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09.06.2014 - Secretaria-Geral da Presidência da República anuncia os projetos vencedores da Maratona Hacker das Organizações da Sociedade Civil (OSCs)
Equipes trabalham concentradas durante a Maratona de Execução, que aconteceu ininterruptamente durante os dias 24 e 25 de maio, na UnB
Na tarde da terça-feira, 3 de junho, a Comissão Organizadora da Maratona Hacker das Organizações da Sociedade Civil, formada por representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, reuniu a Comissão Julgadora para avaliar os projetos resultantes do Hackathon das OSCs – Maratona Hacker das Organizações da Sociedade Civil .
Avaliando os critérios existentes e o espírito de estimular a atuação das equipes na área, a banca indicou, por consenso, três projetos vencedores dos sete grupos participantes. Os projetos ParticipaOSC, Cebas Online e Tigre são os três escolhidos que seguirão para a Residência Hacker, quando poderão vivenciar a imersão no Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados e, durante uma semana, darão continuidade a seus trabalhos sendo assessorados por professores, especialistas, representantes dos ministérios responsáveis pelas bases de dados utilizadas, além de atores da agenda do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.
Os projetos apresentaram diferentes níveis de desenvolvimento, tanto em relação ao grau de complexidade quanto aos modelos, mas buscaram de forma comum (criar/desenvolver/implementar/apresentar) ferramentas para facilitar o dia a dia das organizações ou dar visibilidade ao trabalho que essas realizam em parceria com o Poder Público, utilizando-se de bases de dados provenientes na maior parte de ministérios e órgãos governamentais.
Conheça os projetos:
Tigre – Transparência de Investimentos Governamentais Rastreados Eletronicamente – A ferramenta criada tem o objetivo de dar transparência a investimentos governamentais. Utiliza a base de dados extraída do Siconv e disponibiliza uma API (interface que organiza os dados entre aplicativo e programação) padronizada, para facilitar a criação de outros aplicativos com os mesmos dados.
Cebas Online – Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social Online – A ferramenta criada tem o objetivo de informatizar o processo de certificação de entidades beneficentes de assistência social certificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Utiliza a base de dados já existente do Cebas como ponto de partida para pré-cadastro de entidades.
OSCNET – A ferramenta criada propõe uma rede social interativa, utilizando dados e indicadores georreferenciados das OSCs para possibilitar consultas e correlações visando a conexão entre usuários a partir do cruzamento de interesses específicos. Utiliza a base de dados da pesquisa do Mapa das Organizações da Sociedade Civil.
OSC Dashboard – A ferramenta criada é um painel de visualização de dados dos convênios do governo com as OSCs. Dentre as funcionalidades propostas estão alertas de novos editais, gráficos sobre convênios, comparativos entre áreas de atuação e mapa de relacionamento entre OSCs. Utiliza a base de dados do Siconv.
Participa OSC – A ferramenta criada é uma rede social para promover a solidariedade entre OSCs. Organizada através de mapa georreferenciado, tem por objetivo possibilitar o intercâmbio de recursos e serviços entre instituições, valendo-se do conceito de gamificação. Utiliza as bases de dados do Atlas do Desenvolvimento Humano (Pnud) e do Siconv.
Formigueiro – Participa em Rede – O projeto propõe a criação de uma rede social web voltada a OSCs, construída sobre a plataforma Participa.br, para facilitar a atuação em rede de entidades com fins comuns ou articulados. Utiliza as bases de dados do Siconv e do Cadastro Nacional de Entidades Sociais (CNES), do Ministério da Justiça.
Take a Picture, Save a Life – A ferramenta possibilita a criação de um banco de dados multialimentado e georreferenciado de pessoas em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de acionar entidades (OSCs) que possam oferecer ajuda humanitária. Utiliza a base de dados do Cadastro Nacional de Entidades Sociais (CNES), do Ministério da Justiça.
Sobre a Maratona Hacker das OSCs
A Maratona Hacker das OSCs foi promovida pela Secretaria-Geral da Presidência da República com o objetivo de envolver a sociedade na ampliação do conhecimento sobre o papel e a importância das organizações da sociedade civil.
Foram mais de 50 participantes entre programadores, desenvolvedores, designers e ativistas digitais que, divididos em sete equipes, trabalharam na criação de aplicativos e ferramentas digitais, interagindo com diversos atores da agenda do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.
A etapa formativa da maratona foi realizada durante o II Seminário Internacional do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, que aconteceu no âmbito da Arena da Participação Social, entre os dias 21 e 23 de maio. Na oportunidade, os participantes puderam acompanhar os painéis temáticos e as atividades paralelas, interagindo com os diferentes públicos presentes.
A etapa de execução da maratona aconteceu durante os dias 24 e 25 de maio, com um intensivo de programação de 30 horas ininterruptas no Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UnB). Na tarde do domingo (25), os projetos foram apresentados ( http://va.mu/rC35 ). Além disso, a comissão julgadora considerou a análise da documentação e disponibilização dos códigos-fonte dos projetos
Os critérios utilizados para a avaliação dos projetos foram interesse público - focado na contribuição do projeto para a agenda do MROSC -, inovação, qualidade técnica, aplicabilidade e interoperabilidade, usabilidade e acessibilidade. Também foi observada a disponibilização dos projetos como softwares livres, documentados sob licenças livres em repositórios públicos, para serem estudados, replicados ou aperfeiçoados por quaisquer interessados, sem restrições.
Ministérios e INDA reforçam a importância dos dados abertos
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, apoiou a realização da Maratona Hacker com tutoria sobre a Infraestrutura Nacional de Dados Abertos (Inda) com indicação dos padrões, tecnologias, procedimentos e mecanismos úteis para utilização de informações públicas no modelo de Dados Abertos.
Foi sugerida a utilização de bases de dados relacionadas às OSCs, como foi o caso do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv), o código-fonte e a base de dados da versão beta do Mapa das Organizações da Sociedade Civil, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas no âmbito de uma pesquisa realizada junto à Secretaria-Geral da Presidência da República, o Atlas do Desenvolvimento Humano do Pnud, e a base do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, do Ministério do Desenvolvimento Social. Estas bases foram disponibilizadas com destaque no portal dados.gov.br, o Portal Brasileiro de Dados Abertos
Os participantes puderam dar um feedback das bases e apresentaram as seguintes sugestões: unificação de padrões entre bases de ministérios diferentes que versam sobre o mesmo tipo de parceria; e criações de APIs livres que facilitem o acesso aos dados e possibilitem o cruzamento de dados de bases diferentes de modo a permitir análises mais ricas.
“Democracia Hacker” e a avaliação dos participantes
A avaliação dos presentes - participantes, tutores ou curiosos - quanto à riqueza do processo, foi unânime: “Desenvolver algo funcional em tão poucas horas e ter tempo para se divertir, para se comunicar, para não dar importância para pequenos problemas e sim visualizar possíveis soluções, foi e está sendo único”, declarou Leandro Correia, participante da equipe do projeto Cebas Online. “Participar de atividade social que estimula e reflete as nossas ações socialmente é sensacional.” disse Rosângela Silva, da equipe Dashboard OSC.
Rodrigo Troian, um dos participantes, referindo-se à confusão comum que erroneamente atribui ao termo “hacker” o sentido de quem usa suas altas habilidades técnicas para atacar, destruir ou roubar informações, esclareceu que a iniciativa de maratonas como essa “é um sinal de que o governo passou a entender o que há muito tempo nós, programadores e ativistas digitais, tentamos esclarecer para a sociedade. ‘Hacker’ não é ’cracker’, e não há nada de pejorativo nesse termo, pelo contrário. A democracia pode ser construída de várias maneiras, e, por isso, é muito importante que todos entendam que podem contribuir para um mundo ou um país melhor com aquilo que sabem e gostam de fazer”.
Para Ricardo Poppi, coordenador-geral de Novas Mídias e Outras Linguagens de Participação da Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, "essa maratona hacker, além de ter construído produtos importantes, se constituiu como um espaço inovador de participação social. Hackers e servidores públicos puderam trocar seus ambientes de trabalho por um local descontraído em frente ao jardim do Darcy Ribeiro, criando juntos aplicativos, soluções e ambientes de colaboração. Os laços e redes que se formaram durante a maratona tendem a permanecer ativos."