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26.05.2014 - Sociedade civil, iniciativa privada e convidados discutem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
“Há uma diferença metodológica e científica entre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda Pós-2015”, afirmou Rômulo Paes de Sousa, diretor do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Centro Rio+). “Estamos fazendo um diálogo com a sociedade, tentando ter um posicionamento participativo e não só de governo”, disse o diretor do Centro Rio+, um esforço colaborativo de parceiros incluindo o governo brasileiro, o governo do estado do Rio de Janeiro, a cidade do Rio, o PNUD, outras agências da ONU, e representantes nacionais e internacionais de universidades, empresas e sociedade civil.
A abertura do painel foi feita pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR), Gilberto Carvalho. Ele celebrou as conquistas com os ODM das Nações Unidas (ONU) e reiterou que os ODS se complementam às metas anteriores, “agora com uma meta mais ousada”. Ele lembrou que temos os nossos representantes discutindo no plano internacional a definição dos novos objetivos e lamentou o grande consumo de agrotóxicos no Brasil.
“A diferença principal entre os ODM e os ODS é que os primeiros objetivos foram estabelecidos de cima para baixo. No caso dos ODS, queremos chegar num processo muito mais aberto”, explicou o assessor de Assuntos Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Fernando Coimbra. “Nós achamos que a preservação dos recursos naturais e o avanço na redução da pobreza são objetivos indissociáveis. Defendemos que todos devem avançar nos processos de desenvolvimento sustentável, não só os países pobres, mas os países ricos também”.
A questão da participação na definição dos ODS também foi unânime entre os presentes. “Nenhum agente pode ser excluído dessa caminhada para a sustentabilidade: sociedade civil, governo e empresas”, defendeu Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da empresa Braskem. Ele garantiu que o Brasil tem legitimidade para assumir o papel de lideranças nos debates internacionais sobre a escolha das novas metas. Adriano dos Santos, presidente da Central Recicle de Aracaju, rede de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, mostrou que o Brasil deve levar a sua experiência com reciclagem para outros países: “reciclagem não é sinônimo de pobreza, é sinônimo de inteligência”.
Os ODS são metas para serem cumpridas após 2015, depois do cumprimento das ODM. As novas metas são definidas pela ONU, em parceria com governos de vários países. O objetivo é estabelecer diálogos diretamente com a sociedade, poder ouvi-la para saber os anseios e opiniões sobre as principais prioridades para o mundo. A ONU oferece um site (http://www.myworld2015.org/?lang=pr) no qual todos podem votar nas suas questões prioritárias e ajudar na construção dessa nova agenda.