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28.11.2014 - Acadêmicos discutem pesquisa em participação social
O seminário “Pesquisa em Participação Social: Balanços e Perspectivas”, promovido pela Secretaria-Geral da Presidência da República (SG/PR), reuniu, na sexta-feira (28/11), em Brasília (DF), cerca de 50 pesquisadores do tema participação social, oriundos de 22 universidades e oito institutos de pesquisa de 12 estados brasileiros, além de alguns convidados estrangeiros.
Para o diretor do Departamento de Participação Social da Secretaria Nacional de Articulação Social da SG/PR, Pedro Pontual, este seminário é uma oportunidade de construir uma agenda futura para as investigações sobre o tema no Brasil. “Isso faz parte de um processo previsto na própria Política Nacional de Participação Social (PNPS), que foi construída a partir dessa relação entre pesquisa e socialização de experiências”, explica Pontual.
Para o diretor, “a construção de uma agenda comum é importante para que a gente possa fazer uma aproximação das várias redes de pesquisa e aprofundar o compromisso do nosso governo de fortalecer as práticas de democracia participativa, de participação e controle social”.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Pires, parceiro da SG nessa ação, destacou a importância de que nesse seminário sejam criados e fortalecidos laços de parceria entre os pesquisadores. “Esperamos também chegar ao final do dia de hoje tendo identificado um conjunto de questões, problemas e temas, que devem orientar os esforços difusos e descentralizados de todos nós, mas também de órgãos do governo de apoio a pesquisas. Para isso, pretendemos fazer um balanço crítico dos últimos anos, sobretudo dos obstáculos que se colocam para o aperfeiçoamento da democracia participativa no Brasil, na relação entre Estado e sociedade”.
A pesquisadora mexicana Gisela Zaremberg, ao se referir ao reconhecimento internacional alcançado pelo Brasil na valorização da participação social, faz um contraponto a essa condição democrática: “O Brasil é um país que vem pesquisando a voz e não o silêncio e os silenciadores. Como acontece a repressão no país da participação? Qual o significado da participação? Quem são os atores do veto? Que são os atores das leites dominantes? Qual a relação dessa elite com esse sistema de processos participativos?”, questiona.
Também foi levantado por alguns participantes a necessidade de se rediscutir o processo decisório das entidades que administram recursos públicos destinados à pesquisa, e que acabam por definir o que será ou não pesquisado no Brasil. Para contribuir com essa discussão, no período da tarde, representantes do CNPq e da Capes irão integrar o grupo de estudiosos. A expectativa é que seja possível construir caminhos para o apoio a pesquisas sobre participação social.