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19.05.2014 - Encontro Nacional de Agroecologia termina nesta segunda
Termina nesta segunda-feira (19/05), o III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA). O encontro, organizado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), começou na última sexta-feira (16/05), em Juazeiro (BA), com o lema “Cuidar da Terra, Alimentar a Saúde, Cultivar o Futuro”.
O primeiro dia de debates teve início com a representante da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, respondendo à seguinte questão: por que interessa à sociedade apoiar a agroecologia?
A provocação foi também uma forma de apresentar o resultado do conjunto de atividades realizadas como momentos preparatórios para o ENA. Ao longo de um ano e meio, foram realizados vários encontros estaduais e 14 caravanas territoriais que registraram os conflitos e as disputas geradas pelo agronegócio e pelos grandes projetos de infraestrutura desenvolvidos no país.
“Chegamos com as chuvas, os festejos de São João, para falar, mostrar, trocar, cuidar da terra, alimentar a saúde e cultivar o futuro. Somos duas mil pessoas, destas 70% são agricultores e agricultoras e, destes, 50% são mulheres”, disse Emília. Ela destacou a importância da composição dos participantes: indígenas, agricultores familiares, convidados, apoiadores, dentre outros movimentos e setores da sociedade.
Conselheiro do Consea e representante do governo federal, Selvino Heck, secretário executivo da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, destacou a importância da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo) e da agroecologia para a agricultura. “A agroecologia faz parte de uma nova utopia real que estamos construindo nesse país e no mundo”, afirmou Selvino.
Participaram ainda da mesa de abertura do III ENA representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Secretaria Geral da Presidência da República, governo do Estado da Bahia, agências internacionais de cooperação, reitoria da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), agricultores e agricultoras.
Seminários temáticos
No sábado (17/05), a Plenária de Mulheres no III ENA debateu a desigualdade de gênero e o machismo com o lema “Sem feminismo não há agroecologia”. Além das plenárias, oficinas e seminários temáticos, o encontro realizou a Feira de Saberes e Sabores, aberta ao público. Na feira, foram apresentados alimentos agroecológicos dos mais diversos tipos, artesanato, livros, tecnologias sociais, plantas medicinais e remédios caseiros. Agricultores também puderam aproveitar o espaço para a troca de sementes.
Se por um lado as caravanas permitiram conhecer de perto as dificuldades enfrentadas pelas populações nos territórios, por outro trouxeram à tona as expressões da agroecologia. “Não são nichos, mas experiências bastante visíveis, trazem o enfrentamento organizado ao modelo tradicional, mas também se expressam nas sementes resgatadas e partilhadas, nas plantas medicinais, nos pequenos animais, nos alimentos saudáveis, na preservação da água, do espaço e ambiente onde vivem, retomam a cultura de povos e etnias, seja na música, na dança... É a afirmação das identidades de cada espaço”, explica Noemi Krefta do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).
Com a presença de representantes de diversas regiões do país, o seminário temático sobre agricultura urbana, realizado no domingo (18/05), decidiu criar um coletivo nacional para articular as iniciativas da sociedade civil e debater a construção da política pública federal sobre o tema. Na tarde desta segunda-feira (19/05), será realizada a plenária final do III ENA.
Fonte: com informações da Ascom/ANA