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03.07.2015 - Na entrega da pauta da 5ª Marcha das Margaridas, manifestações contra o machismo e por mais autonomia das mulheres
Foto: Naiara Pontes/SG
Uma resposta uníssona contra a onda conservadora e o machismo e a busca de mais autonomia para as mulheres do campo, da floresta e das águas marcaram o evento de entrega da pauta da Marcha das Margaridas 2015. O evento de mobilização de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), sindicatos e federações foi realizado nesta sexta-feira (03/07), no Espaço Israel Pinheiro, em Brasília.
Os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) receberam a pauta em nome da presidenta Dilma Rousseff. A mesa foi composta também por Maria Fernanda Ramos Coelho, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), representando o ministro Patrus Ananias, e Alberto Broch, presidente da (Contag).
O ministro Miguel Rossetto (SG) criticou o machismo e a onda conservadora que desafiam a democracia no país e se disse preocupado com iniciativas “reacionárias, machistas, agressivas e odiosas. De violência contra as mulheres, inaceitável em todos os níveis, como a agora praticada contra a presidenta Dilma. Esses adesivos identificados em carros, tão desrespeitosos, são uma agressão não só à presidenta Dilma, mas a todas as mulheres”.
Autonomia
Sobre a pauta da Marcha, Rossetto disse ter escutado “as mulheres reafirmando a luta pelos seus direitos, por respeito e igualdade. O Brasil que queremos construir é esse, que trabalha para a construção de uma nação de iguais em direitos, jovens, mulheres, negros, brancos, todos nós”.
A ministra Tereza Campello destacou dois temas da pauta da Marcha que norteiam a agenda do MDS. “São duas pautas importantes que vocês colocam quando dizem que as margaridas seguem em marcha. Uma é a questão da segurança e alimentar e nutricional e a outra é a redução das desigualdades”.
A ministra Eleonora Menicucci (SPM) reforçou a união dos movimentos no combate a agressão à presidenta, “as manifestações que as mulheres fizeram foram de uma magnitude tão grande, que todos os movimentos que aparentemente estavam parados, ressurgiram com uma força que há bastante tempo eu não via. Recebemos cartas de movimentos internacionais, as parlamentares se manifestaram, e mostramos força: mexeu com ela [Dilma], mexeu conosco”.
Organização e próximos passos
Alessandra Lunas, coordenadora da Marcha e secretária de mulheres da Contag, lembrou que há um ano as mulheres estão fazendo marchas municipais, estaduais e diálogos nas comunidades e com governos dos estados para dar voz às principais reinvindicações das mulheres das águas, do campo e da floresta. Um dos temas prioritários, segundo Alessandra, é o enfrentamento à violência. “Temos ouvido essa reivindicação de norte a sul do país. Essa é, infelizmente, a agenda mais forte que a Marcha das Margaridas precisa colocar nas ruas”.
Sobre a Marcha
A Marcha das Margaridas é uma homenagem à trabalhadora rural paraibana, Margarida Maria Alves (1943-1983), que durante 12 anos, presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida incentivava a luta na justiça pela garantia de direitos das trabalhadoras e trabalhadores do campo.
A Marcha das Margaridas 2015 será realizada nos dias 11 e 12 de agosto, em Brasília, com o lema Margaridas seguem em Marcha por Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade. A expectativa é reunir mais de 100 mil trabalhadoras rurais.