovens com idade entre 18 e 29 anos que ainda não tenham concluído o ensino fundamental, que alcançou a marca de 200 mil jovens atendidos entre 2012 e 2013.
A conquista de direitos e oportunidades, em especial para a juventude negra brasileira, foi lembrada por Giovanni Cley, estudante que representou a juventude do estado do Acre no fórum Dialoga Brasil. “A juventude reconhece os avanços dos últimos anos. Só o fato de eu, jovem negro, da periferia do Acre, estar participando deste momento, comprova o espaço que a juventude tem conquistado”, apontou.
Na sequência, a terceira edição setorial do Fórum Dialoga Brasil vai debater com as centrais sindicais as propostas para o PPA 2016-2019. O debate com representantes do empresariado e do setor produtivo brasileiro encerrará as etapas setoriais deste processo participativo.