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27.06.2014 - Íntegra da entrevista concedida pelo ministro Gilberto Carvalho ao programa Bom Dia Ministro
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Bom dia. Começa agora mais uma edição do programa Bom Dia Ministro, programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC serviços, o nosso convidado de hoje é o ministro Gilberto Carvalho Secretaria-Geral da Presidência da República. Olá ministro, bom dia.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Bom dia Kátia, bom dia a todos nossos ouvintes dessa grande rede nacional e bom dia aos companheiros aqui também do estúdio que não essa valorosa contribuição.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada ministro, seja bem-vindo. E na pauta do programa de hoje os legados da Copa do Mundo e a política nacional de participação social, o ministro Gilberto Carvalho começa agora a conversar com ancoras de emissoras de rádio de todo o país. Quem está na linha, Ministro, é Olivia Haiad, ela é da CBN do Rio de Janeiro. Olá Olivia, muito bom dia para você.
REPÓRTER OLÍVIA HAIAD (Rádio CBN/Rio de Janeiro - RJ): Olá, bom dia, bom dia ministro. Ministro, foram investidos R$8 bilhões nos 12 estádios da Copa, sendo quase 4 bilhões do BNDES. O que pode ser feito como garantir que arenas como as de Manaus e Natal, por exemplo, não vão virar elefantes brancos quando acabar o Mundial? Já que o público dos jogos deve diminuir muito, né?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Sim. Olá Olivia, muito bom dia a você, bom dia aos ouvintes da rádio CBN, da nossa belíssima cidade do Rio de Janeiro. Olivia sabe que essa foi uma preocupação desde o inicio do planejamento da Copa, por isso que as arenas todas foram planejadas para serem arenas multiuso, elas servem hoje para a Copa do Mundo, vão servir depois, naturalmente, para os campeonatos estaduais, campeonato nacional, mas também elas servirão e já servem em muitos casos para eventos culturais, eventos esportivos, muitos shows, eu já estive conversando com responsáveis por várias dessas arenas que já estão mostrando o grande retorno que esse fato de ser multifuncional permite as arenas, e tem um problema também Olivia, que havia, convenhamos, um certo preconceito de nós aqui no sul, achando que a Copa deveria se concentrar apenas onde há um grande, uma grande presença já do futebol nacional, times muito importantes que já atraiu muitas torcidas, quando lá atrás o Presidente Lula junto com todo o pessoal do futebol decidiu ampliar as arenas, ampliar o numero de sedes, é porque nós entendíamos que a Copa ía alavancar um desenvolvimento importante para outras regiões do país, se nós tivéssemos só seis, sete arenas, elas estariam muito concentrada no centro-sul, no máximo, talvez, uma no nordeste, então esse fato foi deliberado de você deliberar o número de cidades sedes e transformar esse fato numa alavanca para o desenvolvimento, seja de infraestrutura, seja também do esporte nesses locais, nós estamos tomando todos os cuidados nesse aspecto, mas você poder tem certeza, nós podemos conversar daqui a um ano, mas talvez antes, nós vamos ver que essas arenas vão, pela sua qualificação, pela sua capacidade, multiplicar a presença do esporte, a presença da cultura. Para finalizar basta pensar no Mané Garrincha, todo mundo dizia: Mas fazer um estádio desse tamanho em Brasília é um absurdo. Pois bem Kátia, Olivia, nesse ano e pouco de funcionamento do Mané, ele já recebeu mais público do que o velho Mané Garrincha em toda sua história de 36 anos, portanto, é um fator que proporciona sem dúvida nenhuma uma nova arena, um novo conforto, proporciona um estímulo a prática esportiva e cultura em cada cidade.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Olívia Haiad da rádio CBN do Rio de Janeiro, você tem outra pergunta?
REPÓRTER OLÍVIA HAIAD (Rádio CBN/Rio de Janeiro - RJ): Não, somente essa.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos a participação de Olivia Haiad da rádio CBN do Rio no programa Bom Dia Ministro, que recebe hoje o ministro Gilberto Carvalho da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ministro, já está na linha o Paulo Azeredo da rádio América, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Olá, Paulo, bom dia.
REPÓRTER PAULO AZEREDO (Rádio América/Belo Horizonte - MG): Bom dia Kátia, bom dia ministro, a minha pergunta também é da área de mobilidade urbana, que foi uma área muito investida por parte do Governo Federal e dos Governos estaduais também. O levantamento que foi feito, ministro, pela ONG Contas Abertas e se deu conta que somente 51,7% das obras de mobilidade urbana em aeroportos ficaram prontas e foram entregues a tempo da Copa do Mundo, ao que se deve isso, ministro?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Meu caro Paulo Azeredo, bom dia a você, aos ouvintes da rádio America, estamos todos com o coração em Belo Horizonte desde hoje para essa grande batalha esportiva que eu espero que seja pacifica, harmoniosa de encontro de torcidas aí, como tem sido em todo o país e que o Brasil, de preferência vença. Mas Paulo é o seguinte, quando pensamos todo o esquema da Copa do Mundo nós fizemos questão de incluir na cartilha da Copa, no almanaque, obras que trouxessem de fato benefícios para as cidades, e eu diria para você o seguinte, o essencial para a Copa nós conseguimos entregar, o essencial, agora, nós quisemos, fomos ambiciosos, nós quisemos aproveitar esse ensejo para trazer para as cidades benefícios efetivos não tanto para a Copa, mas para mudar a cara dessas cidades, e de fato o nosso sonho seria ter entregue 100% dessas obras, não foi possível, muitas razões, boa parte dela ligada desde a licenças ambientais, processos em termos de desapropriações e também eu não vou negar a você, dificuldade gerenciais, seja do Governo Federal, governo estadual, governo municipal, nós preferimos assumir a responsabilidade da parte do Governo Federal daquilo que nos toca e reconhecer que teria sido melhor para a Copa a gente ter entregue tudo, mas você está vendo que a Copa já vai indo já quase dez dias de Copa e não houve cidade onde não se resolveu bem a questão da mobilidade, nós estamos oferecendo um conforto que está inclusive impressionando os turistas, sobretudo aqueles que vieram muito envolvidos ou influenciados por uma propaganda, antipropaganda contra o Brasil e que foi brutal, você sabe disso, dizia-se que ia faltar luz, que os aeroportos ia tá um caos, que ia ter caos aéreo, que ia faltar maneira de se locomover pelas cidades, que a violência estava grassando no Brasil, isso aqui parecia um incêndio e agora os estrangeiros estão aí, todos felizes sendo recebidos de maneira extraordinária pelo nosso povo que é a principal qualidade da nossa gente, os mineiro em particular, você sabe essa maravilha que são desse ponto de vista, então, eu digo para você, nós guardamos, sim, a frustração de não ter entregue as obras, mas pra nós o importante é que essas obras permanecem depois da Copa e nós construiremos todas, o nosso cuidado é não deixar inacabada ou paralisada nenhuma das obras que foram iniciadas, isso é compromisso que o presidenta Dilma tem com o povo brasileiro.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Paulo Azeredo, da rádio America de Belo Horizonte, você tem outra pergunta?
REPÓRTER PAULO AZEREDO (Rádio América/Belo Horizonte - MG): Sim, a Copa do Mundo foi responsável pela geração de um milhão de empregos, foram dados divulgados inclusive pelo próprio Governo Federal, sendo que 710 mil são permanentes, esse dados surpreenderam até mesmo o próprio governo, ministro?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Eu te confesso que sim, todos os números da Copa estão nos surpreendendo, nós sabíamos que a Copa ia de fato alavancar um numero grande de turistas, mas ninguém imaginava essa verdadeira invasão chilena, colombiana, argentina, que não para, na fronteira sul os argentinos continuam chegando pra valer em direção a Porto Alegre e as outras sedes depois e nós estamos tendo ainda a sorte de que a América Latina está indo bem pra caramba na Copa e está nos ajudando inclusive a ter uma maior presença dos nossos hermanos que são para nós companheiros de fato, de continente, isso nos orgulha muito, mas claro, também os europeus, então, de fato os números estão nos surpreendendo, mas o que mais está nos surpreendendo é essa festa da confraternização quase que universal que nós estamos tendo na rua, são espetáculos maravilhosos que vão deixar um legado não mensurável, extraordinário para o nosso povo, imagina o cara que vem para cá e foi tão bem recebido, ele tem vontade de voltar; então, o turismo vai sofrer um incremento, vai receber um incremento extraordinário. Certo, e a imagem do nosso país como um país de encontro de povos, de raças, um país que vem rompendo cada vez mais o preconceito, e assim por diante, é muito importante para a gente.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Paulo Azeredo, da rádio América de Belo Horizonte pela participação coma a gente no programa Bom Dia Ministro, o programa que tem a coordenação e a produção da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC serviços. Vamos agora, ministro Gilberto Carvalho, conversar com a rádio Amazonas FM, lá em Manaus, quem está lá é Patrick Motta. Olá Patrick, bom dia.
REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM/Manaus - AM): Bom dia, bom dia a todos os nossos ouvintes, ainda a pouco a colega Olivia, falava de novo, questionava por que da construção de uma arena esportiva aqui, que bom que o Brasil se preocupa com o país, agora, acho que vai acabar a Copa, vai começar Olimpíada e certa parte da imprensa brasileira vai continuar criticando a construção da arena. Ministro bom dia, a minha pergunta é: A política nacional de participação social ela está sendo muito criticada por pré-candidatos à Presidência da República, alguns chegam a afirmar que o bolivarismo ou bolivarianismo está sendo implementado no país. Eu pergunto, ministro, não era o PT que causava temor durante as campanhas eleitorais?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Oi Patrick,
bom dia a você, bom aos ouvintes da nossa rádio Amazonas, parabéns Patrick por essa belíssima, não só pela belíssima arena, eu tive a oportunidade de visitá-la aí, mas pelas obras que estão sendo realizadas em Manaus, que espero que até o final do ano fiquem todas de fato prontas e você tem toda a razão, Patrick, nós temos que romper um certo preconceito que existe no nosso país em relação a algumas nossas regiões, graças a Deus nós registramos nos últimos anos que justamente a região norte e a região nordeste são as que mais crescem no país, essa foi uma das missões que o presidente Lula levou a sério de reequilibras Kátia, um pouco desse desenvolvimento nacional, você tinha que estimular essas regiões e a Copa faz parte disso, nós temos muito orgulho do que ocorre em Manaus, a maravilha que está sendo a Copa, que foi a Copa até agora aí, pena que vai se encerrando já a participação de Manaus, mas vocês podem tem certeza o nosso compromisso de continuar apoiando, esperando que o futebol de Manaus, do estado de Amazonas, cada vez mais venha crescer, se desenvolver e batalhar em igualdade de condições com todos os estados brasileiros. Mas olha, Patrick, eu te confesso que nós ficamos surpreendidos com a repercussão do decreto que nada mais nada menos era que uma legitimação daquilo que já existe, a Presidenta Dilma teve a preocupação de simplesmente colocar como política de estado através de um decreto aquilo que na pratica já existe, desde 1930 nós temos no Brasil crescente a partir daí uma tradição de participação da sociedade nos governos, isso é uma virtude, Katia e Patrick, da sociedade brasileira que gosta de participar, claro que não majoritariamente como nós sonharíamos, mas o brasileiro tem essa disposição, desde associação de bairro, desde o clube de mães, desde a irmandade na igreja, desde as associações de caridade e assim por diante, os conselhos são só mais uma impressão dessa generosidade do povo brasileiro. Ao longo da história nós chegamos a construir no Brasil, a constituir quase sempre através de lei que passa pelo Congresso, portanto, não competindo com o Congresso, 45 convidados conselhos, fizemos mais de 110 conferências nacionais. O que aconteceu no governo Lula e na Dilma, foi simplesmente que essa proposta foi levada mais a sério do que era antes, ou seja, Lula chegou mandou abrir a porta daquele palácio, deu uma ordem que ninguém pode chegar ali sem ser atendido, então o palácio passou a ser frequentado por gente que nunca tinha o direito de pisar naquele palácio, outro dia mesmo, graças a Deus eu estava lá com o Palácio lotado de motoboys, mototaxistas, motofretistas, vira e mexe nós temos lá nossos companheiros moradores de rua, catadores de material reciclável, índios, gente que nunca sonhava em pisar naquele Palácio. Além disso, o Lula fez uma coisa que o pessoal achava que era vagabundagem que é fazer um presidente andar pelo país, por quê? Porque a escuta interessada ela é fundamental para governar bem, os conselhos, as conferências são simplesmente a organização dessa escuta interessada, ou seja, um governo que se abre para ouvir a sociedade. Pois bem, esse decreto não passava disso e nós estávamos tranquilos. De repente, o editorial de um jornal levanta uma tese, a nosso juízo, completamente descabida de que se tratava de um golpe na soberania do congresso, que se tratava de construir conselhos populares, no sentido de conselhos que vão engessar o Governo e burocratizar e aí para nossa surpresa, de fato, alguns dos presidenciáveis embarcaram nessa canoa, que é uma canoa antipopular, que é uma canoa que vai na direção daqueles mesmos que defenderam a escravidão, que foram contra a proclamação da República, que foram contra a Petrobras na sua fundação, enfim, foram contra tudo aquilo que é avanço da democracia, é disso que se trata. Por isso é que nós estamos dialogando com o Congresso, esperamos que o Congresso abra um debate sobre esse tema e nós possamos dar um avanço e não um recuo na participação social na política brasileira.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Patrick Motta, da rádio Amazonas FM de Manaus, você tem outra pergunta?
REPÓRTER PATRICK MOTTA (Rádio Amazonas FM/Manaus - AM): Temos sim, Kátia Sartório. Ministro, geralmente o país do futebol é o Brasil, muita gente fala sobre isso, nós aqui da rádio Amazonas não concordamos com essa frase de que o Brasil é o país do futebol, porque aqui na Amazônia sempre preferimos torcer para que um dia sejamos o país da boa saúde, da boa educação, da boa segurança e dos bons costumes dos homens públicos também. Mesmo assim, a gente percebe que o tal legado deixado pela Copa já pode sim ser sentido e visto por todos, apesar dos problemas e denúncias que continuam e vão continuar. Eu pergunto, ministro: Com estádios completamente lotados em cada partida, elogios de milhares turistas e nenhum incidente grave, por que a presidente Dilma vem ainda recebendo vaias?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Olha, Patrick, você sabe que tem coisas na vida que nos deixam de fato perplexos, as vaias dentro de um estádio são mais ou menos uma tradição brasileira, há muito tempo, já o velho Nelson Rodrigues, como se repete sempre, dizia que no Maracanã se vaia até minuto de silêncio. Então, eu acho que as vaias a gente até entende que são até uma expressão típica do futebol. O problema, no nosso caso, não foram tanto as vaias, foram xingamentos de um nível baixíssimo, que nós ouvimos lá no Itaquerão, infelizmente na inauguração do estádio. Quero lembrar que o presidente Lula foi vaiado também na abertura do Pan no Rio de Janeiro. A gente, de um lado, precisa conviver com as manifestações da oposição, agora o que não pode permitir, não é ruim apenas para a presidenta Dilma, não é ruim apenas para o governo, é ruim para o país, é quando o ódio, é quando a raiva que se espalha a partir de pessoas interessadas em fazer de tudo uma guerra começa a virar uma cultura na sociedade, a se transformar numa cultura na sociedade e nós sabemos que o ódio, a raiva não levam a nada. Portanto, o que nos preocupa mais do que o fato em si, lá, são as causas que levaram aquelas pessoas a se expressarem desta forma. Eu acho que, graças a Deus, houve na sociedade brasileira um sentimento muito forte contra a essa atitude, acho que o Brasil todo, né Katia, foi testemunha dessa reação, eu espero que essa reação sepulte de uma vez esse tipo de conduta que não constrói nada, que simplesmente serve para continuar propagando uma divisão e um ódio que não são da sociedade brasileira, não é da nossa cultura. Portanto, eu acho que esse episódio deve servir de aprendizado para que nunca mais governante nenhum seja tratado desse modo. Criticado é uma coisa, mas desrespeitado é outra.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Patrick Motta, da rádio Amazonas FM de Manaus pela participação com a gente no programa Bom Dia Ministro. De Manaus, ministro, vamos agora conversar aqui em Brasília com a rádio Band News FM. Isabel Mega, bom dia pra você.
REPÓRTER ISABEL MEGA (Rádio BandNews FM/Brasília - DF): Bom dia, Kátia, bom dia ministro.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Bom dia, Isabel. Um bom dia para você e para os ouvintes aqui da Band News de Brasília.
REPÓRTER ISABEL MEGA (Rádio BandNews FM/Brasília - DF): Bom, ministro, a gente está falando de Copa do Mundo, mas as eleições já estão aí quase batendo na porta, a gente já está vivendo um contexto de eleições onde o jogo político já começa a se delinear e eu queria perguntar a respeito das exigências que os partidos estão fazendo para manutenção na base aliada e qual seria o peso, qual seria a importância de partidos como o PR, PSD e o PT na base de sustentação ao governo.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Isabel, as alianças em um regime presidencialista com forte ligação, com forte dependência do Congresso, como é o caso brasileiro, elas são fundamentais, primeiro porque a gente é contra a história de um partido único, a democracia implica em um dialogo e na contribuição de vários partidos, você tem um programa de governo e você reúne quem está disposto a apoiar aquele programa de governo. Isso, em tese, é próprio da democracia e nós nos orgulhamos de, desde o início, desde que nós existimos como partido, depois de um principio muito isolado, começamos a fazer alianças que nos proporcionaram realizar bons governos nos municípios, depois nos estados e finalmente na Federação. O governo do presidente Lula e depois o governo da presidente Dilma foram apoiados e sustentados no Congresso e com participação no governo através dos ministérios por um rol de partidos que são parceiros importantes para nós. É evidente que quanto maior sua base aliada mais você tem condição de ter sustentação no Congresso, vale dizer, seus projetos são apoiados, votados e com isso você consegue implementar as políticas. Um governo isolado, sem alianças, não consegue sequer governar o país, não consegue implementar politicas que ele considera necessárias. Então, todo mundo conhece o nosso programa e é bem vindo para nos apoiar, então cada partido, evidentemente é importante para nós, como pela lei cada partido tem um tempo de exposição na televisão, também é importante para a campanha eleitoral. Agora, do ponto de vista das exigências, é natural que cada partido queira ter um tipo de participação no governo, queira ter um tipo de influência no programa de governo e essas são as discussões que nós estamos tendo nesse momento, é natural num momento desse que você tenha adesões e defecções, é da democracia, é do jogo, e embora não esteja trabalhando diretamente na coordenação da campanha, tenho acompanhado e temos essa preocupação, sim, de ter a base mais ampla possível para que no segundo mandato, se Deus quiser, a presidente Dilma possa governar tendo o conforto e o apoio essencial para construir nosso projeto no segundo governo.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Isabel Mega da rádio Band News FM de Brasília você tem outra pergunta?
REPÓRTER ISABEL MEGA (Rádio BandNews FM/Brasília - DF): Sim, Kátia. Eu queria saber do ministro, a gente previu várias manifestações em vista do que ocorreu durante a Copa das Confederações, e na Copa do Mundo não é o que a gente tem visto, as manifestações tiveram uma redução muito grande. Então, queria saber do ministro a que ele atribui essa redução de manifestações durante o mundial.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Isabel, eu acho que são vários fatores, primeiro que as manifestações durante a Copa das Confederação ocorreu exatamente no auge das manifestação que já haviam começado maio, junho do ano passado, então ela ocorreu naquela momento em que havia uma grande mobilização. O que houve a partir daí, Primeiro tem que se analisar um certo cansaço das mobilizações e infelizmente a incidência da violência, eu acho que essa chamada prática black block que nós não podemos aceitar, que nós temos que condenar, porque ela trás a violência como método de ação, ela acabou também afastando muita gente, eu atribuo a prática Black block a esse tipo de ação grande parte no papel de desmobilizar as manifestações que em si eram muito bem vindas, expressão da democracia brasileira. Agora, em relação a Copa, acho que os movimentos contra a Copa, na verdade Isabel, eles era uma deformação a partir de um rol de informação equivocadas, quando se dizia que a Copa do Mundo era um monte de dinheiro, bilhões jogados no lixo da Fifa, no colo da Fifa, se dizia que os estádios eram elefantes brancos, se dizia que nenhuma obra ia ficar pronta, esse terrorismo todo que foi criado em parte da grande imprensa nacional e internacional provocava nas pessoas um sentimento de revolta em relação a Copa, então era natural que as pessoas fossem a rua, na medida em que a Copa foi se aproximando e nós conseguimos andar nas 12 sedes, dialogar diretamente e mostrar através dos meios de comunicação também que essa não era a realidade que a Copa trazia uma grande oportunidade para o país, a grande maioria se deu conta que não tinha sentido protestar contra a Copa, tem sentido protestar por educação, por saúde, por transporte, etc., então eu acho que esse foi o fator fundamental que fez uma desmobilização, eu digo, massiva, da Copa, e restou, infelizmente, grupos radicalizados que quando fazem manifestações durante a Copa pacifica não tem problema, agora a história do Black Bloc nós não podemos permitir, a violência nós não convivemos com ela e as forças policiais estão agindo exatamente para tentar desestimular esse tipo de prática.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada Isabel Mega da rádio Band News FM aqui de Brasília pela participação com a gente no programa Bom Dia Ministro. Lembrando que a íntegra dessa entrevista está em www.ebcservicos.ebc.com.br. Ministro Gilberto Carvalho, vamos agora à Curitiba no Paraná, conversar com o Eduardo Kampa, da rádio Iguassu AM 830. Olá Eduardo, bom dia pra você.
REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguassu AM 830/Curitiba - PR): Bom dia Kátia Sartório, bom dia ministro Gilberto Carvalho. Ministro, a gente tem observado que o governo investiu muito em outros setores, outras obras, não só estádios, inclusive mobilidade urbana, mas parece que chamou muita a atenção mais os investimento aos estádios, esses 12 estádios aí pelo montante que se investiu, o governo vem explicando até por diversas redes, como que ocorreram os financiamentos dos estádio, porém, ainda pairam algumas incertezas, algumas duvidas com relação a devolução desse dinheiro aos cofres públicos, como o senhor pode responder a essas pessoas que ainda, até de certa fala em calote ao governo?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Bom dia, Eduardo, bom dia ouvintes da rádio Iguassu, Eduardo é uma satisfação falar com você, eu como paranaense, de Londrina, mas que vivi 20 anos em Curitiba tenho muita alegria em falar com você, e espero que a Copa de fato continue bem em Curitiba, temos mais uma jogo ainda e vocês em Curitiba são testemunhas das obras que permitiram que a Copa se realizasse aí, ainda que houve uma tensão em um dado momento em relação a arena da baixada, mas vocês sabem é um benefício que a Copa está trazendo para o país todo, em particularmente para Curitiba. A sua pergunta é muita oportuna, Eduardo, por conta desse que difundido, Eduardo, o gasto total da Copa do Mundo chega em torno de R$25 bilhões, desses 25 bilhões, oito bilhões foram nos estádios. Desses 8 bilhões, 4 bilhões foram dinheiro emprestado, financiado pelo BNDES e aí não tem calote, todo mundo que tomou o dinheiro emprestado vai ter que pagar, vai ter que pagar, não tem conversa, nesse ponto não se discute, é juro subsidiado, é um juro favorável, mas é um dinheiro que tem retornar aos cofres públicos, e os outros 4 bilhões foram investimentos feitos pelos governos locais e algum perto um bi da iniciativa privada. Agora, veja bem, dos 25, 8 do estádio, 16,5 mais ou menos, foram recursos investidos na infraestrutura urbana, não há nenhuma das 12 sedes que não saiu beneficiada ou com a ampliação do seu aeroporto, ou com novas avenidas, ou com BRT, ou com VLT, que são os sistemas de transportes sobre trilhos, corredores exclusivos para ônibus, enfim, todas as 12 cidades, Kátia, receberam belos benefícios, algumas é um escândalo, em Cuiabá, a cidade virou um canteiro de obras, vai ser uma outra cidade quando a gente terminar aquelas obras até o final do ano, portanto, nós temos muita tranquilidade de que esse recurso público foi bem investido, primeiro porque construir arena não é jogar dinheiro fora, é um patrimônio, quem está indo agora nas arenas e vendo, tá vendo o quanto é importante pra uma cidade ter um espaço de encontro como esse, segundo, as obras de infraestrutura, como já disse, muda a cidade, e quando se dizia Não, estão tirando dinheiro da educação... olha, só do Governo Federal nesses 4 anos, enquanto nós gastávamos 8 bi, nós gastávamos na educação e na saúde 800 bi, 100 vezes mais o Brasil gasta em educação e saúde do que nos estádios nesses 4 anos, então não dá para comparar uma coisa com outra e esse pensamento era tão pequeno, porque se a gente fosse seguir esse pensamento, o Brasil nunca teria um Teatro Municipal como em São Paulo, nós não teríamos o orgulho que nós temos aí em Curitiba, por exemplo, da ópera de Arame, o Jardim Botânico e outras obras que nos orgulham na cidade, que são feitas pra cultura, o teatro Guaíra, porque quando o pensamento é muito restrito, muito pequeno, você acaba perdendo a visão de conjunto, então, não há dúvida nenhuma, nós estamos muito felizes com o que aconteceu, vamos completar, Eduardo, todas as obras, não vai ficar obra parada, e eu agradeço porque tua pergunta me permite dar esses esclarecimentos que eu espero que sejam finalmente assimilados por toda nossa população.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Eduardo Kampa, da rádio Iguassu AM,de Curitiba, você tem outra pergunta?
REPÓRTER EDUARDO KAMPA (Rádio Iguassu AM 830/Curitiba - PR): Sim, Kátia, só para finalizar então, com relação a essas manifestações a gente percebeu que elas foram até soladas, até existia uma preocupação que fossem até maior, porém foram bem poucas, e conforme o ministro explicou parece que pessoas estão mais esclarecidas, mais conscientes, porém eu gostaria que o ministro explicasse como é que vai ficar a situação dessas pessoas, não dos manifestantes, mas desses aí que se intitularam manifestantes, mas saíram para as ruas para quebrar a cidade, para quebrar patrimônio público, patrimônio privado, como vai ficar a situação dessas pessoas, eles vão ter uma penalização, ela vai ser rigorosa, vai ser branda, ministro, como vai ser a situação?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Olha, Eduardo, nós separamos bem as coisas, como já tinha dito anteriormente aqui no programa, nós sabemos que as manifestações não foram numerosos porque as pessoas foram aos poucos sendo informadas e conscientizadas que a Copa é era um acontecimento tão grande, tão importante... A gente fica pensando, eu em 51, em 50 não havia nascido, nesse ano eu tenho 63 anos e estou vivendo uma Copa do Mundo, não vou viver outra no Brasil, é uma oportunidade única na vida da maioria dos brasileiro, é um momento do encontro do mundo inteiro aqui no Brasil e você está vendo aí em Curitiba, a festa que esse povo está fazendo, e festa que eu digo de encontro de pessoas, é emocionante a gente ver o cuidado que os brasileiros estão tendo de cuidar dos estrangeiros, de dar informação, de recebê-los bem, de abrir suas casas, muitas vezes de cuidar da pessoas, se confraternizar, esse momento é um momento histórico para o Brasil, as pessoas entenderam finalmente que tudo que nós estávamos investindo, ainda que teve problemas, ainda que houve atrasos, e tal, era um momento importante e decisivo para a nossa, a continuidade do nosso desenvolvimento, então as pessoas acabaram se convencendo, não foram para a rua, quem foi para a rua é um grupo de meninos, de jovens em geral, com uma mentalidade dura de que a violência é um método de reivindicação. Bom, aqueles que praticaram, Eduardo, os crimes de quebrar o bem público ou de quebrar os bens particulares, agências bancárias, como aconteceu aí em Curitiba, agências de automóveis e tal, esses serão penalizados na forma da lei, a lei é dura contra a depredação do patrimônio e aqueles que forem identificados, vão responder sim, nós não podemos aliviar para quem acha que pode fazer o que quer da vida, nós temos um país com regras claras, com uma Constituição, uma Constituição extraordinária, cidadã, então nós não vamos amolecer com essa gente não, até para não estimular que a violência se torne de fato de um método de viver ou de se reivindicar aqui no nosso país.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Agradecemos ao Eduardo Kampa, da rádio Iguassu AM, de Curitiba, no Paraná, pela participação com a gente no programa Bom dia, Ministro, que recebe hoje o ministro Gilberto Carvalho da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ministro, vamos agora conversar com Wellington Carvalho da rádio Estadão FM, de São Paulo. Olá, bom dia.
REPÓRTER WELLINGTON CARVALHO (Rádio Estadão FM/São Paulo - SP): Bom dia, bom dia ministro. Ministro, me permita continuar nesse tema manifestações, a policia paulista prendeu nos últimos dias os primeiros dois Black Blocs, e prometeu linha dura contra a tática, eu queria a opinião do senhor sobre esse caso especificamente, já que o senhor chegou a se reunir, não é, até antes da Copa com integrantes do grupo, queria saber se surpreendeu de alguma forma essas prisões, não é? E já emendado também, eu queria ouvir do senhor, também, o um uma comentário sobre a recente mobilização do MTST, aqui em São Paulo, por exemplo, eles fizeram uma grande manifestação ontem, parte deles continua, inclusive, acompanhada em frente a Câmara Municipal de São Paulo.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Bom dia, Wellington, bom dia aos ouvintes da nossa rádio Estadão, São Paulo. Wellington, primeiro, vamos separar, o MTST é um movimento que tem conseguido uma grande mobilização massiva em São Paulo. Você é testemunha, você sabe que aí na cidade eles conseguem fazer grandes mobilizações, 15 mil pessoas, 20 mil pessoas. E felizmente o MTST, tem tido uma postura responsável, salvo um ou outro momento em que eles entraram em algumas empresas, no geral o comportamento deles na rua tem sido um comportamento cuidadoso, inclusive afastando os Black Blocs da sua manifestação, proibindo que integrantes desse tipo de postura integrem as suas manifestação, e fazem as suas manifestações. Nós tomamos o cuidado, Wellington, sabendo do potencial que esse movimento tinha de mobilização e sabendo que em toda mobilização sempre tem o risco da infiltração desse tipo de gente, de fazer de fato um acordo com o MTST, porque nós entendemos que as reivindicações deles são legitimas, não se tratou de chantagem, se tratou atender um movimento que reivindica um questão legitima que é a moradia. Nós estamos investindo pesado no Brasil, no maior programa habitacional do mundo, que é o "Minha Casa, Minha Vida", e procuramos, portanto, mobilizar dentro desse programa o atendimento as demandas que nós consideramos serias, justas, desse tipo de movimento e de reivindicação. Eu acho que isso foi importante para que a Copa em São Paulo se desenvolvesse até agora sem maiores incidentes, estamos sinceramente felizes por isso ter ocorrido até agora. Bem, a manifestação que e eles fazem agora na Câmara, é uma manifestação localizada em torno de uma bandeira clara, que é a mudança do plano diretor. Com relação aos Black Blocs, eu preciso esclarecer de maneira bem precisa. O nosso governo, é um governo de diálogo, por isso a presidenta Dilma nos determinou que nós andássemos nas 12 sedes das cidades, conversando com todo mundo em reuniões abertas, em algumas dessas reuniões vieram de fato manifestantes Black Blocs. Aí em São Paulo mesmo, na casa de Portugal, e depois em outro local ali no Sumaré, nos reunimos, para quem quisesse vir, reuniões abertas, públicas, e eles vieram, inclusive se manifestando, dando gritos durante a reunião, colocando cartazes quando eu falava, tentando impedir a continuidade das reuniões, mas em geral, em todas as reuniões nós conseguimos ir até o fim. Eu me orgulho, sinceramente, Wellington, de ter feito esse tipo de trabalho, sabe por quê? O que meu preocupa é o seguinte, essa meninada nova que vai sendo, muitas vezes, influenciada por esse tipo de postura e vai aderindo a esse tipo de postura, que nós julgamos absolutamente condenável, porque a violência nunca pode ser método de ação para reivindicação cidadania, para reivindicar direitos por isso que nós fomos lá conversar, por isso que nós nos damos ao trabalho e, também, porque a gente precisa ouvir o que se passa na sociedade. Agora, esses que foram presos, eu acho, que como já disse, não podem evidentemente ser, ter aliviada a sua situação, aqueles que são identificados quebrando uma agência de banco, quebrando uma agência de automóvel, quebrando lixeiras, quebrando bens públicos, como nós vimos no primeiro dia da Copa, não nós não podemos aliviar com essa gente, porque de fato nós temos uma lei, que em tese, tem que ser por todos respeitada e não podemos [ininteligível] com a violência como método de ação, como eu já disse. Portanto, eu acho que a polícia paulista, ao identificar essas pessoas, agora o Judiciário, tem que tomar conta e aplicar as penas próprias da lei brasileira, que determina que de fato esse tipo de ação não seja tolerada.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Wellington Carvalho, da rádio Estadão FM, de São Paulo, pela participação com a gente no programa Bom dia, Ministro. E de São Paulo, ministro, vamos para a Recife, em Pernambuco, conversar com a Rede Brasil, de Recife. Jô Araújo, bom dia.
REPÓRTER JÔ ARAÚJO (Rádio Rede Brasil/Recife - PE): Muito bom dia, Kátia, muito bom dia, ministro. Ainda falando sobre a Copa, ministro, na área de telecomunicações, o que fica então de legado daqui para a gente?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Olha, Jô, bom dia a você, bom dia aos ouvintes da Rede Brasil, da nossa querida Recife, palco também de importantes jogos da Copa e desse belo estádio que foi construído. Jô, nós, para nós a questão da banda larga passa a ser uma prioridade fundamental, nós temos a democratização da comunicação, a democratização do acesso à internet com qualidade, é uma das determinações, uma das obsessões, que nós temos e o plano de banda larga no Brasil e a sua implementação será sem dúvida nenhuma para nós, o grande, eu não diria nem legado da Copa, mas legado desse governo. A presidenta Dilma está absolutamente convencida, já determinou a realização desse projeto, da universalização da banda larga, eu acho que isso vai ser o nosso grande legado. Durante a Copa, nós tivemos, e temos ainda em alguns dos estádios, alguns problemas na área de comunicação, mas nós entendemos que a Copa nos oportunizou a amplitude desses serviços, você sabe que regiões como, por exemplo, Amazonas, não estavam conectadas à rede de fibra ótica e a Copa permitiu a realização da chegada dessa rede também a Amazonas, e essa conexão. Então, eu diria que esses são, digamos, os resultados mais importantes na área de telecomunicações.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Jô Araújo, da Rede Brasil, de Recife, você tem outra pergunta?
REPÓRTER JÔ ARAÚJO (Rádio Rede Brasil/Recife - PE): A pergunta, Kátia... Ministro, com relação ao programa política nacional de participação social, de que maneira então a sociedade, a população através das redes sociais vão poder ser protagonistas, vão poder contribuir e participar através do programa?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Jô, a tua pergunta é muito importante, porque ela mostra que a participação hoje em dia não pode mais ficar restrita a nossa tradicional forma de participação presencial em assembleias, em conferências, em conselhos. Cada vez mais fica evidente que o país rompe a barreira da comunicação com as redes sócias permite, nos permitindo novas formas de consulta, de conferências que nós podemos fazer via a rede de conferências virtuais e nós já ensaiamos, Jô, uma primeira forma através do portal chamado Participa.br, além do Participatorio.br, que é uma outra forma mais voltada para a juventude. O Participa.br, eu diria para você é o primeiro passo, qualquer pessoa pode entrar, e nesse portal ela pode enviar sugestões, ela pode participar de consultas que nós passaremos cadê vez mais a realizar, mas eu diria para você que nós estamos no limiar de um novo momento, Jô, em que novas formas poderão surgir, de participação via rede, por isso o nosso interessante em dialogar com o Congresso Nacional, agora, na retomada dos trabalhos agora no dia 1º ou no dia 2, ao invés de simplesmente votarem contra um decreto que não tem razão de ser rejeitado, porque ele não fere nenhuma, nada da Constituição, nem um problema, o Congresso abra a possibilidade de audiências públicas, para que a gente possa colher da sociedade sugestões dessas novas formas de participação. Eu queria, só para encerrar essa resposta ainda, Jô, dizer para você que o Brasil é reconhecido internacionalmente como um país onde a democracia avançou muito, e onde a participação da sociedade, Kátia, é reconhecida, tanto que as Nações Unidas acabam de nos dar um prêmio, que agora dia 26 nós receberemos em Seul, é um prêmio que qualifica, que reconhece uma das nossas ações, que é a participação da sociedade na elaboração do plano plurianual, os nossos Conselhos participaram dessa ação, da elaboração do plurianual, 70% das sugestões foram acatadas pelo governo e as Nações Unidas reconhecem. Portanto, a participação é motivo de orgulho e de jubilo para nós brasileiros, que temos essa tradição.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Jô Araújo, da Rede Brasil, de Recife, pela participação e vamos agora a Porto Alegre, conversar Paula Coutinho, da FM Cultura, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Olá Paula, bom dia.
REPÓRTER PAULA COUTINHO (Rádio FM CULTURA/Porto Alegre - RS): Olá, bom dia Kátia, bom dia ministro. Ainda a proposta da questão da participação social. Eu gostaria de saber, ministro, como é que está o processo de implementação do sistema nacional, e a interlocução aqui com Rio Grade do Sul, estado pioneiro na adoção do orçamento participativo e que realizou nesse mês nesse a escolha de prioridades, com participação recorde de mais de 1,3 milhões cidadãos.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Oi Paula, bom dia a você, bom dia aos ouvintes da FM Cultura, de Porto Alegre. Olha Paula, a gente tem que curvar aos gaúchos pelo seu pioneirismo. Vocês tem muita razão para ter muito orgulho desse estado. E o pioneirismo de vocês, entre outras questões se mostrou também na participação social. É verdade o que você falou, desde 82 quando o nosso velho guerreiro Olívio Dutra, nós começamos, Kátia, lá a pratica do orçamento participativo. E é interessante, Paula, que naquele tempo a grita contra o orçamento participativo, é muito semelhante que hoje tem em relação ao sistema nacional, porque a Câmara de vereadores achava que ia perder a função, achava que era um concorrente, que as pessoas se reunindo, o pessoal ia perder as suas bases e depois foi se revelando que não, que um legislativo inteligente, ativo, convive com formas de participação e pelo contrário, alimenta mais a sua ação legislativa, fiscalizadora a partir dessa participação. Porto Alegre se transformou de fato em uma referência mundial e serviu de exemplo para tantas outras, e foi a partir disso, Paula, dessa experiência pioneira aí de Porto Alegre, que nós fomos, então, desenvolver no governo Lula outras formas de participação, como é o caso do plano plurianual, que é uma espécie de orçamento participativo por quatro anos, que nós fazemos, e também a discussão do acompanhamento do ciclo orçamentário que nós fazemos via os Conselhos, assim como as políticas de Saúde e Educação, da criança e do adolescente, da mulher entre outras formas de participação em Conselhos. O sistema nacional, Paula, ele já existe na pratica, ele é composto pelas conferências municipais, são mais de cinco mil pelo país, pelas conferências estaduais, que pegam os delegados das conferências municipais, e pelas conferências nacionais. Só no governo Lula e da Dilma, nós realizamos 97 conferências nacionais, e aí temos os Conselhos, são 45 Conselhos que tem atividade permanente, mas nós inovamos mais, nós criamos também outras formas, como as ouvidorias, que são muito importantes para receber as queixas e reclamações ou sugestões dos usuários do serviço público, as Mesas de negociação, que são muito importantes para resolver conflitos, nós tínhamos um conflito enorme na área da Construção Civil, nas grandes obras e através de Mesas tripartites conseguimos levar a paz também o desenvolvimento de novas formas do relacionamento de recursos humanos nessas grandes obras, e além de audiências públicas que nós fazemos sempre que necessário. Então esse conjunto é que nós chamamos de sistema nacional de participação. E agora, com essa novidade, com o advento das redes sociais, demos conta que era importante inovar também nessa forma de participação. Por isso, Paula, que nós estamos com muita vontade de seguir essa conversa, estamos propondo ao Congresso Nacional as audiências públicas, para que a sociedade nos diga também que novas formas ela quer criar de participação e discutimos sempre dentro da lei, naturalmente com o Congresso Nacional. Nós não podemos ficar surdo às ruas, ficar surdos ao questionamento que se faz hoje da legitimidade dos poderes constituídos, e legitima-los cada vez mais através da ampliação da participação social.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Paula Coutinho, da FM Cultura, de Porto Alegre, você tem outra pergunta?
REPÓRTER PAULA COUTINHO (Rádio FM CULTURA/Porto Alegre - RS): Olha, agora a proposta da Copa, então, Porto Alegre é uma cidade sede, inclusive hoje recebe a seleções da Argentina e da Nigéria, mas após o mundial, ministro, que legado ficará para a cidade sede e também para o país.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Imagino a festa que deve estar nessa cidade com a presença Argentina massiva aí, e eu sei que os gaúchos recebem bem, os nossos hermanos vão estar bem aí, também os outros, e todos os outros visitantes de todos os países. Paula, eu acho nós temos vários legados, os tangíveis e os intangíveis. Os intangíveis, essa confraternização, esse encontro de culturas, encontro de povos que nós estamos tento da Copa, que vai deixar um resultado, eu tenho certeza extraordinário, além da elevação da autoestima do nosso povo, nós mostramos, estamos mostrando se Deus quiser vai ser assim até o final da Copa, que nós vencemos definitivamente o complexo de vira-lata, nós podemos sim realizar no Brasil não só a Copa, como realizamos a Jornada Mundial da Juventude, como vamos realizar as Olimpíadas, o Brasil, definitivamente, é um país capaz, chega de pensar que nós somos incapazes, que nós só podemos etr Copa do Mundo no primeiro mundo ou em outros ligares que não seja aqui, nós mostramos isso, eu acho que isso é incalculável o bem que traz para o nosso povo essa questão. Mas além disso, além dos empregos, além da questão do turismo você não tenho dúvida, eu quero ver os números do turismo no próximo ano, porque eu já estou ouvindo muito estrangeiro dizendo "eu quero voltar", "eu quero trazer a família", você vai ver o que nós vamos ganhar e além disso, se você andar nas 12 sedes, e Porto Alegre tem uma das provas, você conhece as obras que foram feitas para a Copa, algumas que não ficaram prontas, mas que até no final do ano, eu tenho certeza que o Fortunati vai entregar, e o TART também tem, nós temos essa preocupação, não permitiremos que nenhuma obra fique parada. Então em todas as cidades você tem obras de infraestrutura, que vão ao encontro, Paula, daquilo que mais junho pediu, que era a mudança na mobilidade urbana, o privilégio para o transporte coletivo, contra a cultura do transporte individual, que está engessando e estressando as nossas cidades. Então eu quero dizer para você que apesar de todos os limites, de algumas frustrações por não termos entregue as obras a tempo, elas serão entregues e esse legado vai ficar para o povo brasileiro.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada, Paula Coutinho, da rádio FM Cultura, de Porto Alegre, pela participação, e de Porto Alegre, ministro, vamos a São Paulo, mais uma vez, conversar agora com a rádio Capital AM. Basílio Magno, bom dia para você.
REPÓRTER BASÍLIO MAGNO (Rádio Capital AM /São Paulo - SP): Bom dia, Kátia, bom dia ao ministro Gilberto Carvalho. Ministro, o senhor, inclusive surpreendeu esses dias aí, em uma entrevista na Folha de São Paulo, fazendo uma autocrítica do próprio governo, inclusive foi bastante elogiado por isso. Ministro, agora, aqui em São Paulo o senhor acredita que há um pensamento conservador que se expressa fortemente mesmo por meio dos veículos de comunicação que altera contra o governo, o senhor acha que essa vai ser uma eleição difícil para a presidente Dilma, ministro?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Olha Basílio, bom dia a você, bom dia aos ouvintes da nossa rádio Capital, tradicional rádio Capital de São Paulo, é uma satisfação falar com vocês. Eu devo registrar, Basílio, que em várias vezes nós temos dito e o Rui Falcão disse já na próprio convenção que vai ser uma das eleições, talvez a eleição mais difícil que nós tivemos desde 2002. Eu tenho muita fé e muita convicção de que nós vamos vencer essa eleição, com todo respeito aos adversários, com muito pé no chão e com humildade, mas eu tenho convicção porque eu tenho certeza daquilo que nós realizamos nesse país, da mudança que nós fizemos, da mobilidade que nós conseguimos dar a sociedade brasileira, de milhões de brasileiros que foram incluídos, de obras de infraestrutura fundamentais, do nosso investimento na educação, os números são impressionantes da educação universitária, da educação técnica, da educação básica, do avanço que nós estamos fazendo na saúde, com tantos programas que a gente agora conseguiu cada vez mais por em campo, enfim, eu tenho convicção. Agora isso vai se dar no debate eleitoral quando nós, sem nenhuma mediação podermos mostrar o que nós realizamos. A história do pensamento conservador ao que eu me referi, ele não está só em São Paulo, ele está no Brasil, espalhado no Brasil, ele é legitimo, porque em uma sociedade é natural que você até tenha o pensamento progressista, o pensamento conservador, direita, centro, esquerda, corintiano, palmeirense, tudo isso é parte da democracia, nenhum problema, agora o que ei disse é o seguinte, que de fato os nossos meios de comunicação, são predominantemente expressão de um setor da sociedade, de uma elite econômica, brasileira que tem a posse dos meios de comunicação e que naturalmente passa esse pensamento através de um foco que ele dá para a informação. Você sabe tanto quanto eu que não existe objetividade na informação, ela passa por um filtro de subjetividade, é natural isso. Eu aqui no governo tenho vivido, Basílio, muito forte essa informação, essa situação, você participa de um evento, no dia seguinte você vai ler o jornal, o que você lê é uma fofoca que aconteceu lá naquele evento, porque o Maluf estava da Dilma, agora o encontro de catadores, [ininteligível] exemplo, que foi uma coisa fundamental, uma feira de catadores que mostra a emancipação dos catadores, essa informação foi sonegada ao povo brasileiro e assim como esse fato, nós temos milhares ao longo desses 12 anos, eu sou testemunha disso. Então é essa observação que eu faço, por isso que eu digo que eu tenho confiança que na hora que nós conseguirmos mostrar para o povo brasileiro, realmente, tudo que nós fizemos, o significado do resgate de cidadania que nós fizemos, eu convicção, com todo o pé no chão, que nós vamos virar esse jogo, mas eu não quero fazer grande polêmica sobre isso, deixa a eleição chegar, vamos a luta e eu espero que vença de fato a proposta que melhor servir ao povo brasileiro.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Basílio Magno, da rádio Capital AM, de São Paulo, você tem outra pergunta?
REPÓRTER BASÍLIO MAGNO (Rádio Capital AM /São Paulo - SP): Eu tenho uma pergunta sim, Kátia, para finalizar, agora eu quero saber do torcedor Gilberto Carvalho, que falou em confiança, está confiante na conquista da seleção brasileira aí para esse hexa, ministro?
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Olha, muito confiante, eu acho que o Felipão está conseguindo fazer um grupo forte, eu estou impressionado com a molecada, dizia-se antes que esses meninos não jogam no Brasil, que não tem nada haver com o Brasil, a garra dessa molecada está extraordinária, estão dando o sangue, eu acho que o Felipão foi muito feliz no último jogo, a entrada do Fernandinho, que aliás é meu conterrâneo de Londrina, foi muito bem, eu acho que o time tem um outro espírito agora, eu estou muito confiante para sábado e para a Copa. Eu acho que vai ser, se Deus quiser, uma alegria enorme para nós. Agora de todo modo, aconteça o que acontecer, eu acho que a vitória da realização da Copa está se consolidando para o povo brasileiro e no fundo no fundo é o que mais importa.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada Basílio Magno, da rádio Capital AM, de São Paulo, pela participação com a gente do programa Bom Dia, Ministro. E ministro Gilberto Carvalho, mais uma vez agradeço a sua participação em nosso programa.
MINISTRO GILBERTO CARVALHO: Kátia, sempre é um prazer muito grande fazer essa viagem pelo Brasil com você aqui, com os companheiros aqui da EBC, eu estou sempre a disposição e é uma belíssima ocasião da gente poder informar, clarear, e é um dever nosso, aliás, manter o nosso povo informado. Muitíssimo obrigado a você pela agradável companhia.
APRESENTADORA KÁTIA SARTÓRIO: Obrigada ministro. E a todos que participaram conosco dessa rede de emissoras, meu muito obrigada e até o próximo programa.